Explore o Eixo Histórico de Paris, uma linha que conecta monumentos icônicos, e descubra segredos da Place de La Concorde, da guilhotina e muito mais na capital francesa

Paris é uma cidade que respira história em cada esquina, mas poucos sabem que seu coração pulsa ao longo de uma linha imaginária chamada Eixo Histórico. Estendendo-se de leste a oeste, esse traçado conecta monumentos emblemáticos, revelando séculos de glórias, revoluções e segredos ocultos. Desde os primórdios da tribo Parisi, que se estabeleceu às margens do Sena há 2.500 anos, até o futurístico bairro de La Défense, o eixo é um testemunho silencioso do passado e presente da Cidade Luz.
Tudo começou com os romanos, que fundaram Lutécia no local onde hoje está a Ile de la Cité, ilha que ainda preserva vestígios arqueológicos sob suas ruas. Após a queda do Império Romano, Paris passou a ser governada por reis e imperadores, cujo legado inclui o Palácio do Louvre — hoje o museu mais visitado do mundo, mas que já foi residência real. Foi Napoleão Bonaparte, no entanto, quem deixou uma das marcas mais grandiosas no eixo. Inspirado pela grandiosidade romana, ele ordenou a construção do Arco do Triunfo em 1806, monumento que homenageava seu exército e se tornaria um símbolo eterno de Paris.
Curiosamente, a linha 1 do metrô, inaugurada em 1900 para a Exposição Universal, segue fielmente o traçado do Eixo Histórico, parando em pontos-chave como a Place de La Concorde. Essa praça, hoje adornada por um obelisco egípcio de 3.300 anos, esconde um passado tenebroso: originalmente chamada Place Louis XV, foi palco de execuções durante a Revolução Francesa, incluindo as do rei Luís XVI e de Maria Antonieta. Calcula-se que cerca de 40 mil pessoas tenham sido guilhotinadas ali, transformando seu solo em um cenário de horror. A guilhotina, aliás, foi “popularizada” como método de execução igualitário durante a Revolução, mas seu idealizador, o médico Joseph-Ignace Guillotin, jamais quis associar seu nome à máquina — uma ironia histórica que persiste até hoje.
O Eixo Histórico também guarda surpresas arquitetônicas. O Grande Arco de La Défense, concluído em 1989, estendeu a linha até o distrito financeiro, criando um diálogo entre o antigo e o moderno. Já o Arco do Carrossel, construído por Napoleão, tornou-se o novo marco inicial do eixo após o incêndio do Palácio das Tulherias em 1871, que originalmente ocupava essa posição.
Mas nem tudo no eixo é grandiosidade. A Ile de la Cité, berço de Paris, é um convite para explorar origens humildes: além da icônica Notre-Dame, a ilha abriga a Conciergerie, prisão onde Maria Antonieta aguardou a execução. E se você se perguntar como um obelisco egípcio foi parar no meio de Paris, a resposta está no século XIX, quando potências europeias “coletavam” antiguidades de outras nações — prática questionável, mas que resultou em um dos símbolos mais fotogênicos da cidade.
Para os visitantes, seguir o Eixo Histórico é como percorrer um livro aberto. Cada parada revela camadas de história: do sangue derramado na Place de La Concorde à ambição de Napoleão, da engenhosidade romana à ousadia moderna de La Défense. Paris, sempre enigmática, prova que sua beleza vai muito além da superfície — basta saber onde olhar. Que tal incluir esse roteiro na sua próxima viagem?
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