Perder bolas, tomar decisões erradas e não fazer a diferença, mesmo contra uma equipe que, por vários momentos, lhe deu espaço para jogar. A Seleção brasileira perde e está eliminada da Copa do Mundo. É evidente que o aspecto emocional pesa demais em momentos de grande pressão profissional. E pode ser uma das razões para as atuações ruins, mas devemos chorar por conta de uma partida de futebol?
A Copa do Mundo é um exercício constante de conjugação de verbos. Chutar, cabecear, defender, cair, levantar, vibrar, sofrer, ganhar, perder, empatar, mas nunca na história dos mundiais utilizamos tanto o verbo chorar. Se são honestos ou teatrais não importam, o que importa é que não pode chorar por qualquer coisa. MENTIRA!!! Sim, podemos! Por que é o choro que exprime a grandeza dos fatos, sejam eles bons ou ruins. Nesta Copa do Mundo já teve choro de craques, de campeões, de quem perdeu mesmo ganhando e fez história, daqueles que venceram mesmo perdendo e o choro mais sincero, o de orgulho por ter carregado a dignidade de um país até o último apito. Essas lágrimas surgem dos mais orgulhosos olhares, de quem perde, mas sabe que venceu. Mas não teve o choro da “depressão” no melhor “estilo Felipão” e isso já é um grande avanço.
Talvez o grande herói da seleção seja mesmo o técnico Tite, que construiu uma linha do tempo da queda de produção nas eliminatórias sul-americana até o choro das vitórias nesta trajetória até aqui na Copa do Mundo da Rússia. Mas as lágrimas não apagam as memórias, porque se a história do futebol é contada pelos vencedores, na Copa do Mundo isso não existe. É verdade que a conquista ilumina com seu brilho os poucos que tem a honra de erguer a taça, mas são muitos os homens que emprestam sua luz para ela também. Se as lendas são eternizadas pela saudade, os homens do presente mais uma vez nos ensinam que o mais importante é viver o momento, chorando ou não. Pode deixar Seleção Brasileira, no futuro a gente vai se lembrar de vocês como campeões.
Com eliminação do Brasil, Copa da Rússia terá final inédita. Além da certeza de decisão inédita, ainda há boas chances de que a Copa do Mundo da Rússia conte com um finalista que, até então, nunca havia alcançado tal feito. Um deles é a própria Bélgica, que enfrentará a França na semifinal. Croácia, Rússia, Bélgica e Suécia nunca conquistaram o torneio. Já a Inglaterra, adversária da Suécia, é, ao lado da França, uma das duas campeãs mundiais remanescentes no torneio.
O texto contém trechos da crônica “O Choro” apresentado no canal FOX Sports Brasil.