Verão chegando é sempre motivo de alegria e preocupação para os hoteleiros. Para muitos é um período de ótima ocupação, boa rentabilidade, mas poucas ações estratégicas com vistas à baixa temporada, que retorna logo depois.
Na temporada de férias muitos colaboradores extras são contratados, mas há pouco treinamento e consequentemente os problemas acabam aparecendo em grande quantidade. Por outro lado, se algumas ações forem tomadas durante a baixa temporada, período de “vacas magras” para muitos, as chances de uma ótima ocupação e clientes satisfeitos durante a alta temporada, duplicam. Portanto, vamos às dicas:
Colaboradores extras: Muitos colaboradores extras vão começar a trabalhar na primeira ou segunda semana de dezembro, caso sejam contratados para a temporada toda, o ideal é o hoteleiro separar alguns dias para um bom treinamento. Hóspedes e clientes geralmente não diferenciam efetivos de extras e, se conseguirem, é porque o padrão de serviços não está igual e aí, problemas à vista.
– Extras que vão trabalhar só nos fins de semana ou feriados, devem ficar em funções de apoio, limpeza, manutenção, a menos que tenham trabalhado em temporadas anteriores ou que tenham boa qualificação e experiência. Evitar um contato maior destes extras com hóspedes, é, no mínimo, preventivo.
Novos serviços – Se o empreendedor não implantou novos serviços como dobra da noite, cardápio de piscina, delivery, room service, cardápios harmonizados, frigobares personalizados, serviço de manobristas, até agora, tem duas saídas: fazer a implantação, com os ajustes necessários e com muito cuidado, até uma semana antes do Natal (com amigos, convidados, etc) ou esperar o ano que vem. Não é aconselhável fazer testes com hóspedes durante a temporada.
Preços – O hoteleiro deve ter muito cuidado com os ajustes de preços. O mercado mudou. Muitos empreendimentos não fazem ajustes de preços tão grandes entre baixa, média e alta temporada. E os clientes estão, cada vez mais, com hotéis e pousadas à disposição. Aquela época de se trabalhar com margens de lucro super confortáveis passou. Os hotéis e empreendimentos de food service, que têm resultados diferenciados, buscam melhores níveis de ocupação e frequência, através de uma gestão de custos e formação de preços estratégicos, conseguindo assim resultados permanentes e não apenas focados na alta temporada.
Baixa temporada – É possível diminuir os efeitos da baixa temporada com pequenas ações como, por exemplo, tarifas estratégicas, ampla divulgação, promoções, ações comerciais cooperadas com outros empreendimentos, entre outras. Ações de pós-venda são importantíssimas. O empresário deve abastecer seu sistema de gerenciamento de relações com o cliente (CRM) com informações das estadas de cada hóspede, além de solicitar avaliações de serviço e dar retorno aos clientes que preencheram, podendo ser oferecidos up-grades e cortesias.
Outra questão importante, mas muitas vezes deixada de lado, é a manutenção preventiva que deve ser feita durante todo o período. A baixa temporada também é um ótimo período para a revisão de fichas técnicas e definição de padrões de serviço, produtos e atendimento.
Saiba mais sobre Eduardo Faraco: Com mais de 25 anos de experiência na área de hotelaria, Eduardo Faraco é graduado em administração hoteleira, Mestre em turismo pela Universidade Caixas do Sul (RS) e Mestre em Administração Internacional de Hotéis – Schiller University – Londres, Inglaterra. É professor, palestrante e consultor. Atua em Gestão e Operação de Empreendimentos Turísticos desde 1982 com ênfase em Meios de Hospedagem, Alimentação Fora do Lar e Planejamento de Destinos e Atrativos Turísticos. É consultor credenciado do Sebrae e sócio-diretor da Faraco Consultores Associados tendo desenvolvido mais de 450 projetos junto à iniciativa privada (hotelaria, gastronomia e destinos turísticos), órgãos públicos, ONGs e OSCIPs.
Mais informações: www.faracoconsultoria.com.br