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Samba in the Dark – Artistas brasileiros expõem obras em Nova Iorque

Foi  inaugurada, na galeria Anton Kern Gallery, em Manhattan (NY) a exposição coletiva intitulada “Samba in the Dark”. 

Samba in the Dark

Inspirado em uma conhecida canção de protesto brasileira, “Apesar de Você”, escrita e gravada em 1970 por Chico Buarque no auge da ditadura militar no Brasil (1968-1984), a mostra é um convite à reflexão sobre o atual momento político no país e suas conexões com aquele momento histórico de quando a canção foi criada, também como reflexão sobre o contexto cultural brasileiro e os estereótipos da arte produzida no país.

Assim como a música em que a exposição foi inspirada, a ideia desse coletivo, que tem a curadoria de Fernanda Arruda, Patricia Pericas e Nessia Pope, crítica sem desculpas o governo repressivo dos generais com obras de artes poderosas e metafóricas. 

Nesse espírito, esses artistas contemporâneos canalizam a energia do ativismo generalizado que continua a prosperar no Brasil. As obras exibidas duram várias décadas e abrangem uma grande variedade de materiais. 

Samba in the Dark

Um dos artistas principais dessa exposição é Marcos Chaves, que, em entrevista especial, conta que tem um carinho especial por Nova Iorque, e é sempre uma honra poder expor numa galeria em Manhattan. “Nova Iorque é uma cidade proporciona visibilidade mundial, e é maravilhoso ter esse artistas brasileiros expondo aqui e chamando a atenção do mundo para o problema político atual através da arte”, desabafa. 

Sua principal obra exposta na galeria é a bandeira com as cores da escola de samba Mangueira como os dizeres “Vai Passar” na porta da galeria, que não só serve para realidade política, mas para qualquer situação difícil na vida. “Isso também vai passar”, diz o artista. 

A segunda obra, exposta nas escadarias da galeria foi inicialmente criada para Bienal de São Paulo em 2002, “Morrendo de Rir”, é um trabalho que tem a ver com humor que fica no limite entre a alegria e tristeza, morrer e rir, é um trabalho mais sobre a situação limite das coisas, descreve Marcos. 

A terceira  instalação é um vídeo no elevador da galeria com uma inserção pequena da música do Cartola – Disfarça e Chora – que foi concluída em 2016, quando começou a confusão política no Brasil. . “Eu filmei esse vídeo na cerimônia de abertura nos jogos Olímpicos.”

Com participação de Jonathas de Andrade, assume vivid astro focus, Dora Longo Bahia, Lenora de Barros, Vivian Caccuri, Marcos Chaves, Marcelo Cidade, Rodrigo Franco, Marcius Galan, Cao Guimarães, Lucia Koch, André Komatsu, Laura Lima, Jarbas Lopes, Cinthia Marcelle, Marepe, Arjan Martins, Cildo Meireles, Sérgio Sister, Valeska Soares, Clarissa Tossin, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca e Yuli Yamagata, a exposição Samba In The Dark é bastante política, porém sutil em todos os trabalhos. As obras de arte desta abraçam esses estereótipos animados e energéticos, enquanto transmitem uma mensagem mais sombria sobre o Brasil hoje. Como a bandeira de Marcos Chaves voando para fora da galeria, questionamos: vai passar? Isso vai passar?

A Exposição coletiva Samba In The Dark acontece até 15 de fevereiro na Anton Kern Gallery, (16 East 55th Street – Manhattan), de terça a Sábado, das 10h às 18 horas. 

Samba In The Dark: antonkerngallery.com/exhibitions/samba_in_the_dark.

Samba in the Dark

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