Dezembro Vermelho reforça a conscientização sobre ISTs. Entenda mitos, riscos reais, prevenção, sífilis em alta e os avanços no tratamento do HIV

Já passamos da metade de dezembro e o Brasil volta seus olhos para uma pauta urgente e permanente: a conscientização sobre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha do Dezembro Vermelho ganha ainda mais relevância por coincidir com o verão, período marcado por festas, viagens e maior circulação de pessoas — um cenário que exige atenção redobrada à saúde sexual.
Apesar dos avanços significativos da medicina e do acesso gratuito ao tratamento pelo SUS, mitos antigos continuam circulando, alimentando o medo, o preconceito e, principalmente, a desinformação. Para ajudar a separar boatos de fatos, reunimos cinco curiosidades essenciais que todo mundo deveria saber sobre ISTs como HIV, sífilis, HPV e gonorreia.
1. Banheiros públicos não transmitem HIV
Um dos mitos mais persistentes é o risco de contrair HIV em banheiros públicos. A verdade é que o vírus não sobrevive fora do corpo humano por tempo suficiente para causar infecção em assentos sanitários. O risco é considerado praticamente inexistente, exceto em situações extremamente raras de contato direto de mucosas com secreções muito recentes.
2. Mosquitos não transmitem AIDS
Ao contrário do que muita gente acredita, mosquitos não são vetores do HIV. Biologicamente, o vírus não sobrevive no organismo do inseto, e o mosquito não injeta sangue de uma pessoa em outra. Essa informação é fundamental para combater o medo infundado e focar nos verdadeiros meios de prevenção.
3. Sexo oral também exige proteção
Se alguns riscos são superestimados, outros ainda são perigosamente subestimados. O sexo oral sem proteção é uma via real de transmissão de ISTs como sífilis, herpes, gonorreia e HPV. O uso de preservativos ou de barreiras de proteção, como o dental dam, é essencial para reduzir os riscos.
4. Sífilis vive uma explosão silenciosa no Brasil
Dados recentes apontam para um cenário preocupante: o Brasil enfrenta uma alta expressiva nos casos de sífilis adquirida, com taxas que chegam a 120,8 casos por 100 mil habitantes. Conhecida como “o grande imitador”, a doença pode apresentar sintomas semelhantes aos de alergias ou até câncer. A boa notícia é que a sífilis tem cura simples, geralmente com penicilina — desde que diagnosticada precocemente. O aumento de casos em gestantes e da sífilis congênita acende um alerta para a importância do pré-natal e do acompanhamento médico adequado.
5. HIV indetectável não é transmissível
Uma das maiores revoluções da saúde pública nas últimas décadas é o conceito I=I (Indetectável = Intransmissível). Pessoas vivendo com HIV que mantêm o tratamento corretamente e alcançam carga viral indetectável há mais de seis meses não transmitem o vírus por via sexual. No Brasil, cerca de 95% das pessoas em tratamento já atingiram esse nível, reforçando que o maior risco está entre quem desconhece sua sorologia — e que o estigma ainda é um dos principais obstáculos no combate à epidemia.
Informação salva vidas
Segundo o médico infectologista Dr. Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o acesso à informação de qualidade é decisivo. “O teste não deve ser temido. Ele é a porta de entrada para o tratamento e para uma vida com qualidade. Hoje, a tecnologia permite diagnósticos cada vez mais rápidos e precisos”, afirma.
Nesse contexto, soluções diagnósticas modernas têm papel fundamental no controle epidemiológico, permitindo detecção precoce, monitoramento eficaz da carga viral e decisões clínicas mais seguras. Informação, testagem e tratamento caminham juntos — e são aliados indispensáveis de uma vida mais saudável, consciente e sem preconceitos.
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