Apenas a quatro quilômetros do Centro Histórico de Sintra, fica localizado o Palácio de Monserrate, que foi uma grande surpresa para mim nesta viagem por Portugal. Na verdade, quando fui conhecer o local, eu pensava que ali iria encontrar também muitos objetos que contassem a história de Portugal, como foi no caso do Palácio de Queluz. Até sabia que havia um belo jardim para visitar, mas não fazia ideia do que iria encontrar. A sensação que tive foi de caminhar por quilômetros em meio a mata. Não necessariamente pela distância até chegar ao Palácio, mas pelo tempo que fiquei ali admirando cada cantinho, cada jardim, lago…
A dica aqui é bem simples: desça caminhando, sem pressa, deixe para usar o serviço de transfer que custa 2,50 euros na hora de voltar para cima, acredite em mim, o tanto que você desce, na hora de voltar, pesa em dobro. Mas fique já avisado que vai rolar uma vontade louca de sair fotografando tudo. Fotografe como se não houvesse amanhã, mas sobretudo se permita entrar no clima do lugar que é incrivelmente mágico e siga na descoberta de um dos mais ricos jardins botânicos portugueses.
O Palácio de Monserrate faz a integração perfeita entre exuberantes jardins e um palácio, testemunho ímpar dos ecletismos do século XIX, onde os motivos exóticos e vegetalistas da decoração interior se prolongam harmoniosamente no exterior.
O Parque de Monserrate foi arrendado, no fim do século XVIII, por Gerard de Visme, rico comerciante inglês, que ali construiu uma casa em estilo neogótico. Veio o terremoto de 1755 e torna a casa inabitável. Em 1794, De Visme sub-arrendou Monserrate a William Beckford, mas em 1809, quando Lord Byron visita o local e descreve no poema “Childe Harold’s Pilgrimage, a casa, abandonada, já estava em ruínas.
Desde então, e até os dias de hoje, Monserrate tornou-se, em um local de visita obrigatória de viajantes estrangeiros, sobretudo ingleses, descrito em inúmeros relatos de viagens e gravuras.
Um dos visitantes ilustres foi Francis Cook, outro riquíssimo industrial inglês que mais tarde foi agraciado pelo Rei D. Luís com o título de Visconde de Monserrate, que adquiriu a propriedade e iniciou, com o arquiteto James Knowles, a transformação do que restava da casa de De Visme. Em 1866, o Palácio de Monserrate já estava concluído, num estilo que combina influências góticas, indianas e sugestões mouriscas. Ele é junto com o Palácio da Pena, um dos mais importantes exemplos da arquitetura Romântica em Portugal.
Os fantásticos jardins que circundam o Palácio merecem muito tempo para serem apreciados. Os destaques ficam para o jardim do México, o Roseiral e os Lagos Ornamentais, recentemente restaurados, receberam espécies vindas de todo o mundo e foram organizados por áreas geográficas, refletindo as diversas origens das plantas e compondo cenários ao longo de caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas. É assim, sobretudo graças à intervenção do paisagista William Neville e do mestre jardineiro James Burt e, acima de tudo, ao espírito romântico de Francis Cook, que podemos hoje encontrar no Parque de Monserrate cenários contrastantes que, ao longo de caminhos sinuosos e em convívio com espécies espontâneas da região, como os medronheiros de porte arbóreo, os já muito raros azevinhos e os imponentes sobreiros, surgem ancestrais fetos arbóreos e araucárias, agaves e palmeiras que, recriam um cenário do México, camélias, azáleas, rododendros e bambus, lembrando um jardim do Japão.
Em 1949 o Governo Português adquiriu a propriedade e o Palácio, No ano 2000 o monumento foi entregue à Parques de Sintra para gestão em conjunto a outros lugares emblemáticos da região.
Depois de uma profunda intervenção de reabilitação de coberturas e fachadas, e da instalação de novas redes de infraestruturas, o palácio reabriu no verão de 2010. O restauro dos interiores foi acontecendo à vista dos visitantes até 2016, estando o monumento hoje totalmente restaurado. Vale lembrar que no interior você não vai encontrar uma grande variedade de objetos históricos, como já mencionei lá no início, mas o ambiente em si é muito especial. A Sala de Música, os Painéis Indianos em mármore, a Biblioteca e a Galeria são espaços incríveis que eu destaco.
A Capela
Conta a lenda que no lugar onde hoje encontramos o Palácio de Monserrate, havia vivido outrora um cavaleiro árabe muito querido. Quando esse cavaleiro morreu, foi sepultado por lá e passou a ser venerado com fervor.
Então, durante o século XII, foi construído ali um santuário sobre o seu túmulo. Quatro séculos mais tarde, o Padre Gaspar Preto reconstruiu ali uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Monserrate.
Quanto à capela, pouco resta da mesma, encontrando-se hoje perdida no meio da vegetação. Um dos lugares mais mágicos dessa propriedade, sem dúvida alguma.
Como Chegar
De Carro: Pode chegar à Vila de Sintra utilizando o IC19 (de Lisboa), o IC30 (de Mafra) ou a EN9 (pela A5/Cascais).
De Trem: Comboios de Portugal – Linha de Sintra
Lisboa > Sintra – estações de origem: Estação de Oriente, Estação do Rossio e Estação de Entrecampos
De ônibus: (Scotturb)
Sintra (centro histórico) > Monserrate
Sintra Estação: Da Vila de Sintra, o autocarro (ônibus) nº 435 da Scotturb efetua o trajeto de ligação entre a estação ferroviária e Monserrate.
Os valores e horários costumam mudar durante o ano, por isso confira em www.parquesdesintra.pt/parques-jardins-e-monumentos/parque-e-palacio-de-monserrate/horarios-e-precos.
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