Sommelier ensina sobre os diferentes tipos de garrafas de vinhos e sua origem. Afinal, existe algum significado ou aplicação para garrafas de formatos diferentes?
O mundo dos vinhos é cheio de detalhes e curiosidades. Seja pela qualidade, tipo e região de cultivo das uvas, da harmonizações com pratos ou mesmo pela grata experiência em saborear um bom vinho, não é preciso ser um enólogo para desfrutar desse mundo tão particular.
Um assunto que chama atenção de apreciadores de vinho ao entrar em uma adega com variadas opções é o formato das garrafas de vinho. Afinal, existe algum significado ou aplicação para garrafas de formatos diferentes?
Jonas Martins, sommelier e gerente comercial da MMV Importadora de Vinhos, explica o que está por trás do formato de cada garrafa.
“Muitas pessoas podem pensar que o formato da garrafa de vinho tem a ver com a sua conservação ou melhor forma de envasamento. A verdade é que a garrafa normalmente é relacionada com a região de origem das uvas”.
A garrafa mais comum é a Bordalesa. Ela é normalmente encontrada em vinhos Merlot, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc, cujas uvas são originárias da região de Bordeaux, no sudoeste da França. Possui um bojo longilíneo e uniforme que termina no ombro da garrafa, na divisão entre o corpo e gargalo.
Outro tipo de garrafa é a Borgonhesa, encontrada em vinhos da região de Borgonha, no norte da França, como o Chardonnay e Pinot Noir. A garrafa é alargada em sua base e vai se afunilando ao longo do seu bojo até o pescoço e gargalo da garrafa.
Jonas ressalta que existem também outros tipos de garrafas, sempre respeitando a região da origem das uvas, como a Renana, do Reno, a Champanhe e a garrafa do Porto.
Além disso, muitos produtores têm se atentado à estética da garrafa para chamar a atenção dos consumidores e alavancar as vendas.
“Existem muitos produtores que fogem do padrão justamente para dar uma evidência maior ao seu vinho na prateleira”, diz o sommelier.
A linha Inserata da MMV é um exemplo disso. Os vinhos são produzido em uma vinícola orgânica na Toscana, Itália, e trazem todo um conceito de produção e valor que inclusive é refletido nas garrafas. A garrafa do Inserrata Inusuale, por exemplo, se assemelha a uma garrafa de azeite, na busca dessa quebra de paradigma que a linha oferece.
Um fato curioso é o “tamanho” do buraco no fundo das garrafas. Existe um mito de que, quanto maior o furo, melhor o vinho, por conta de algum efeito de conservação mais apropriada. Jonas explica que isso é uma “meia verdade”. Tais garrafas são mais caras e logo os produtores normalmente envasam seus melhores vinhos nessas garrafas, porém não há nenhum efeito sobre a qualidade do vinho a não ser o estético.
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