Mulheres na linha de frente: a importância das enfermeiras no combate ao coronavírus

Com rotinas ainda mais intensas durante a pandemia, elas arriscam as suas vidas para cuidar de quem está contaminado e evitar o aumento do número de casos de COVID-19

Apesar de, nos últimos anos, ser cada vez mais comum ver homens se dedicando a enfermagem, essa ainda é uma profissão, predominantemente, ocupada pelo gênero feminino. São essas profissionais, já tão importantes dentro da rotina qualquer instituição de saúde, que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus.

linha de frente

O cuidado com os outros, as colocam em risco

A pandemia fez aumentar o número de pessoas que precisam dos sistemas de saúde de todo o mundo que, em geral, já costuma ser sobrecarregado. Essa demanda tão grande, por sua vez, tem aumentando o trabalho das enfermeiras e técnicas de enfermagem, que estão tendo ainda menos tempo de descanso.

Como se não bastasse a exaustão, o contato com pacientes contaminados em hospitais ainda faz com que essas profissionais da linha de frente acabem colocando as suas próprias vidas em risco. Para não colocar seus familiares em perigo, muitas ainda estão se afastando de suas casas ou evitando contato com cônjuges e filhos.

Além disso, no Brasil, na Europa e em países como China e Estados Unidos, materiais tais quais luvas, máscaras e roupas de proteção, estão em falta. Sem meios adequados para se prevenir, a situação das enfermeiras, que têm contato com os pacientes de forma mais direta, só se agrava.

Casos de profissionais de enfermagem que tiveram que se afastar de suas atividades, porque foram contaminados durante o trabalho, não param de acontecer. Muitos deles, acabaram morrendo, vítimas da doença, o que aumenta o pânico e tira o sono das colegas que continuam em ação.

Depoimentos deixam a Internet em choque

Nesse cenário, vários depoimentos estão emocionando e indignando os internautas. São histórias de lugares e pessoas diferentes, mas que têm em comum o fato de estarem todos os dias de cara com o vírus que fez o mundo parar.

Em um hospital de São Paulo, uma enfermeira contou que, além da falta de materiais de proteção, foi orientada pela própria administração da instituição a não usar máscaras para não assustar os pacientes. Uma semana depois, ela foi afastada, com sintomas da COVID-19.

Por todo o Brasil, filhos de enfermeiras emocionaram a Internet numa campanha em que seguravam cartazes, pedindo que as pessoas ficassem em casa, para que a proliferação do vírus seja controlada e eles possam ter as mães de volta. O anúncio pedia “Fiquem em casa por nós”, na tentativa de sensibilizar a população que não está obedecendo à orientação de isolamento social.

Mas não é só por aqui que o trabalho dessas profissionais merece destaque. Na China, médicas e enfermeiras têm adotado medidas extremas, como cortar os próprios cabelos e usar fraldas geriátricas para evitar as idas ao banheiro. O motivo é a falta de equipamentos de proteção, que não estão chegando a várias cidades.

Na Itália, um dos países com mais mortos durante a pandemia, uma enfermeira comparou o clima ao de uma guerra. Em seu depoimento, ela contou que todas as colegas estão deprimidas e desgastadas pela situação ao qual são expostas todos os dias.

Ainda no território italiano, outra enfermeira cometeu suicídio ao receber diagnóstico positivo da doença. Além do estresse com o trabalho, ela temia contaminar colegas e outros pacientes. Diante da notícia, a federação de enfermeiros do país emitiu uma nota, dizendo que essas profissionais estão trabalhando sob forte pressão e que esse, infelizmente, não era o primeiro caso de suicídio entre elas.

Esse é um momento difícil para todos, mas não podemos deixar de reconhecer e aplaudir essas profissionais, que têm feito toda a diferença, e sem as quais talvez não conseguíssemos sobreviver a esse período.

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