Paris é uma cidade pulsante, isso é fato, o que acaba assustando muitas pessoas na hora de viajar, especialmente sozinhas. Como se locomover pela cidade é uma das maiores dúvidas de todo viajante e isso é perfeitamente normal. Eu, que sou uma viajante solo por natureza — e opção também — tenho lá os meus momentos de “medinho” quando chego em um lugar novo, especialmente quando ouço zilhões de histórias sobre esses lugares, como no caso da capital francesa.
Me desculpe pela redundância, mas vamos começar pelo começo… não cheguei em Paris assim, totalmente sozinha. Minha viagem para a Cidade Luz teve um propósito: eu fui convidada para participar de uma press trip curtinha de quatro dias e, depois sim, iria estender minha viagem para um total de duas semanas.
Para quem não faz ideia do que seja uma press trip, geralmente os convidados são recebidos pela empresa que os selecionou e durante todo o período da viagem somos meio que “carregados” de lá pra cá, pra cima e pra baixo, geralmente com muito mais comodidade e conforto do que se estivesse viajando sozinho, por conta própria e isso inclui alguns passeios e idas a restaurantes. Então desta forma, minha chegada em Paris foi razoavelmente tranquila, já que havia um carro me esperando no aeroporto para me levar até o hotel. Não irei falar disso e muito menos dos deslocamentos da viagem no período da press trip, e sim, a partir do momento que fiquei sozinha por Paris, tendo que me virar do meu jeito, sem falar nada de francês e em uma cidade onde as pessoas são SIM muito resistentes a falar inglês com o turista. Existem exceções? Sim, existem e eu encontrei algumas no meu caminho, mas tem também aquela galera que vai te zoar quando percebe que você não é de lá, tem o caixa do supermercado que vai ficar falando um monte de coisa em francês e rindo pra você, sabendo que você não está entendendo nada, vai ter a pessoa grossa no metrô que não vai nem olhar na sua cara antes de te negar uma informação, enfim, conforme-se. Paris, apesar de linda, não é uma cidade digamos calorosa, onde os habitantes abraçam o turista e são simpáticos.
Quando falei sobre isso nas minhas redes sociais vi muitas pessoas concordando e uns poucos rebatendo dizendo que não tiveram problemas com inglês e tals. Bem, a grande maioria dessas pessoas que rebateram e eu conheço muito bem, costumam se hospedar em hotéis de luxo, fazem seus passeios pra lá e pra cá de Uber ou serviços contratados, parcerias já acordadas etc. A questão é que minha proposta nessa viagem era me virar em Paris sem nenhuma empresa de receptivo me dando suporte, me locomovendo de metrô, ônibus e eventualmente Uber ou Táxi. Também me propus a frequentar restaurantes comuns, totalmente off Michelin, ir a supermercados, feiras livres, lojas comuns… Fazer passeios clichês também estava na minha programação, claro, mas não me limitei a eles, fiz também algumas experiências totalmente diferenciadas porque adoro sair do óbvio de vez em sempre. Em um outro momento vou falar sobre elas por aqui. Afinal minha gente, Paris não é só Torre Eiffel e Louvre, tem muito mais para descobrir. Mesmo que você volte oito vezes na Torre Eiffel para só ficar admirando.
Como é se locomover em Paris
Vamos começar pela parte que eu acho mais prática para sua tranquilidade na viagem: como é se locomover de transporte público em Paris? É complicado, mas é simples. Confuso né? Mas vamos lá, a melhor forma de se locomover em Paris é andando. Claro que isso vai depender e muito do local onde você vai estar hospedado, e isso eu vou falar mais à frente.
A pé
Caminhar por Paris é relativamente simples, especialmente porquê a cidade é muito bem sinalizada e em todo caso de dúvida, o Google Maps tá aí pra isso, né minha gente? Eu me virei super bem andando pra lá e pra cá com pequenas consultas no maps e não tive grandes problemas, só umas ruazinhas ou outras trocadas. E acredite em mim, se uma pessoa com senso quase nulo de direção como eu sou, se virou, você vai conseguir se virar ainda melhor que eu. Como eu fiquei hospedada entre o 2º e 3º arrondissement, estava muito perto das principais atrações na cidade e cafés, supermercados e feiras também estavam à minha volta aos montes. E para ir para mais longe, havia uma estação do metrô a cada esquina para minha comodidade.
Metrô
Agora vou falar da forma mais prática de se locomover em Paris: o metrô. É impressionante como a cidade é bem servida de linhas que te levam para todo canto. Sinceramente morri de inveja, queria muito que na minha cidade tivesse algo pelo menos parecido. Mas toda essa comodidade tem um preço: você precisa se entender na grande malha metroviária de Paris. Apesar de existirem conexões para todo canto, no início é um pouco confuso se acertar com as direções. Algumas composições, por exemplo, passam na mesma plataforma com destino a lugares diferentes e atenção aqui é essencial para você não parar num outro canto da cidade.
Para ficar ainda mais interessante, nada como economizar na sua viagem, certo? Então, se dentro do seu planejamento você for fazer mais de dez deslocamentos de metrô, trem ou ônibus pela cidade, a melhor opção é comprar um carnê de 10 bilhetes por €14,90. O bilhete individual custa €1,90. Agora, se você for ficar mais tempo pela cidade e vai usar massivamente o transporte público, inclusive dando umas escapadas até Versailles, Fontainebleau e Disneyland, considere o passe semanal “Navigo todas as zonas” que vai te dar passe livre para andar nos transportes públicos por Paris, indo até um pouquinhos mais longe. Acredite, a economia é enorme.
Uma coisa que já havia lido por aí era que se uma viagem de metrô levasse o mesmo tempo de você sair batendo perna, valeria mais a pena ir andando. Super concordo com essa teoria. Fiz alguns testes por lá e é bem assim. O que acontece, é que alguns deslocamentos entre linhas do metrô acabam demorando mais até mesmo que a viagem dentro da composição. É um sobe e desce de escadas daqueles, prepare a panturrilha. Um exemplo bem simples é o que eu fiz para ir do meu apartamento, que ficava do lado da estação Strasbourg-Saint Denis até a Notre Dame. De metrô, trocando de linha, subindo escada, descendo escada, dava quase trinta minutos no total. Indo a pé, dava vinte e cinco minutos em uma reta, uma quebradinha, uma ponte e mais uma reta, e ainda tinha de bônus a vista da linda cidade. Adivinha qual foi a minha opção? É como eu disse antes, andar por Paris na área turística é bem simples e muito agradável.
Trem
Existem algumas regiões da cidade que é mais fácil chegar de trem, o famoso RER. Muitos deles fazem conexão com o metrô e você vai apenas precisar se deslocar internamente, subindo e descendo escadas, sem precisar sair e pagar um novo ticket pela viagem. A regra aqui é como no metrô, a diferença é que em alguns momentos sua composição de RER vai subir para a superfície. Isso é fantástico em Paris, tudo é interligado. Saiba também que o mesmo bilhete que você compra nos guichês das estações você usa no metrô, trem, ônibus e bonde.
Ônibus
O ônibus também é uma forma relativamente simples de se locomover na cidade, mas eu sinceramente não recomendo. Paris é uma cidade grande e tem um trânsito daqueles de deixar os cabelos em pé. Acredite em mim. Você vai acabar perdendo muito tempo dentro de um ônibus para chegar do ponto A ao ponto B, além de pegar um trânsito estressante e se tiver no verão, o calor e o sol forte vão fritar seus neurônios. Lembre-se que em Paris os ônibus, metrôs e trens não possuem ar condicionado e fazer esses percursos muitas vezes é uma prova de resistência.
Uma dica para você aproveitar de forma mais cômoda o transporte em Paris é que na hora que for traçar sua rota no Google Maps, sempre marque as opções “menos baldeações”, “metrô” e “trem” para não ser jogado para uma rota cheia de trocas de linhas e nem para um trajeto de ônibus. Depois disso, faça a busca padrão para comparar. Me livrei de muita roubada fazendo isso. De forma geral o maps te indica o caminho mais rápido e por uma diferença de poucos minutos ou segundos te indica um caminho cheio de baldeações. Não custa nada dar uma ajudinha para o app.
Ônibus RoissyBus
Vou aproveitar para falar também da minha experiência com o RoissyBus, que utilizei para ir para o aeroporto Charles De Gaulle. Como cheguei de transfer do aeroporto até o meu destino em Paris, resolvi na hora de sair da cidade não ir de trem por conta da minha mala já pesadinha. Minha amiga Denise Tonin, do Viajante Solo me deu a dica de usar esse ônibus e resolvi apostar nele. Foi perfeito. Prático, fácil de encontrar e de desembarcar no lugar certo.
O ponto de partida fica na rua bem ao lado da Opéra Garnier (esquina das ruas Scribe com Auber). Chegando lá foi só aguardar o ônibus que parte a cada 15 minutos, até as 20h, em direção ao Charles De Gaulle. A passagem de 12,00 € pode ser paga com seu cartão de crédito na maquininha que fica no ponto ou diretamente com o motorista em dinheiro, como eu fiz. Se você tiver o seu cartão Navigo zonas 1-5, ainda ativo, também pode usar para pagar a passagem. Não disse que era uma super vantagem ter esse cartão?
Onde é melhor se hospedar em Paris
Agora vamos falar sobre um assunto controverso. Há quem ame se hospedar no “miolo” turístico de Paris e há também quem ame ficar nas proximidades da cidade. Eu tive as duas experiências nessa viagem e cada uma teve suas vantagens, mas eu, particularmente, achei mais interessante ficar no miolinho mesmo e vou explicar o motivo disso.
Quase sempre eu viajo sozinha, não dirijo, sou aquela pessoa que adora acordar em alguns dias e se perguntar “o que vou fazer hoje?” e ainda adoro caminhar. Se eu fico mais afastada fico na dependência de ter transporte público para me atender a todo tempo, inclusive à noite/madrugada. Preciso também me organizar com horário de ir e voltar muito maior por conta do deslocamento até as atrações e, convenhamos que pegar um metrô ou trem tarde da noite, sozinha, não é das coisas mais confortáveis, mesmo estando em Paris que é uma cidade no geral bem segura, mas que tem seus problemas de toda cidade grande. Vou falar sobre isso mais pra frente.
Outra coisa que conta muito pra mim é o comércio. Sou muito rata de supermercado, posso não estar precisando de nada, mas tenho que dar uma passadinha diariamente em algum pra ver o que está rolando, ver as coisas diferentes, comprar besteirinhas pra comer, sim eu sou total dessas pessoas. Se fico num lugar mais afastado, terei no máximo uma ou duas opções pra fazer minhas visitinhas diárias, depois de quatro dias indo no mesmo lugar já não tem mais novidade, chato.
Sou aquela pessoa que sempre planeja uma viagem com um dia livre entre as programações imperdíveis. Ou seja, entre uma visita ao Louvre e um bate e volta a Versailles, por exemplo, tem um dia livre pra bater perna, acordar na hora que der na telha, fazer coisas não planejadas e claro, dar uma passadinha no mercado. Fazendo tudo isso preferencialmente a pé, ou no máximo usando um metrô rapidinho por conta da preguiça natural.
Com relação a melhor localização para se hospedar na cidade é um pouco delicado já que isso vai depender muito do seu perfil de viajante, indo um pouquinho além, vai depender principalmente de como é seu estilo de vida. Não adianta você se hospedar em St. Germain des Prés ou Le Marais se você não curte a vibe mais boêmia ou descolada, entende? Eu sugiro que você pesquise cada região com mais cuidado, sempre priorizando o seu estilo de vida e de viajar. Valorize o que é prioridade pra você. Para alguns pode ser estar perto de bons restaurantes, bares. Para mim é extremamente importante estar perto de supermercados e ter transporte público praticamente conectado no meu elevador.
Paris é dividida em 20 distritos em formato de espiral, que eles chamam de arrondissements, que são numerados de 1 a 20. A lógica é mais ou menos a seguinte: quanto menor for o número dele (do arrondissements), mais perto do centro ele é. Pra você ter uma boa referência, o Museu do Louvre, fica no arrondissements 1, sendo assim, bem no centrinho de Paris. No mapinha aqui abaixo você consegue ter uma noção melhor desse espiral e da divisão das áreas.
Você precisa ter em mente que na sua primeira vez em Paris as coisas precisam ser práticas pra ti. Sendo assim, eu recomendaria que buscasse as opções entre o 1º e 8º arrondissements justamente por estar mais perto de tudo e ter tempo de deslocamento muito menor do que em áreas mais afastadas da cidade ou até mesmo fora dela. A Ana Catarina, do Blog Turista Profissional, escreveu um mega post explicando região por região. Ali você vai tirar TODAS as sua dúvidas sobre onde é melhor ficar, de acordo com seu estilo, tenha certeza.
Ahhh, Naira, mas tem algum lugar que você não indique ficar hospedado? Acho francamente que uma unanimidade entre as pessoas que conheço e frequentam Paris faz tempo é o bairro de Montmartre. Veja bem, antes de se espantar entenda que o bairro é lindinho pra passear, tem uma pegada artística super forte e deliciosa, tem a Sacré Coeur, o Moulin Rouge, mas ao cair da noite existem muitos pontos de prostituição espalhados por lá. E então se uma mulher estiver viajando sozinha, como no meu caso, não é das áreas mais tranquilas para estar hospedado, especialmente para chegar tarde da noite. Isso nos leva para o próximo assunto…
Segurança em Paris
De forma geral, Paris é uma cidade segura. Por lá você não vai topar com pessoas armadas pelas ruas, não vai ser roubado à mão armada, não vai sofrer um sequestro relâmpago com seu carro, não vai ser alvo de uma bala perdida, claro que não. Mas não pense que a segurança é 100%. Não é. Acontecem algumas situações delicadas também, quase sempre ligadas a furto. Especialmente em locais onde existem aglomerações de pessoas como nas áreas turísticas, no metrô/trem você precisa ter atenção redobrada. Os “especialistas” tem a mão tão leve que você nem sente que sua carteira pode ter sido levada da bolsa. Mas como assim??!!! Em Paris??!!! Sim, em qualquer grande cidade estamos sujeitos a isso.
Um dos lugares mais conhecidos para golpes na cidade são a escadaria da Igreja de Sacré Coeur e a Torre Eiffel e as histórias são muitas e bem bizarras. Tendo conhecimento delas eu evitei subir pela escadaria principal que fica de frente para a Igreja e também evitei aglomerações na torre. Coloco aqui um link que fala um pouco sobre isso, do pessoal do “Conexão Paris” mas atenção, se ligue nos comentários, onde as vítimas contam mais detalhadamente os golpes que sofreram. O Daniel Duclos do delicioso “Ducs Amsterdam” também tem uma publicação muito legal que fala desses golpes, dá uma lida aqui.
Outra situação delicada e isso falo por experiência de uma amiga e outra por experiência própria é relacionada à prostituição. Uma amiga minha que se hospedou na região de Montmartre tomou uma corrida de uma prostituta que cismou que ela estava querendo tomar um cliente dela, simplesmente pelo fato do cara ter parado para pedir informação, no meio do caminho, justamente onde minha amiga estava parada. Comigo aconteceu algo muito semelhante. Em uma parte de minha viagem, após a press trip, fiquei no 2º arrondissements, uma área super badalada, comercial, bem legal de ficar. Mas, na frente do meu prédio era “ponto” de uma senhora que usava umas roupas estranhas. Até aí, problema dela. O fato é que estava na frente do meu prédio aguardando o Uber de uma colega, que conheci durante a press trip, com sua mala, já que ela estava indo embora nesse dia e fomos abordadas pela “profissional” que nos exigiu que saíssemos da frente do prédio que estávamos atrapalhando seu trabalho. Tentamos explicar em vão que estávamos apenas aguardando o Uber chegar. Ou seja, isso aconteceu em apenas alguns minutos paradas ali na frente do prédio. Deu uma confusãozinha básica e acabamos saindo do lugar pra não complicar pro nosso lado.
Outra coisa que você precisa também ficar atento em Paris é com as “distrações”. Especialmente na saída de algumas estações do metrô ou perto de pontos turísticos algumas pessoas podem te dar uma trombada “acidental” e nessa hora você precisa ficar muito atento. Mulheres, agarrem suas bolsas. Homens, coloquem as mãos automaticamente em seus bolsos. Em alguns casos até crianças são usadas para distrair a pessoa. A criatividade desse povo é grande, acredite em mim. Não é a toa que sempre tem algum guardinha ou segurança orientando o turista a ter cuidado com os “pickpockets”. Eles atuam inclusive dentro de atrações pagas, viu. Então não pode relaxar nem mesmo dentro de algum lugar teoricamente mais seguro. O Louvre mesmo é um dos recordistas de locais onde os “pickpockets” atuam com toda força.
A dica aqui é simples: curta o seu passeio e comporte-se como você se comportaria no Brasil, sempre atento! Não se deixe iludir pela falsa sensação de segurança que a Europa pode te passar. Os larápios da Europa, tanto nativos quanto importados, agem à luz do dia, em aglomerações, em momentos que você esteja distraído ou aberto à interação.
Aqui vão alguns lugares que você deve reforçar sua atenção
Dentro de estações de trem e aeroportos
Logo que desembarcar, não dê trela a ninguém que venha oferecer transporte. Tenha certeza que é pirata. Todos os aeroportos e estações ferroviárias têm pontos oficiais de táxi. Procure usar estes, basta localizar a sinalização e entrar na fila.
Nunca deixe nenhum item de bagagem de bobeira; ele pode desaparecer facilmente. Não dê papo pra qualquer pessoa que se aproximar para perguntar ou pedir coisas, principalmente se estiverem em dupla, essa é quase sempre a estratégia de ação deles, costumam trabalhar em equipe, enquanto um distrai, o outro subtrai.
No transporte público
Metrô e ônibus são os ambientes de trabalho favoritos dos batedores de carteira, os “pickpockets” . Não carregue nada nos bolsos de trás. Ao entrar e sair do vagão, mantenha a mão dentro do bolso onde está seu dinheiro. Use mochila e bolsa à sua frente, sempre! Para total paz de consciência, guarde cartões de crédito/débito/identidade na doleira. Tente também deixar o passaporte no cofre do hotel pra não correr riscos ainda maiores.
Nas atrações turísticas
Junte as recomendações do transporte público com as do embarque na estação de trem: tenha cuidado com bolsos e bolsa, e não dê trela para quem venha puxar papo ou pedir informação. As atrações mais visitadas são o playground natural dos golpistas.
Melhor época para visitar Paris
Bem isso também decide muito da Paris que você quer curtir. Há quem diga que Paris é uma em cada estação. Eu particularmente detestei o verão em Paris. Quente ao extremo, sufocante pra ser bem sincera. E pra ficar ainda pior, estive lá justamente no período que uma massa de ar quente vindo da África se acomodou em várias regiões da França. Um belo dia de céu azul se tornou em um inferno na terra no alto de seus 43º. Sinceramente eu afirmo pra você evitar o verão. A não ser que Paris seja apenas uma parada na sua rota em direção ao mar, no verão europeu. Aí é outra história.
A questão do verão ser tão ruim em Paris é que a cidade não é preparada para ondas de forte calor. Os verões costumavam ser brandos até alguns anos atrás, mas esse cenário vem mudando radicalmente, especialmente na Europa, que vem sofrido com ondas de severo calor. Um grande problema também se refere ao transporte público que não possui ar condicionado. Ou seja, o metrô a qualquer horário está muito quente, principalmente porque as pessoas fogem do sol escaldante para se locomoverem pela cidade. Eu mesma fiz isso várias vezes. Dependendo do calor lá fora, valia mais andar o dobro por debaixo da terra, que apesar de ser quente, não tinha aquele ardor na pele causado pelo sol forte.
Outra coisa que você deve considerar fortemente é a lotação dos atrativos turísticos na cidade. Não há um só lugar que você consiga visitar com alguma tranquilidade. Infelizmente no verão é altíssima (íssima) temporada e já viu né? Filas quilométricas, restaurantes lotados, ruas abarrotadas de gente… tudo aquilo que todo mundo geralmente reclama aqui no Brasil também acontece lá, olha que coisa, né? Acho que já deu pra entender que o verão não é a melhor opção para ficar exclusivamente em Paris, certo?
O oposto, o rigoroso inverno também não é o melhor momento de visitar a Cidade Luz. Acredite, mesmo que você já tenha pegado o frio mais rigoroso do sul do Brasil, se ainda não tem experiência com inverno de verdade, Paris vai ser terrível pra curtir no inverno. E aquela frase batida “Ah, mas eu adoro frio”, nem sempre se aplica por aqui. O frio é de rachar a pele, especialmente no fim de dezembro e janeiro. Fazer algumas visitas a lugares altos como A Sacré Coeur e a Torre Eiffel, por exemplo, podem ser torturantes por conta do vento gelado que corta a alma. Claro que ao seu favor as atrações estarão mais vazias, os restaurantes cheio de lugares e os metrôs bem quentinhos. Dessa vez, positivamente quentinhos.
Sendo assim, nos sobram primavera e outono para desbravar Paris com temperaturas mais amenas, atrações menos cheias, dias mais ensolarados e ainda assim frescos. Mas saiba que é muito normal chover em Paris a qualquer momento, então aproveite para curtir a cidade também com chuva que tem seu charme.
Mais dicas práticas em Paris
Para finalizar esse enorme guia, quase um tratado, vou deixar algumas coisas que considero importante, como alerta, para que você não corra o risco de tomar bronca de algum parisiense e ficar achando que eles são ainda mais antipáticos. Afinal, estamos chegando no país deles, com sua cultura, seus hábitos, nós devemos respeitá-los acima de tudo, ok.
Aproveite e veja também: Paris: Exposição digital “Van Gogh, Starry Night” passeia pelas obras do artista
Metrô
Quando você estiver no metrô vai notar dois assentos próximos às portas que são retráteis. Jamais, em hipótese alguma se sente neles se o metrô estiver cheio. Existem algumas regras que para nós pode parecer estranho, mas no caso destes lugares, eles só devem ser usados se o metrô estiver vazio. Outra coisa, nunca jogue o bilhete do metrô fora. Se algum fiscal lhe pedir e você não o tiver mais, saiba que vai pagar uma multa salgada de 80 euros na hora ou ainda pode ser levado para a delegacia para dar esclarecimentos.
Lugares públicos
Nada de ficar parado no centro de escadas rolantes, esteiras de estações de trem ou aeroportos. Mantenha-se sempre à direita, deixando assim que os apressados continuem circulando.
Restaurantes
Jamais estale os dedos para chamar um garçom nos bares, cafés e restaurantes de Paris. Chamar um garçom desta forma é uma tremenda grosseria, uma vez que esse é um gesto utilizado para chamar cachorros. Não seja rude, acene para ele com um sorriso e será bem atendido. Mesmo que você não veja nada de errado nesta forma de chamar, entenda que estamos falando de outra cultura e é necessário respeitá-la. Não custa nada ser gentil, não é mesmo?
Rua
Aquela máxima de evitar comprar água ou qualquer coisa de camelôs também vale aqui. Você sabia que os camelôs de vários lugares do mundo são obrigados a guardar seu estoque em bocas de bueiros para que não sejam confiscados em batidas policiais? Você sabia também que pagar camelô com notas altas pode ser um verdadeiro imã para alguém passar e sair correndo com seu dinheiro na mão? Não custa nada não bobear certo?
Pessoas
Na boa, educação é obrigatório em qualquer lugar e momento, certo? Então, nada de falar com estranhos sem antes pedir licença. Uma palavrinha de reverência como “ pardon ou excusez-moi” faz toda a diferença para um francês. Seja cordial, sempre cumprimente e olhe nos olhos dos prestadores de serviços e comerciantes, diga bonjour, merci e trate todo mundo como gente importante, ou certamente você vai receber um serviço medíocre.
Pertences sozinhos
Jamais deixe mala, bolsa ou qualquer objeto largado, mesmo que a uma curta distância de você. Neste caso específico aqui eu não estou falando de furtos e sim de questões de segurança. A França vem se protegendo cada vez mais contra as ações terroristas. Geralmente objetos largados logo despertam a atenção da polícia e até mesmo de pessoas comuns, que logo avisam a algum policial por perto. Nas estações de trem ou aeroportos mesmo sempre ouvia mensagens orientando as pessoas a denunciarem objetos abandonados nas plataformas ou nos salões. Se seus pertences virarem “material duvidoso” eles podem ser explodidos e você pode ainda ter que pagar uma multinha básica e bem salgada.
Espero que tenha conseguido tirar algumas de suas dúvidas. Claro que ainda vou falar outras coisas bem legais para fazer por Paris e região, dicas de hospedagem e outras coisinhas mais. Se você tiver alguma dúvida que eu não tenha falado por aqui, deixa lá nos comentários que eu vou tentar responder sempre que possível.
Agora é com você, aproveite muito Paris!
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