Atividades culturais voltam a fazer parte de programação da capital paulista; exaltação à negritude atrai novos públicos a museus e galerias

Durante a pandemia, São Paulo viveu períodos atípicos. Da falta do trânsito característico da cidade a uma agenda cultural inexistente, algumas das principais marcas da capital paulista deram um ar diferente ao município.
No entanto, com o avanço da vacinação, muitas atividades já estão sendo retomadas – algumas, talvez, voltem diferentes.
A preferência pelo transporte público para se locomover em São Paulo, por exemplo, é uma tendência que deixou de crescer. Afinal, com o risco de contaminação maior em aglomerações, muitos paulistanos aproveitaram a pandemia para adquirir um carro, seja um modelo novo ou em um leilão de veículos.
Outra mudança, que vem sendo muito celebrada, é a respeito dos conteúdos que mostras e exposições estão trazendo para a cidade. A celebração da negritude é o grande destaque, com uma reparação histórica.
Artistas negros, entre homens e mulheres, historicamente, foram apagados do circuito de artes no Brasil, mesmo o país tendo mais de 50% da população declarada como não-branca. Em grandes exposições, a porcentagem de artistas brancos e europeus continuava predominando.
Apenas em poucos espaços, como o Museu Afro Brasil, artistas negros brasileiros e de outros países recebiam o destaque merecido. Mas algumas mostras indicam que esse movimento está mudando, e artistas não-brancos finalmente poderão ser celebrados em mais galerias e museus.
A “Expo da Consciência Negra”, aberta no final de agosto, é um grande exemplo. Unindo tecnologia, inovação e arte, o evento pretende dar visibilidade à pauta antirracista que está sendo desenvolvida em São Paulo, mas também promover um resgate da história brasileira, trazendo o protagonismo para a população preta.
Os temas da exposição também incluem as diversas lutas por equidade, emancipação e a busca por sensibilizar a população em geral para a permanência da herança escravocrata na sociedade brasileira. Uma das linguagens utilizadas pelos artistas é o próprio Carnaval, símbolo da cultura nacional e que é construído até hoje por uma maioria de negros e negras.
Os visitantes poderão experimentar a exposição de diversas formas, incluindo experiências sensoriais, promovidas por artistas brasileiros e de várias outras partes do mundo, sempre priorizando as narrativas pretas.
Além dessa exposição, paulistanos e turistas poderão visitar a Ocupação Sueli Carneiro, na Avenida Paulista, 149, e a Enciclopédia Negra, na Pinacoteca de São Paulo, em cartaz até 8 de novembro.
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