Decidir escrever para o público não é fácil, ainda mais quando sua profissão não é ligada a isso e o tema que escolhe é algo tão volátil e pessoal.
Comida. Descrever experiências não é tão trivial quanto pode parecer, nunca será. Ainda mais nos dias atuais, em que todos acham que sabem absolutamente sobre tudo. As pessoas erroneamente te chamam de critico, discordam – e muito – agressivamente do que estão lendo, sem se lembrar que aquela é uma opinião pessoal.
Escolher as palavras na hora de descrever uma experiência, e não uma critica, vem tirando meu sono. Mesmo deixando claro aos leitores que aquela é a minha opinião venho recebendo queixas de que minhas dicas não são reais. Esses e-mails me fizeram resgatar um texto da Constance Escobar do site “PRA QUEM QUISER ME VISITAR”, em que ela define com perfeição a dificuldade de passar ao leitor uma experiência. Uma refeição não se trata apenas de comida, envolve ambiente, atendimento, expectativa e acima de tudo sua percepção. E o conjunto da obra.
Eu amo miúdos e você, leitor, pode achar repugnante.
Constance descreve cada experiência como um momento vivo, enquanto o relato seria apenas uma fotografia. Naquele pequeno pedaço de papel se pode ver a gargalhada, mas não se pode vivenciá-la com o mesmo entusiasmo daqueles que viveram o momento.
“E os sujeitos que escrevem sobre eles dificilmente poderão oferecer aos leitores mais do que o retrato, nem sempre absolutamente fiel, de uma experiência fugaz”
Escolher adjetivos, usá-los em abundância quando justo e com cautela em momentos que poderiam passar despercebidos pela correria da vida é uma fórmula aparentemente simples, mas executá-la dá um trabalhão.
Todos somos passíveis de erros, seja o restaurante, eu na minha opinião ou você no seu julgamento. Como bem disse Constance, não criemos expectativas, mas sigamos errando, acertando e vivendo momentos inesquecíveis pelas mesas desse mundão.