Fora do Brasil, o sistema de saúde é diferente e nem sempre gratuito
Quando viajam para o exterior, poucos turistas se perguntam sobre como é o serviço de saúde que serve àquela população. Tem gente que sequer faz um seguro antes de arrumar as malas e partir para um destino distante de casa. Só que, às vezes, a dor bate e aí a conta pode aparecer — e ser mais salgada do que se imagina, prejudicando a viagem e o bolso.
Mas como será que funciona a saúde fora do Brasil? Será que tem Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento gratuito? Em tempos de pandemia de coronavírus, é importante conhecer como é o esse serviço no exterior antes de embarcar para qualquer viagem. A seguir, listamos algumas curiosidades sobre a saúde ao redor do planeta.
Nem sempre o serviço é gratuito
No Brasil contamos com hospitais, postos de saúde, exames laboratoriais, serviços de terapia física e mental e até medicamentos subsidiados pelo governo mediante a nossa contribuição por meio de impostos. Mas fora do país nem sempre a saúde é 100% gratuita. Quer ver só?
Estados Unidos
Os cidadãos precisam fazer um seguro de saúde, que equivaleria ao nosso convênio, para poder ter acesso a hospitais, clínicas, etc. O governo subsidia o tratamento apenas em casos específicos. O Medicare é um exemplo: criado em 1966, é destinado aos idosos, com mais de 65 anos, que contribuíram com o sistema de saúde durante o período em que trabalharam. Tem também o Medicaid, para pessoas de baixa renda, de qualquer idade.
Japão
Todas as pessoas têm direito ao uso da saúde pública, sejam cidadãos nativos ou estrangeiros. Os seguros variam conforme a profissão e a idade, podendo haver a cobrança de uma taxa simbólica de coparticipação para o uso dos serviços. No site da Embaixada Japonesa há mais informações sobre o tema.
Reino Unido
Os impostos dos cidadãos financiam o National Health System (NHS), de atendimento universal e gratuito, que existe desde 1948. Há postos de saúde, os General Practitioner (GP), nos bairros, e serviços de pronto-atendimento 24 horas espalhados pelas cidades. Medicamentos e serviços de oftalmologia e odontologia são pagos a parte.
Canadá
A saúde é financiada pelo estado e há planos de saúde privados para serviços de oftalmologia, odontologia, home care, etc.
Austrália
O Medicare é universal e, por meio dos impostos, o governo banca medicamentos e custos hospitalares. Há planos privados para cobrir serviços que não são custeados pelo governo, como ambulância, odontologia e fisioterapia.
França
O serviço de saúde é compulsório e universal. É chamado de SHI e o servidor contribui mensalmente com taxas descontadas da folha de pagamento para mantê-lo. Pode haver cobrança de 25% de coparticipação em consultas, embora o sistema cubra serviços médicos, hospitalares, odontológicos e medicamentos.
Suécia
O serviço de saúde é gratuito para todos os residentes legais e cobre medicamento, despesas médicas, atendimento domiciliar para idosos, oftalmologia, odontologia, tratamento psiquiátrico e outros. Há cobrança de coparticipação com teto regulado pelo governo federal.
Procure se informar
O portal consular do Itamaraty lembra que cidadãos estrangeiros “não têm acesso à assistência médica gratuita em grande número de países. Por isso, é recomendado que os viajantes brasileiros contratem seguro internacional de saúde”.
Alguns países, que têm rede pública, mantêm acordo com o Brasil para o atendimento a cidadãos brasileiros de forma gratuita. No site da instituição é possível conhecer uma lista de locais, entidades e países que atendem brasileiros. Também dá para consultar as orientações do Itamaraty em casos de emergências no exterior — o que inclui internações, hospitalizações e falecimentos.
O órgão informa que “em casos de graves problemas de saúde, a autoridade consular poderá ser consultada sobre a existência de clínicas ou hospitais que possam ser eventualmente indicados, de preferência gratuitos, para auxiliar brasileiros no exterior”, lembrando que consulados e embaixadas não custeiam nenhum tratamento.