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Empreendedorismo feminino: mulheres inovaram mais durante a pandemia

Entre as empreendedoras, 11% dizem ter optado pela inovação, enquanto entre os homens, apenas 7% afirmam ter inovado em 2020

empreendedorismo feminino

A pandemia pegou o mundo inteiro de surpresa há pouco mais de um ano. De início, com o fechamento de comércios e escritórios, não se sabia como prosseguir ou quais seriam os próximos passos até a volta à realidade chegar. Aos poucos, com um cenário mais definido, essas respostas foram surgindo. Para os empreendedores, o meio mais seguro para seguir em operação seria a inovação e o incremento de tecnologia.

Neste cenário, 11% das empreendedoras afirmaram que optaram pela inovação em seus negócios durante a pandemia, ante 7% dos empresários homens. Elas também integraram mais ações na internet, com cerca de 76% de adesão às redes sociais, aplicativos ou internet, para comercializar seus produtos e serviços. Em paralelo, 67% dos homens fizeram o mesmo. Mais de 46% delas dizem ter apostado no lançamento de novos produtos e serviços, contra 41% deles. Os dados são da pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A estratégia de utilizar outros canais de comunicação e divulgação, como as redes sociais, foi capaz de auxiliar a inserir a marca na vida de pessoas de outros bairros, cidades e estados, além de ajudar no atendimento aos consumidores no pré e pós-venda.

No entanto, apesar de as mulheres lidarem melhor com os imprevistos da pandemia e seus impactos em seus negócios, 2020 ainda foi um ano que freou o crescimento do empreendedorismo feminino no Brasil. Em 2019, elas representavam 34,5% do total de empreendedores no país e, no ano seguinte, o percentual caiu para 33,6%. A queda significou uma perda de 1,3 milhão de mulheres à frente de algum empreendimento. Esta foi a primeira queda registrada desde 2016.

Um dos motivos pode ter relação com o setor de atuação dessas empreendedoras. Segundo o Sebrae, elas estão mais presentes no ramo de serviços – esta é a área de atuação de 50% dos negócios femininos, ante 34% dos masculinos –, o mais atingido pela pandemia.

Outro ponto sobre a diminuição da presença feminina no empreendedorismo foi o aumento da demanda de trabalho dentro dos lares, com o isolamento social e o fechamento das escolas. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres dedicam quase o dobro de tempo a essas tarefas do que os homens. 

Mulheres em cargos de liderança

Além dos empreendimentos, a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo IBGE em 2021, com dados de 2019, também apontou para uma queda da presença feminina em cargos de liderança. Neste ano, elas ocupavam 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam apenas 77,7% do rendimento dos homens em 2019. Na última divulgação feita, em 2018, com dados de 2016, elas ocupavam 39,1% desses postos de trabalho.Apesar disso, um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que empresas com conselhos elaborados com equidade de gênero tendem a apresentar resultados 20% melhores. Um estudo do Internacional Finance Corporation (IFC) de 2018 mostra ainda que a liderança feminina está ligada a resultados melhores do ponto de vista ambiental e social, assim como no clima organizacional da empresa.

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