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A cidade que ganhou fama por causa das estrelas de Hollywood

Por Maile Johnston.

Conta uma história que enquanto Richard Burton estava na Suiça, recebeu uma chamada de John Huston para convidá-lo como protagonista de “La Noche de la Iguana”, que seria filmado no México, em 1963. Burton se entusiasmou com a ideia. O roteiro foi baseado em uma obra de Tennesse Williams aclamada pela crítica teatral de Nova York e Huston era já toda uma lenda em Hollywood. Burton perguntou em que parte do México se rodaria o filme e uma voz rouca com profunda emoção e entusiasmo disse a ele “no paraíso”, em Puerto Vallarta. Burton se apressou a investigar onde se encontrava esse lugar mítico e ao não encontrar maiores dados falou com a embaixada do México na Suiça. Não souberam dizer onde estava Puerto Vallarta.

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Contra todo prognóstico, Huston se propunha a filmar em uma selva tropical isolada no Ocidente do México, na qual tinha que se transladar por via marítima porque nem sequer havia estrada e, ainda por cima, ficava em meio à uma exuberante vegetação acariciada por águas esmeraldas, em uma praia escondida ao sul de Puerto Vallarta.

Ava Gardner, Sue Lyon, Deborah Kerr e Richard Burton protagonizaram o filme “La Noche de la Iguana” baseado na peça de mesmo nome de Tennesse Williams. Do lado mexicano estariam duas grandes figuras. Gabriel Figueroa, à frente da direção de fotografia, e Emilio El Indio Fernández, como seu diretor adjunto e extra. Para Ray Stark, o produtor de Iguana, jamais na história do cinema se reuniu tão eclética, talentosa e explosiva mistura de personalidades em uma produção. “Foi um dos filmes mais divulgados na época”, assegurou o produtor.

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O pagamento pela locação escolhida por Huston no paraíso escondido, a 10 km de Puerto Vallarta, teria um alto custo de logística. Conta Nelly Barquet, testemunha da filmagem e esposa de Guillermo Wul – construtor do set e quem convenceu a Huston a filmar em Mismaloya –, que diariamente se viam navegar pelas águas da Playa de Los Muertos de Puerto Vallarta enormes barcaças. Iam carregadas com mais de 500 quilos de tortilhas, 100 quilos de carne, 100 quilos de grãos e frutas, com destino ao set do filme localizado em Mismaloya no meio de uma pródiga e exuberante vegetação.

O adereço do filme foi a presença de Elizabeth Taylor, que não atuava no filme, mas veio acompanhando a Burton temendo que Ava Gardner pudesse interferir no seu romance. A bomba do namoro entre Burton e Taylor explodiu durante toda filmagem e o misterioso povoado de Puerto Vallarta, ainda desconhecido pela diplomacia mexicana, logo se viu inundado de jornalistas de todo o mundo que vieram cobrir a escandalosa noticia. Era outono de 1963 e só o assassinato de Kennedy, que aconteceu precisamente durante a filmagem, teve mais imprensa que o tórrido romance do século XX entre dois ícones da cinematografia mundial.

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Richard Burton, Elizabeth Taylor, Deborah Kerr, John Huston e Ava Gardner que iniciou namoro com Tony el seco, um marinheiro local, decidiram fazer de Vallarta sua segunda residência. A profecia se fez realidade: teriam chegado ao paraíso que Huston havia prometido.

Passadas cinco décadas desta história, Puerto Vallarta se veste ansiosa para recordar esses anos dourados, reconhecer que as qualidades da cidade seguem vivas neste mágico canto do Ocidente do México, onde perdura a marca do genial John Huston e a trilha de amor dos amantes de Gringo Gulch, a zona onde Richard Burton e Liz Taylor fizeram sua residência.


Maile Johnston2Maile Johnston

Atualmente, atua como gerente de relações públicas do Fideicomiso de Puerto Vallarta, realizando ações para promover este belo destino no Pacífico mexicano em diferentes mercados.

Entusiasta da arte, bom design, gastronomia e tecnologia, nasceu na era da internet. Por isso, se interessa por tudo o que tem a ver com as últimas tendências no meios de comunição digital.

Ama a fotografia e o que mais a inspira é seu trabalho e o lugar onde ela tem a sorte de morar.

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