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5 coisas que você não sabe sobre a Ponte 25 de Abril

Após noticiarmos a abertura para visitação da Ponte 25 de Abril, muitos de nosso leitores começaram a buscar mais informações sobre este que é um dos mais belos pontos turísticos de Lisboa. Baseado nisso, reunimos algumas curiosidades que o pessoal da Time Out Lisboa publicou na véspera do dia das Revolução dos Cravos. Talvez a data não seja tão conhecida entre os brasileiros, mas o dia 25 de abril tem um significado muito especial em Portugal: celebra a data que marcou o fim da ditadura do Estado Novo, que durou 48 anos. A ponte que antes levava o nome do ditador Salazar passa então a se chamar Ponte 25 de Abril.

5 coisas que você não sabe sobre a Ponte 25 de Abril

1 – A ponte foi inaugurada em 1966, mas a vontade de ligar Lisboa à margem Sul já vem de 1876. A primeira proposta foi do engenheiro Miguel Pais, que propunha uma ligação entre o Grilo e o Montijo, através de uma ponte de tabuleiro duplo, rodoviária e ferroviária. Não estava nada longe do que seria o projeto final, mas seguiram-se mais 11 propostas, vindas de Portugal, França, Alemanha, Espanha e EUA. Entre elas chegou a ser proposto, pela empresa de Henry Burnay, um túnel de 4,5 quilômetros que ligasse Almada e Cacilhas a Santa Apolônia. Em 1960, foi aberto um concurso internacional, submetido à United States Steel Products, que já tinha apresentado uma proposta em 1938.

2 – Desde o início que estava previsto o alargamento da ponte em três fases, até seis vias de tráfego, bem como um tabuleiro ferroviário. A quinta via central foi acrescentada em 1990, e a direção era reversível consoante o tráfego. Como estava pintada de branco, as pessoas chamavam-lhe “a noiva”. No final de 1998, é inaugurada a sexta faixa de circulação e, no ano seguinte, o comboio passa pela primeira vez na ponte (embora estivesse previsto desde a fase inicial).

3 – Muitos passam como se nada fosse por cima da grelha metálica do tabuleiro rodoviário. Outros optam por circular pela outra faixa, ou por medo, ou porque aquilo faz um pouco de impressão (à semelhança de raspar as unhas num quadro de ardósia). Mas a sua existência é muito importante por duas razões: para reduzir o peso da estrutura e para melhorar o comportamento aerodinâmico, não vá a força do vento desequilibrar a ponte. A título de curiosidade: em 1967, no Semana Portuguesa nº 180, Raul Solnado publicou um texto que foi parar nos arquivos da PIDE e onde se lia: “inauguraram a ponte sem estar a obra acabada. Deixaram-lhe uns buraquinhos no chão, que ainda não taparam e uns buracos de lado que se calhar nunca mais tapam e nem teto puseram”.

4 – Dizia-se nos anos 60 que “o lugar mais seguro para se estar em caso de sismo era a própria ponte”. O fato é que Lisboa se situa numa área de forte sismicidade e não há alfacinha que não tenha uma pontinha de trauma sísmico por causa do grande terremoto de 1755. E todas as construções da cidade levam isso em conta. A ponte não foi exceção. Está preparada para resistir a um terremoto escala II (semelhante ao de 1755) com danos reparáveis. No entanto, os profissionais das Estradas de Portugal não aconselham que a população se dirija toda para a ponte em caso de terremoto.

5 – Quando foi inaugurada era a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos EUA. Agora ocupa o 32.º lugar. E já que falamos em números… estudos prévios à construção da ponte apontavam para um tráfego médio diário na ordem dos 20 mil veículos em 1980. Na verdade, atingiu os 53 mil e quinhentos. Hoje passam por ali quase 150 mil carros por dia, qualquer coisa como 55 milhões por ano.

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