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Brasileiras em Nova York driblam crise com criatividade e mantém seus negócios

Durante a crise provocada pelo Coronavírus, o sentimento geral é de muita tensão e incerteza sobre os próximos capítulos dessa história, principalmente para as pequenas empresas lideradas por mulheres empreendedoras. Uma pesquisa realizada pela Rede Mulher Empreendedora (RME) e o Instituto Locomotiva com 1.165 empreendedoras durante a pandemia apontou que a crise significou a interrupção das atividades para 39% dos negócios comandados por mulheres. Outras 47% seguem em funcionamento, mas já sofreram os impactos negativos dos últimos meses. 

No entanto, duas brasileiras empreendedoras que vivem em Nova York, não se intimidaram e conseguiram driblar essa crise e seguir adiante com sua carreira. Nessa matéria elas contam como conseguiram sobreviver à crise e que elas aprenderam com essa experiência. 

A estilista mineira Juliana Butler, se mudou para os Estados Unidos em 2016 e abriu seu showroom, Minimal Knitwear, em New Jersey onde vende para varejo e atacado.  Para se adaptar ao ‘novo normal’, ela focou no mercado digital  e transformou sua social mídia no principal portal de venda. Além, disso Juliana trabalha com só um cliente por vez e hora marcada. 

 “Em tempos de pandemia, fazer compras em e-commerces deixou de ser apenas uma questão de comodidade para se tornar uma segurança. Mesmo com a reabertura parcial do comércio em alguns estados e cidades, consumidores não podem, por exemplo, usar provadores e experimentar roupas no local. Por isso, a expectativa é que a compra de roupas pela internet continue crescendo.”

Brasileiras em Nova York

Em dezembro fazem três anos que Juliana inaugurou sua marca, e ela conta que teve dias que pensou em desistir, porém o amor ao seu trabalho fez com que  fosse insistente e continuasse. “Nos primeiros anos eu gastava mais de 2 horas pra chegar no trabalho, pois moro em NYC e o escritório é em Newark NJ onde mora a maior comunidade brasileira dos EUA. Eu tinha muito medo de ir para o mercado americano e não ser bem aceita, estava confortável ali com meu povo e tudo que já tinha conquistado. Até que o ano passado resolvi arriscar e investir no e-commerce com apoio do meu marido. Deu super certo, atingi um público maior e está sendo incrível essa experiência pra expansão da minha marca, principalmente durante a quarentena”, declara a estilista. 

Já para a esteticista Maria Aires, os desafios foram maiores porque seu trabalho dependia diretamente do contato com pacientes.  No entanto ela conseguiu driblar a crise com criatividade e foco.  “Meu consultório ficou fechado por quatro meses, e muitas preocupações vieram na minha cabeça, até que decidi continuar trabalhando de uma outra forma, fiz um upgrade nas redes sociais, e desenvolvi um projeto que estava engavetado por falta de tempo – foi na quarentena que nasceu a minha linha cosmética Maria Aires SkinCare, contendo 8 produtos para cuidados com a pele.”

Quando o consultório reabriu, ela passou a agendar com diferença de 40 minutos entre um paciente e outro, além de realizar, junto com seus colegas no consultório, o teste de Covid a cada 20 dias.

Brasileiras em Nova York

E ela ainda enxerga um ponto positivo no meio dessa crise.  “Acredito que a pandemia ajudou na conscientização dos protocolos de higiene para este segmento, agora os pacientes entendem a importância de fazer o processo de higienização antes de qualquer procedimento”, diz a esteticista. 

Após toda sua experiência de começar há cinco anos atrás um negócio num país estranho, Maria vê a crise como uma oportunidade para desenvolver outras habilidades e ampliar a mente em busca de alternativas. “Observar as necessidades que a crise provoca e a partir daí desenvolver o produto ou serviços, exemplo : em tempos de crises uns choram outros fabricam lenços.” 

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