Especialidades da gastronomia nacional, os doces fazem parte da história de Lisboa e região e se misturam à cultura e à tradição dos cafés, esplanadas e confeitarias da capital portuguesa.
Em meio aos aspectos que envolvem um planejamento de viagem para Lisboa, uma coisa é certa: é impossível não degustar dos seus famosos doces. A gastronomia convidativa da capital portuguesa apresenta um capítulo especial reservado à doçaria, que retrata fielmente a história e as particularidades da cidade e das regiões próximas.
No ambiente dos diversos cafés e esplanadas espalhados pela capital, os lisboetas cultivam o hábito de “beber uma bica” (termo conhecido em Portugal, relacionado tipicamente aos cafés de Lisboa) e saborear um delicioso quitute português, o que torna as longas conversas e bate papos entre os frequentadores um ritual que faz parte da cultura local e que já foi externado aos turistas que visitam a cidade.
Muitas histórias e curiosidades, que vão desde a origem até o reconhecimento internacional, destacam a representatividade e a importância simbólica dos doces portugueses para os lusos. Talvez um dos principais itens da doçaria portuguesa e que reserva um capítulo a parte seja o inigualável Pastel de Belém, que continua sendo um dos maiores embaixadores de Lisboa. Em Belém, ponto turístico obrigatório, há uma pastelaria muito especial, cuja fama corre mundo: “a única e verdadeira fábrica dos Pastéis de Belém”.
Reza a lenda que, tal como em relação a quase toda a outra doçaria tradicional portuguesa, a origem dos Pastéis de Belém teria sido uma receita conventual do vizinho Mosteiro dos Jerônimos. Com a revolução Liberal, em 1820, as ordens religiosas foram extintas em Portugal, e os seus conventos nacionalizados. Os trabalhadores laicos que viviam no local, entre eles os pasteleiros, foram arranjando emprego fora dos conventos. Parece que o doceiro dos Jerônimos, detentor da preciosa receita, foi trabalhar para uma refinaria de açúcar das proximidades, e dentro de pouco tempo os “verdadeiros Pastéis de Belém” eram vendidos ao público.
Atualmente, apenas três pessoas estão a par da receita considerada mágica. Um pasteleiro que trabalha na casa há meio século, e dois ajudantes, que também estão ali há décadas. Eles tiveram que fazer um juramento e assinar um termo de responsabilidade para manter segredo sobre a receita. A fábrica produz uma média de dez mil pastéis por dia. Segundo os pasteleiros da casa, as diferenças entre os Pastéis de Belém e os pastéis de nata normais são, além da receita com as proporções certas, o investimento no trabalho manual e os ingredientes de primeira qualidade (farinha, açúcar, leite e ovos).
Além do pastel mundialmente famoso, a doçaria portuguesa apresenta outras diversas especialidades regionais irrecusáveis como o arroz doce, leite-creme, lampreia de ovos, queijadas de Sintra, fofos de Belas, trouxas da Malveira, ouriços e areias da Ericeira, lezírias de Vila Franca de Xira, marmelada branca de Odivelas, nozes e doces de ovos de Cascais, saloios de Bucelas e doce de abóbora com laranja.
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