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Viagem ao exterior: manter, cancelar ou adiar com o dólar alto?

Alta do dólar preocupa viajantes que já não sabem o que fazer

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Com o dólar e outras moedas subindo sem parar, para nosso desespero,  nos vimos naquele paradoxo da bifurcação da estrada: para que lado seguir? Para onde arriscar? Será que a melhor solução seria adiar a viagem, remarcando para outra data? Será que vale á pena seguir com os planos de viagem? Será que é melhor aceitar o prejuízo de vez e cancelar tudo? 

De acordo com a cotação de algumas moedas na última sexta (6), onde o dólar turismo fechou em R$ 4,86, o euro em R$ 5,51 e a libra em R$ 6,49 nas casas de câmbio, o cenário é mesmo desanimador e claro que pode assustar os viajantes, mas acredite, existem algumas formas de manter a viagem dentro do orçamento se você estiver disposto a ser flexível, entendendo a nova realidade.

Uma boa forma de amortecer a despesa com dólar, por exemplo, muito usada por quem se planeja com antecedência é comprar a moeda aos poucos, ao longo de alguns meses. Desta forma, fazendo uma  compra fracionada, você não garante necessariamente a melhor cotação sempre, mas consegue de alguma forma ter tranquilidade, reservando aos poucos o valor necessário para a sua viagem. Mas atenção: se ainda faltarem alguns meses para a viagem, é mais prudente esperar algumas semanas para comprar dólar. Uma vez que o país atravessa um período de desvalorização do real frente à moeda americana e isso deve se estabilizar em algum tempo. Mas não espere que ele volte ao valor cobrado no ano passado, por exemplo.

Uma boa estratégia para tentar economizar nas conversões e não ter grandes surpresas é não deixar para comprar tudo diretamente no destino. Você pode optar por comprar além da passagem e do hotel com antecedência, adquirir também alguns passeios, entradas em museus, shows, teatros, passes de transporte e demais serviços. E claro, você não pode deixar de contratar seu seguro viagem, especialmente em tempos de coronavírus.

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Uma coisa que costumo muito fazer é planejar meus gastos diários e realizar um depósito médio destes no meu cartão pré-pago, fazendo a conversão da moeda aos poucos. Eu faço uma análise de quanto vou gastar para refeições, transporte local, bebidinhas e comidinhas ao longo do dia, idas ao supermercado e farmácias, uma vez que sou “a louca do mercado e da farmácia” mesmo… tudo isso tem que ser calculado e tendo uma média diária estipulada, fica mais simples se acertar com o orçamento. Ah, mas e se eu  gastar demais num dia? No outro compensa gastando menos. Eu mesma já deixei de almoçar algumas vezes porque queria muito comprar umas “coisinhas” no mercado e compensei com um lanchinho bem básico. Super valeu, não me deu dor de cabeça depois, tem que ter disciplina mesmo. Acredite, você pode ficar super de boas comendo lanches comprados em mercados, deixando os restaurantes apenas para o almoço de alguns dias. 

Existem outras formas de economizar na viagem também, especialmente se ela for mais longa. Uma alternativa é reduzir a sua duração. Na hospedagem, você pode também procurar hotéis de categorias mais simples, diminuir a categoria do quarto, optar por em vez de pegar um hotel de frente para a praia, pegar um duas quadras atrás. Se a viagem for em grupo, dividir quarto com a quantidade máxima de pessoas permitida ou alugar um imóvel de temporada é a melhor opção. Eu costumo usar muito o AirBnb e francamente, adoro!

Se para você não for um problema compartilhar o seu espaço com desconhecidos, outra opção são os hostels, com quartos coletivos. Eu nunca havia tido essa experiência de quarto coletivo até o ano passado, quando me hospedei pela primeira vez em um hostel em Paris, usando um quarto compartilhado (veja aqui minha experiência).

Uma outra forma é utilizar mais o transporte público ao invés de táxis e Uber, especialmente em alguns países que se destacam pela qualidade de seu sistema de transportes. Mas aqui vale uma observação importante: se estiver viajando em um grupo grande, vale a pena cotar o valor de corridas em aplicativos e dividir pelo número de pessoas. Na grande maioria das vezes sai mais vantajoso. Em Lisboa, por exemplo, existe a opção de pedir carros que comportam seis passageiros, em vez de quatro, o que pode sair mais em conta do que pagar seis passagens de ônibus.

Mas não se esqueça também de que andar a pé é gratuito e te dá ainda mais liberdade para explorar o destino.

Também é possível economizar nos passeios, optando por incluir alguns que não são pagos, como parques e praias. Em algumas cidades os museus são gratuitos ou possuem um dia da semana onde não são cobradas entradas. Em outras, não se paga para conhecer igrejas e templos.

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Se ainda assim você compreender que essa viagem já comprada não vai mais caber no orçamento, existe a opção de cancelá-la ou adiá-la. Porém, é preciso ler com cuidado as condições de cancelamento dos pacotes de viagem, passagens aéreas e hospedagem. Nem sempre o valor é devolvido integralmente e, para adiamentos, pode haver taxas de remarcação.

Vale destacar também que se você ainda não comprou, se ainda não pagou por nada relativo a viagem, seria interessante refletir se um destino internacional é a melhor opção para o momento. Lembrando que além da alta do dólar, os casos de covid-19, a doença do novo coronavírus, deixaram os viajantes em estado de atenção.

Mesmo se algumas passagens aéreas e hospedagens estiverem mais baratas devido à baixa procura causada pelo coronavírus, pode acabar não sendo um bom negócio, uma vez que você certamente vai perder na experiência, já que as pessoas estão muito mais reclusas, muitos lugares estão fechados e o clima inevitavelmente vai ficando mais pesado. Neste caso, viajar pelo Brasil seria uma escolha mais segura para não se preocupar com a alta do dólar e com possíveis atrações fechadas pela epidemia da doença.

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