Já perdi a conta de quantas vezes estive no México, sinceramente, esse país é daqueles lugares necessários para visitar a cada ano, seja para limpar a mente nas praias paradisíacas, seja para se empanturrar de comida boa e se refestelar sem culpa, seja para abastecer o HD com informação realmente útil pra vida e para compreender muitas coisas que até então não faziam sentido.
Já estive em muitos cantos pouco conhecido pelos brasileiros, mas um ainda rondava minha cabeça e fazia parte de minha wishlist há algum tempo. Quando cheguei no Zócalo e me deparei com a grandiosidade daquelas construções, com aquele vento gostoso batendo no rosto e com aquela gente tão sorridente e carinhosa eu me perguntei o porque de demorar tanto tempo para conhecer Puebla*. [*Saiba onde se hospedar]
Com quase 500 anos de história e a apenas duas horinhas de carro da Cidade do México, Puebla é a cidade colonial mais conhecida (e lindinha) do país, com um centro histórico declarado Patrimônio Mundial pela Unesco. Ao todo, são 2619 construções seculares, incluindo mais de 20 igrejas e templos, 60 prédios públicos, entre eles a Biblioteca Palafoxiana, que foi a primeira das Américas, e centenas de casarões.
É humanamente impossível não se apaixonar pela cidade ao se deparar com tanta grandiosidade e beleza. O Zócalo é sem dúvida o ponto de partida para esta descoberta. Mas Naira, que diabos é Zócalo? Vamos lá, essa expressão tem origem italiana e é usada para batizar a praça principal de uma cidade – o que os espanhóis sempre chamavam de Plaza de Armas, mas o México encontrou uma forma de caracterizar esse espaço da sua forma. Tudo começou na Cidade do México e hoje toda cidade mexicana que se preze tem o seu Zócalo. Geralmente, o Zócalo é o coração da cidade e onde ficam a catedral e alguns dos prédios mais importantes, como o Cabildo e a prefeitura, no caso de Puebla.
Durante três séculos, essa praça foi um mercado a céu aberto até ganhar sua forma atual, datada em 1854. Tudo que acontecia de mais importante na cidade estava por ali. Desde julgamentos a execuções na forca, que era colocada no meio do Zócalo.
A cidade tem uma ligação muito forte com os anjos, uma das formas como ela é chamada é “Puebla de los Ángeles” devido a uma lenda antiga da cidade que dizia que após terminar a construção da catedral da Nuestra Señora de la Inmaculada Concepción (Nossa Senhora da Imaculada Conceição), no coração da cidade de Puebla, surgiu a pergunta de como deveria ser subido um sino de 8 mil quilos nas suas encumeadas torres (as mais altas da América Latina). A pergunta tirou o sono de engenheiros e pedreiros durante vários dias. Parecia algo impossível de realizar.
No entanto, em uma manhã, os habitantes de Puebla acordaram com a notícia de que o sino já estava na torre, repicando alegremente. “Mas, quem o subiu e de quê maneira?”, todos se perguntaram. Levando em conta que parecia um milagre, ninguém duvidou em atribuí-lo aos anjos, que, todos imaginavam, tinham descido para colocar o sino, que, descansa aí, desde aquele momento.
Eu poderia dizer que existem muitos outros motivos para dar certeza que se trata de uma cidade celestial: suas ruas, suas cores, seu horizonte e, particularmente, seus sabores. A cidade fica encravada no centro do México, e sob a imponente presença dos vulcões Popocatépetl e Iztaccíhuatl. Junte a isso o título de “heróica” por ter sido sede do triunfo das tropas mexicanas sobre as francesas em 1862 (na Batalha de Puebla, e que batalha senhores!!), e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO desde 1987. Tá bom pra você?
Puebla tem incontáveis atrativos que estão bem além do aconchegante Centro Histórico e tenho certeza que você vai se impactar com tanta coisa para fazer por lá.
Ainda na região do Centro Histórico nós encontramos os casarões coloniais coloridos e apaixonantes da Callejón de Los Sapos, a suntuosa Capela do Rosário, o Palácio Municipal, a Galeria dos tesouros da catedral de Puebla, o Museu regional de La Revolución Mexicana (com a fachada repleta de marcas de tiros), o San Pedro Museo de Arte, o Mercado de Artesanias El Parián (perfeito para comprar lembrancinhas), o Museo Amparo que tem um rooftop di-vi-no, especialmente ao fim de tarde, as pontes secretas, a Biblioteca Palafoxiana a Catedral de Puebla e tantos outros lugares incríveis. Vou falar um pouco mais sobre alguns deles.
Biblioteca Palafoxiana
A Biblioteca Palafoxiana, um tesouro histórico e cultural, resguarda uma das maiores coletâneas de conhecimento humano. Seu vasto acervo compreende mais de 40 mil volumes, a maioria deles datam da época da Independência do México e muitos deles datam do século XV. A biblioteca, maravilhosamente restaurada, bela de saltar os olhos, conserva as obras nas estantes originais do século XVIII. Seu nome é relacionado a Juan de Palafox e Mendoza, que foi bispo de Puebla de 1640 a 1655, e o vice-rei da Nova Espanha. Em 1646, este nobre doou ao seminário do Colégio de San Juan 5 mil livros da sua coletânea privada, mas sob uma condição: que os livros ficassem disponíveis não apenas para os acadêmicos mas também para qualquer pessoa alfabetizada.
Desde então, foi estabelecida a primeira biblioteca do continente americano. A delicada estante de cedro, pinheiro, ayacahuite e coloyote foi encarregada em 1773 pelo bispo Francisco Fabian e Fuero para abrigar a crescente coletânea, mas no século XIX um outro nível de estante foi acrescentado.
A Biblioteca Palafoxiana está dentro do antigo convento de San Juan, onde atualmente funciona a Casa da Cultura de Puebla. A Biblioteca ainda ocupa seu lugar original no andar superior, numa ampla sala abobadada. Uma pintura da Madonna de Trapanni feita pelo mestre siciliano Nino Pisano domina a parte central do salão. A biblioteca recebeu diversos reconhecimentos: em 1981, o governo mexicano a declarou monumento histórico, e em 2005, a UNESCO a incluiu na Lista da Memória do Mundo. A qualificação digital com a coletânea da biblioteca foi publicada em 2010. Entendeu porque eu a destaquei? Uma visita por lá é imperdível!
Capela del Rosário
A fachada austera acinzentada do templo de Santo Domingo não revela a opulência que você vai encontrar no interior. Assim que você entrar se encontrará de frente a uma obra mestra da arquitetura e a decoração barroca. O magistral retábulo do altar mor, o púlpito de ônix e o trabalho em gesso e folha de ouro desvia nossos olhares para a extravagância do ambiente, uma característica primordial do estilo barroco mexicano. No entanto, é a Capela del Rosario, localizada no lado sul do altar mor, que guarda a grandiosidade estética barroca mais suntuosa do interior desta igreja.
A igreja de Santo Domingo foi construída em finais do século XVI e a capela, entre 1650 e 1690. É a primeira no México dedicada a Nuestra Señora del Rosario (Nossa Senhora do Rosário). Os dominicanos lhe guardavam grande devoção, já que a tradição conta que a Virgem lhe deu o rosário a Santo Domingo, fundador da ordem. Outro frade da mesma ordem, Frei Juan de Cuenca, concebeu a capela como uma forma de mostrar a veneração dos dominicanos para essa invocação da virgem, mas também foi uma ferramenta no processo de evangelização.
As esculturas de ornato, as pinturas e o trabalho detalhado em folha de ouro, recobrem cada centímetro da capela e criam um efeito deslumbrante; por esta razão, este lugar é chamado de “a casa dourada”. As janelas do nível superior banham de luz natural o interior do local, provocando um belo resplendor dourado. As imagens da capela representam à Virgem Maria, a vida de Jesus ou a ordem dominicana. O sacrário localizado no centro deste santuário contém uma imagem de Nossa Senhora do Rosário rodeada por colunas de mármore; no segundo nível você poderá apreciar uma imagem de Santo Domingo junto com o arcanjo Gabriel. Não perca a oportunidade de admirar um dos mais finos exemplos da arte barroca mexicana!
Museu Amparo
O Museu Amparo, um dos museus mais importantes do México, abriga uma extensa coletânea da arte mexicana pré-hispânica, colonial, moderna e contemporânea.
Este espaço abriu suas portas no mês de fevereiro de 1991. Antes de virar essa belíssima galeria, funcionavam ali uma mansão e um hospital. Ambos foram maravilhosamente adaptados para exibir a coletânea, que oferece uma visão integral dos diversos períodos das culturas do México.
Além de observar os objetos exibidos nas vitrines, você poderá conhecer o que acontecia no resto do mundo na época em que foram criados. O museu foi pioneiro na utilização das tecnologias multimídia; suas exposições se complementam com telas interativas.
Um percurso pelas oito salas dedicadas ao México pré-hispânico lhe permitirá admirar mais de 2 mil peças cuidadosamente selecionadas que representam as civilizações mexicanas antigas. Entre outros objetos, aqui são mostrados alguns copos, figuras antropomorfas e animais, altares, esculturas e ferramentas.
Diferentemente de outros museus, as vitrines não estão organizadas por regiões geográficas, e sim por uma temática geral que permite obter uma vista panorâmica das civilizações mesoamericanas. Um excelente guia é a linha do tempo que abrange uma parede inteira e mostra a história do México desde tempos remotos até a atualidade. De maneira paralela, esta linha mostra os acontecimentos que tiveram lugar em outras civilizações do mundo.
Um casarão vice-real, antigamente propriedade da endinheirada família Espinosa, aloja a coletânea da arte colonial. Esta inclui móveis, peças de madeira talhada e marfim policromado, artigos de prata e objetos de talavera. Atenção especial para a coletânea das imagens da Virgem de Guadalupe.
As pontes de Puebla
Um passeio muito interessante e necessário para fazer em Puebla é o “Puente de Bubas”. A Ponte Bubas é uma passagem localizada no centro de Puebla, uma antiga conexão que data da era colonial. Neste tour você vai aprender a história das profundezas da cidade.
O passeio começa com a sala dos segredos de Puebla em que um vídeo incentiva os visitantes a compartilhar suas memórias e lendas que dão vida à história de Puebla, e uma colagem sobre todo o processo de transformação no Ponte Bubas.
Na segunda sala fica o mural Las Dos Pueblas feito pelo artista Fuentes de María, onde descreve a diferença social em Puebla entre espanhóis e índios. No segundo andar fica o Museu da Água com informações sobre a água e sua importância para a cidade. E no terceiro andar fica o mirante e a parte final do percurso é a Ponte Bubas com o brasão da cidade. A entrada para a Ponte Bubas é gratuita.
Passagem Histórica 5 de maio
A passagem histórica 5 de maio se junta à rede subterrânea que, juntamente com a Puente de bubas formam os “Segredos de Puebla”.
A passagem resgata os valores ancestrais, em uma jornada pelas profundezas da Puebla colonial. Trezentos e cinquenta anos de segredos mantidos sob o Centro Histórico, revelam lendas e histórias nunca contadas.
O túnel conta com recursos de iluminação e audiovisuais que nos permitem conhecer a sua história. Na segunda etapa, descobrimos a relação com a área de Los Fuertes e a sede do General Ignacio Zaragoza em San José, pois o que se acreditava era fundamental para a Batalha de 5 de maio de 1862.
Este túnel cruza os mais de mil metros que se unem à Passagem localizada no Distrito de Xanenetla e à Passagem nos Fortes.
Museu Barroco Internacional
O Museu Barroco Internacional (MIB) é um edifício projetado pelo premiado arquiteto japonês Toyo Ito (Prêmio Prizker 2013), que abriga um lindo acervo do vasto patrimônio artístico e cultural dos séculos XVII e XVIII, uma das eras mais produtivas do mundo.
O local captura a sensibilidade multicultural que ligava o México e especialmente Puebla às manifestações mais avançadas das artes plásticas, música, literatura e ciência, num período de expansão universal do comércio e das estruturas políticas.
Cada sala possui uma didática própria. Todo o local é dotado de alta tecnologia, deixando ainda mais interessante a interação com algumas obras.
Em Puebla se respira uma sedutora mistura do velho e do novo; por toda cidade coexistem universidades, restaurantes da moda, hotéis boutique e encantadores mercados que recebem os visitantes com os braços abertos. Abrigando tantos edifícios considerados históricos, seu primeiro quadro é um dos tesouros coloniais do México, razão pela qual foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Enquanto as cidades mexicanas crescem, Puebla mostra-se mais receptiva e fácil de ser percorrida pelos pedestres. Se você preferir não caminhar (o que eu acho necessário), pode optar por pegar um ônibus turístico de dois andares que sai a cada meia hora do Zócalo e faz um passeio pela cidade com audioguia.
Um grande destaque para a arquitetura e arte barroca da cidade, fica para a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que foi construída entre 1575 e 1640; suas torres, que medem 73,9 metros, são as mais altas do país e de toda América Latina. Seu o chão de mármore, decoração interna em folha de ouro e o impressionante altar mor, desenhado pelo Manuel Tolsá, que retrata os reis e rainhas da Europa do século XVII são de encher os olhos.
O Palácio Municipal também entra no hall dos destaques arquitetônicos da cidade. Construído para ser sede do governo espanhol no início do século XX, possui uma arquitetura neoclássica e uma importante influência francesa. No interior, encontra-se um pátio com uma magnífica escada de mármore.
Outras obras mestras de arquitetura colonial que você poderá admirar em Puebla são o antigo convento de Santa Rosa, que, atualmente, alberga o Museu dos Artesanatos; o convento secreto de Santa Mónica, construído no século XVII; o Museu Universitário, mais conhecido como Casa de los Muñecos (Casa dos Bonecos), um dos exemplos mais peculiares de arquitetura civil do barroco novo-hispano; a igreja de San Francisco, que se encontra na parte mais velha da cidade e a Casa do Alfeñique, que deve seu nome a sua abundante e fina ornamentação de argamassa branca, a mesma que lembra dos doces típicos de Puebla chamados “alfeñiques”.
Mas Puebla não é só história, passado, é também uma cidade moderna, vibrante e jovem. Se de um lado fica o centro histórico declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, do outro fica um moderno e luxuoso distrito financeiro. Puebla é assim: uma cidade cheia de contrastes, onde passado e presente convivem lado a lado, oferecendo ao visitante ótimas oportunidades de negócios, grandes atrações culturais, e, de quebra, lindas paisagens naturais.
Hoje, Puebla é uma cidade predominantemente industrial, setor que responde por cerca de 80% da economia local. Os ramos mais fortes são o têxtil e o automotivo, com muitas fábricas instaladas nos arredores do município e na sua zona metropolitana. Os arranha-céus de Angelópolis estão justamente ao lado do maior tesouro de Puebla: o Centro Histórico.
Teleférico de Puebla
O teleférico é uma atração que une alguns dos lugares para visitar fora do Centro Histórico de Puebla. São duas estações, uma de 58 metros localizada no Centro de Exposições e outra de 48 metros, localizada no Paseo del Teleferico Park, em frente ao Mausoléu de Zaragoza. De lá do alto você terá uma das mais belas visões panorâmicas de Puebla e também poderá avistar os vulcões na paisagem.
La Estrella de Puebla
La Estrella de Puebla é uma roda gigante que foi inaugurada em 22 de julho de 2013. Uma curiosidade, ela recebeu o recorde do Guinness como a maior roda de observação portátil do mundo, com uma altura de 80 metros. A La Estrella faz parte de um complexo na área que inclui o Parque Linear, o Parque das Artes, o Parque Metropolitano e o Paseo del Río Atoyac. Vale conhecer no fim de tarde, o visual do pôr do sol de lá do alto é incrível! Mas leve um casaquinho, ok. Mesmo no verão, assim como no teleférico, bate um ventinho que deixa arrepiado.
Todas as atrações que destaquei merecem sim uma visita, mas não se esqueça que a graça da cidade também é caminhar sem rumo pelas ruas, entre casarões e pessoas desconhecidas e ver a vida passar nos bancos das praças. A Avenida 5 de Mayo, uma rua peatonal – somente para pedestres – é um bom ponto de partida para começar suas andanças pela cidade. Não deixe de passar também pela Plazuela de los Sapos, uma praça onde aos finais de semana acontece uma feira de antiguidades muito bacana. De quebra você poderá se deparar com os tradicionais artistas mexicanos que todos amamos, ouvir os Mariachis que também se apresentam por lá faz parte dessa deliciosa experiência. O clima na praça é muito agradável, com rodas de estudantes conversando e turistas perambulando para contemplar a beleza do local.
Cerâmica Talavera
Considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o centro histórico de Puebla encanta o visitante com um produto muito típico da região: os azulejos que cobrem as fachadas de vários prédios. Eles foram produzidos com uma técnica de trabalho em cerâmica única no mundo, conhecida como Talavera de Puebla, e renderam ao município o título de “Cidade dos Azulejos”.
Porém, a cerâmica de Puebla não é famosa somente pelos seus azulejos. Os ateliês da cidade também produzem belíssimos pratos e vasos utilizando a técnica surgida no século 16 na cidade de Talavera de la Reina, na Espanha, e trazida para o México pelos colonizadores europeus.
A talavera é um tipo de cerâmica branca esmaltada que ainda existe na Espanha. No entanto, hoje, ironicamente, as peças produzidas em Puebla são mais famosas que as do Velho Mundo. Isso se deve em grande parte à contribuição que os artesãos locais deram para o desenvolvimento de um estilo próprio na região. Os povos nativos do México já tinham uma longa tradição de trabalho em cerâmica, e deram um toque especial à esta técnica trazida pelos espanhóis.
As primeiras peças nesse estilo começaram a ser produzidas em Puebla no século 17, quando a cerâmica era pintada basicamente com pigmentos azuis. Com o tempo, as cerâmicas locais se tornaram cada vez mais requintadas, e no século 18 passaram a ser decoradas com novas cores, como verde, amarelo e laranja. Foi nessa época que os produtos dos ateliês da cidade começaram a ganhar fama internacional e se tornaram um patrimônio mexicano.
Para preservar essa tradição, em 1997 o governo mexicano criou um selo de denominação de origem para identificar os ateliês que seguem as técnicas tradicionais de produção da talavera. Atenção: só os artesãos do estado de Puebla recebem essa certificação. Um dos melhores lugares para comprar esta lembrança típica da cidade é na Uriarte Talavera, que fica na calle Poniente, 911. Eu estive por lá conhecendo todo o processo de fabricação 100% artesanal dessa preciosidade mexicana e claro, garanti alguns exemplares para trazer ao Brasil e decorar minha casa.
Puebla se destaca também por sua gastronomia. É impossível estar em Puebla e não se render à cozinha local. O prato mais famoso é, sem dúvida, o mole poblano. É originado nas antigas receitas indígenas, revolucionadas pelas freiras dos conventos novo-hispanos ao acrescentar ingredientes europeus. Para facilitar, trata-se de uma mistura louca e muito saborosa de chocolate, chiles, tortillas, amêndoa, gergelim, nozes, cravo-da-índia e cebola (mas olha que louco, algumas receitas incluem mais de 30 ingredientes), para preparar este molho de fama mundial e orgulhosamente poblano que pode ser degustado durante qualquer época do ano.
Já os chiles en nogada, também típicos da região, somente são preparados no verão pela sazonalidade das nozes e da romã. Esse fator limitante os torna ainda mais cobiçados. E nas sobremesas, Puebla possui uma grande riqueza: tortitas de Santa Clara, bata-doce, dulce de pepita (é um doce típico, feito com “pepitas” que são sementes de abóbora), jamoncillos (doce tradicional feito à base de leite e açúcar, pode ser misturado com noz picada), gaznates (são pãezinhos feitos de lâminas de farinha, fritos e recheados com creme ou merengue) e frutas cristalizadas deleitam os comensais.
O digestivo ideal para acompanhar toda essa farra gastronômica é uma tacinha de rompope (é uma bebida preparada com gemas de ovo, baunilha, canela, amêndoa, leite, açúcar e licor) de Santa Clara. Nos restaurantes você também vai encontrar com muita facilidade as cemitas, uma espécie de sanduíche – ou torta, como é conhecido no centro do México – recheada com diferentes ingredientes.
Em uma caminhada pelos arredores do Zócalo você vai encontrar uma grande variedade de cardápios e preços, que vão desde 30 pesos por uma cemita num modesto restaurante e até 350 por uma refeição que inclui chiles en nogada num bom restaurante. Se você quiser experimentar o sabor mais tradicional de Puebla e acessar a uma enorme variedade de pratos, o Mercado dos Sabores Poblanos é a melhor opção, e os preços são bastante acessíveis.
Se você preferir uma comida mais sofisticada, reserve uma mesa no Mesón Sacristía, um exclusivo hotel boutique onde além de comer, você poderá ter aulas de gastronomia local e aprenderá um pouco da sabedoria culinária poblana.
Puebla é muito mais do que escrevi aqui, existem zonas arqueológicas que ficam ao redor da cidade e merecem um passeio guiado que duram um dia inteiro para conhecer ainda mais sobre a fascinante cultura poblana.
Em breve eu volto para falar um pouco mais sobre elas, aguardem!
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