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Uva Moscatel Roxa: de quase extinta à Rainha de Setúbal

Setúbal, uma bela região que fica coladinha de Lisboa, é uma das famosas regiões vitivinícolas portuguesas e a cada ano vem se destacando na produção de vinhos de grande qualidade.

Uva Moscatel Roxa

Para quem gosta (como eu) de apreciar um bom vinho, ouvir suas histórias, acaba transformando a degustação em um momento muito mais agradável. E foi justamente isso que aconteceu na última sexta-feira, quando estive reunida com alguns poucos convidados, seguindo todos os protocolos de segurança e higiene para uma degustação de vinhos da região de Setúbal, harmonizados com um delicado almoço capitaneado pelo Chef Ricardo Lapeyre, no espaço Prosa na Cozinha. E foi de lá que veio uma bela história.

Entre tantas castas existentes no país, uma quase foi extinta há quase 30 anos e graças a um trabalho dedicado, a casta/Uva Moscatel Roxo se espalha na região por cerca de 45 hectares (ha) plantados da uva. No entanto, na época de quase extinção, havia menos de 5Ha em Setúbal. E hoje, mesmo tendo aumentado consideravelmente a plantação, a uva ainda ainda figura entre as  raras no país. 

Henrique Soares, que faz parte da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS), entidade Certificadora dos vinhos da Península de Setúbal, de Portugal, conta que essa é uma casta muito sensível, que a manutenção na vinha é cara e um tanto exigente. Requer muita atenção e tem de ser colhida assim que atinge o seu ponto de maturação ideal, caso contrário por ser tão doce, é ‘atacada’ por pássaros que se deliciam, deixando apenas as peles e caroços para trás. e todos os produtores a ver navios… 

“Em outros tempos essa uva não era tão valorizada na enologia e ninguém pagava o seu real valor, fazendo com que, os viticultores deixassem de as querer plantar. Muitos foram mais longe ao arrancar estas vinhas, para as substituir por outras, com uvas mais fáceis e rentáveis. Felizmente hoje, a casta é rainha na região, mas o seu replantio, dadas as normas de plantação da U.E., as pressões comerciais e claro as condições financeiras de cada adega, tem sido lento, mas progressivo”, conta  Henrique Soares. 

O almoço

Andréa Fantoni, diretora da Rede Interação de Comunicação, recepcionou os convidados para o almoço harmonizado, elaborado pelo Chef Ricardo Lapeyre, onde puderam degustar dos vinhos e pratos selecionados.

Entradas:

  • Crudo de Robalo, Tartare Cítrico e Creme Azedo

Vinho Piloto Collection Roxo 2019

  • Steak Tartare, Batata Sautée

Vinho Serra Mãe Reserva 2017

Vinho Dona Ermelinda Grande Reserva 2017

Principais:

  • Risoni de Pato, Palha de Baroa (sensacional!)

Vinho Adega de Pegões Colheita Selecionada 2016

Vinho Quinta da Bacalhôa 2016

  • Paleta de Cordeiro Braseada, Aligot de Aipim, Salada de Couve Crua

Vinho Periquita Superyor 2015

Vinho Quinta Brejinho da Costa Reserva 2014

Uva Moscatel Roxa
Alguns detalhes do Menu selecionado pelo Chef Ricardo Lapeyre
Foto: Naira Amorelli

Sobremesa:

  • Pot de Baunilha Madagascar com Praliné de Castanha de Caju

Vinho Moscatel Roxo de Setúbal 2015

2 Comentários

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