Localizada na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, dentro do Circuito Serras Verdes, cercada pelas montanhas da Serra da Mantiqueira, Monte Verde possui muitas semelhanças com algumas cidades da Europa. Por isso, é também conhecida como a Suíça brasileira.
Muito comparada à charmosa Campos do Jordão por causa do seu clima favorável a baixas temperaturas, na alta temporada de inverno e nos festivais, chega a acolher mais de 18.000 visitantes.
Não é a toa que sua infraestrutura turística é impressionante: são mais de 100 restaurantes e cerca de 200 meios de hospedagem pra dar conta do recado!
É na avenida principal – a Avenida Monte Verde -, onde estão localizados os principais restaurantes (especializados em Fondues, trutas e comida alemã), as lojas de artesanatos e malhas, queijos e vinhos e as fábricas de chocolates. Muitos dos estabelecimentos são pet friendly. Por isso, você não terá grandes dificuldades em sentar em um dos restaurantes para fazer a sua refeição juntamente com o seu mascote. A maioria deles possui mesas externas ou varandas abertas e recepcionam com muita simpatia os clientes de 4 patas. Um exemplo disso é o Boteco do Lago, onde fomos muito bem recebidas e desfrutamos de um belo almoço com vista para o lago.
Nossa hospedagem ficou por conta da Fazenda Hotel Itapuá, um hotel que se confunde com a história da família. Com personalidade única, cada cantinho da fazenda te faz sentir, de alguma forma, em casa. A equipe super acolhedora, a recepção com lareira e chazinho quente, o café da manhã com sabor de bolo de vó… Em mais de 20.000 m2 de bosques, para onde se olha, se vê araucárias e pinheiros. Onde o silêncio só é cortado pelo canto dos pássaros… e pelo barulho das águas do rio Itapuá que corre ali atrás.
Com sua economia voltada basicamente para o turismo, Monte Verde recebe visitantes o ano todo. Destino sonhado para casais apaixonados e em lua de mel, desejado por amantes da gastronomia, para quem busca relaxamento ou até mesmo compras. Mas é obvio que queríamos muito mais, né? Porque o que a gente curte mesmo é o contato com a natureza. E, se tiver uma dose de adrenalina, melhor ainda! Então, o foco da nossa trip era o ecoturismo e a aventura.
Em um vale a mais de 1.500 metros de altitude, Monte Verde oferece quilômetros de trilhas, dezenas de montanhas e uma extensa área de Mata Atlântica original (que faz parte e é protegida pela APA Fernão Dias) com fauna e flora deslumbrantes.
Iniciamos nosso roteiro com a trilha da Pedra Redonda. Guiadas pelo Marcos, da agência NOSSA VIAGEM TURISMO, eu e a Alegria, embarcamos no jipe e depois seguimos pela trilha em mata fechada. Com cerca de 900m de extensão, a trilha da Pedra Redonda é a considerada de percurso mais fácil e a mais visitada, inclusive por famílias com crianças. Os efeitos da altitude podem dificultar um pouquinho, mas, com cuidado e ritmo monitorado, em cerca de 40 minutos se alcança o seu pico a 1.950 metros de altitude. E, uma vez lá, todo esforço valerá a pena. A visão ampla de toda Monte Verde e mais a vizinha vila de São Francisco Xavier é espetacular. E, se você for no final do dia, ainda leva de bônus o espetáculo do por-do-sol, como nós fizemos.
Na manhã seguinte, a programação era um pouquinho mais desafiadora: decidimos tentar explorar 3 dos principais picos restantes numa tacada só. Acompanhadas pelo guia Melo – do projeto Caminhada Consciente, seguimos para o ponto de inicio da travessia. Nossa rota seria: Chapéu do Bispo, Platô e Pico do Selado.
A trilha até o Chapéu do Bispo é considerada fácil, com apenas 650 metros de extensão, e foi percorrida em cerca de 30 a 40 minutos. No caminho, alguns mirantes que dão diferentes vistas de Monte Verde. Chegando lá, fizemos uma pequena escalada para alcançarmos seu pico a 1.955 metros de altitude. Com espirito aventureiro, a Alegria encarou sua primeira escalada numa boa!
Depois, seguimos pela trilha, cerca de 1,2 km até o mirante do Platô que, na verdade, não é um pico, e sim uma laje extensa de granito que fica a 1.945 metros de altitude.
E, depois de um tempinho de descanso e de contemplação da paisagem, partimos rumo ao nosso cume final e o mais esperado de todos: o Pico do Selado. Um lindo trajeto, com ar místico e de encantamento, com extensão de aproximadamente 5 km. Classificada como nível difícil, a trilha não é recomendada para crianças e nem para cães idosos e sem o preparo físico adequado. Ao chegarmos à base, um presente: uma janela natural feita por duas pedras, que provavelmente rolaram e se encaixaram (não me pergunte como) e, esse encaixe, formou um buraco por entra a luz do sol e moldura a paisagem.
Ali, ao pé do pico você avista um mirante. Mas, não se engane, porque, para alcançar mesmo o cume, é preciso escalar de verdade!
Montamos nosso equipamento, respiramos fundo e encaramos juntas – eu e a Alegria, sob a supervisão do Melo. Eu nem sei quanto tempo durou a subida, acho que nem chegou a 1 minuto. Mas quando chegamos ao topo, e aquela vista de 360º estampou na nossa cara, a sensação foi indescritível.
Nós, ali, pequenininhas, na pontinha daquela montanha – listada como um dos maiores picos do Brasil! Isso não tem preço!
Lá em cima, sentadinhas diante daquela imensidão da natureza, permanecemos emocionadas, com a certeza de que as mais de 5 horas de caminhada, escaladas, frio, esforço físico, efeitos da altitude… nada, nada disso tinha mais importância. Nossa experiência foi maravilhosa e hoje, temos momentos inesquecíveis guardados nas nossas lembranças. Esperamos que vocês também tenham!
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Larissa Rios, fundadora da empresa e portal Turismo 4 Patas, é Turismóloga, especialista em Hospitalidade animal e roteiros de viagem e eventos pet friendly
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