O romance mais marcante da história de Portugal aconteceu no século XIV. A “Lenda de Pedro e Inês” é conhecida até hoje como o conto de “Romeu e Julieta” lusitano – com a diferença de que os protagonistas desse trágico relato realmente existiram. Atualmente, os lugares onde se passaram os principais fatos da história tornaram-se pontos turísticos muito procurados. É um roteiro obrigatório para aqueles que visitam a região do Centro de Portugal.
O príncipe D. Pedro I de Portugal se apaixonou perdidamente por Inês de Castro, dama de companhia de sua esposa com quem teve um casamento arranjado. Os dois viveram um intenso romance proibido por um tempo e o pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, era contra essa relação. O rei chegou ao ponto de exilar Inês e expulsá-la da corte, mas após a morte de Constança, esposa de Pedro, os dois se sentiram livres para viver sua história de amor, e acredita-se que acabaram se casando em segredo.
Por dez anos, eles viveram felizes no antigo Paço de Santa Clara, junto ao mosteiro localizado na cidade de Coimbra. O local foi revitalizado recentemente e recebe visitas também pelo seu indiscutível valor arquitetônico, sendo um dos representantes máximos do estilo gótico português.
Foi na Quinta das Lágrimas, um palácio do século XIX – o original foi destruído por um violento incêndio em 1879 – que Inês teve seu trágico final. O rei mandou assassinar a moça, causando revolta e tristeza em seu filho – que nunca esqueceu sua amada. Hoje, o local é um hotel 5 estrelas e turistas que não estiverem hospedados no impressionante espaço também podem conhecer esse cenário tão importante para a história de Inês e Pedro.
A lenda diz que as lágrimas de Inês deram origem à Fonte das Lágrimas e seu sangue pintou de vermelho as algas rubras que crescem na água. Rodeada por belos jardins, a Quinta das Lágrimas foi também o local onde D. Pedro colocava cartas de amor em barquinhos de madeira, para que suas mensagens chegassem até o exílio de Inês pelas águas da Fonte dos Amores, alimentada pelo rio Mondego.
Após o falecimento do rei D. Afonso IV, Pedro assume a coroa e expõe para a corte seu casamento secreto. Segundo as crenças populares, ele teria exumado o corpo de Inês e ordenado um cortejo fúnebre pelas ruas de Coimbra com todas as honrarias da nobreza e depois a coroou rainha de Portugal, obrigando todos os membros da corte a beijarem sua mão. A história gerou a famosa expressão portuguesa “Inês é morta”, usada para afirmar que é tarde demais para realizar algo.
Pedro ainda construiu no Mosteiro de Alcobaça dois túmulos de pedra branca riquíssimos em detalhes, onde hoje repousam um de frente para o outro. O edifício é um dos mais impressionantes exemplares da arquitetura cisterciense e foi eleito como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1989. O espaço é aberto para visitação do público.
A Ponte Pedro e Inês, em Coimbra, foi construída simbolicamente sobre o rio Mondego em homenagem a essa linda história de amor. Projetada pelos arquitetos Adão da Fonseca e Cecil Balmond, é possível atravessá-la a pé ou de bicicleta e aproveitar a bela paisagem da cidade.
Serviço
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
Rua das Parreiras – Coimbra
Telefone: +351 239 801 160
Horários: terça a domingo das 10h às19h (última entrada às 18h30)
Ingressos: 4 euros (há descontos para grupos, famílias, crianças, estudantes e maiores de 65 anos)
Hotel Quinta das Lágrimas
Rua António Augusto Gonçalves
Telefone: +351 239 802 380
E-mail: geral@quintadaslagrimas.pt
Diária: a partir de 175 euros
Ingressos para a Fonte das Lágrimas e Fonte dos Amores (caso não seja hóspede): 2 euros
Horários: terça a domingo das 10h às 19h (última entrada às 18h30)
Mosteiro de Alcobaça UNESCO World Heritage
Praça 25 de Abril
Telefone: +351 262 505 120
Horários: todos os dias* das 9h às 19h (última entrada às 18h30)
Ingressos: 6 euros
*exceto 1 de janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de maio, 20 de agosto e 25 de dezembro.
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