Esporte & Aventura

Búzios, uma cidade com vocação para os esportes

Búzios é uma cidade que vem se destacado para práticas esportivas, não só o mergulho em suas límpidas águas pode ser praticado por lá. Quando estive recentemente em Búzios, pude conhecer um pouco mais desse lugar incrível e as mais diversificadas opções esportivas que com certeza agradarão perfis diferenciados de turistas. Eu sou e sempre fui apaixonada por esportes radicais, e claro, me deliciei com as opções que encontrei.

Asa Delta

Vou começar falando da mais deliciosa descoberta que fiz em Búzios: o voo de asa delta. Quando me falaram que havia esta possibilidade de passeio na minha viagem para Búzios, eu confesso que não levei muita fé. Fui sem esperar muito e dei de cara com uma das mais deliciosas experiências que fiz por lá.

Foto: Otávio Furtado

Vamos começar pelo começo, ok. Você deve pensar que para fazer este voo basta acertar tudo com o pessoal da asa delta e subir até a rampa por conta própria, como acontece em muitos lugares, certo? Bem, pela lógica seria assim, mas não é bem assim em Búzios. Para fazer seu voo de asa delta você já tem que chegar na pressão, com a adrenalina lá no alto. E como isso acontece? Na subida. O ponto de salto é no topo da Serra das Emerências, que fica dentro da APA do Pau-Brasil. Estamos falando de um lugar totalmente preservado, com estrada de terra e pedras, muitas pedras. Não é qualquer carro que chega lá no alto não, e não se trata de uma estrada larga, sinalizada e repleta de segurança para subir. É uma pegada bem hard mesmo, só subindo para entender o lance da adrenalina lá no topo, como mencionei aqui acima. Mas vale suuuuuper a pena.

Minha historia com asa delta vem de longa data, já fiz mais de dez voos ao longo dos anos. Como disse, sou apaixonada por esportes radicais, lembra? O fato é que estava há mais de quinze anos sem voar, e depois de um certo tempo, você esquece muita coisa, acaba sendo quase uma primeira vez. E foi com essa pegada e paciência que o pessoal da Búzios Escola de Asa Delta me conduziu nesta aventura.

Desde a subida, no carro da “família Flintstone” até o pouso, na praia de Tucuns, tudo foi maravilhoso. A equipe é muito profissional, divertida e passa uma super segurança para quem vai se largar aos seus cuidados. Uma das pessoas que estava comigo fez seu primeiro voo e sua alegria e realização pela experiência estava nítida no seu sorriso. A galera é mesmo muito competente.

Tudo começa com um treinamento básico lá no ponto de onde saltamos. Além de nos explicar na teoria como é fazer o voo, como acontece de fato este procedimento, fazemos alguns treinos em terra firme para alinhar não só o passo a passo do que deve ser feito, mas também alinhar a comunicação para que o voo duplo seja bem sucedido. Tudo com muita paciência, com um astral delicioso e com aquele cenário espetacular do litoral de Búzios e sua natureza exuberante para te deixar ainda mais louco para voar. E por falar em natureza, Papai do Céu foi generoso com Búzios. De beleza rara, os amantes da natureza vão encontrar diversas atrações geológicas, naturais e humanas.

A natureza agreste e remanescente da Mata Atlântica, assim como áreas protegidas com animais silvestres, abriga uma diversidade de flores, pássaros e borboletas.

A própria APA do pau-brasil é um exemplo disso uma área de proteção ambiental onde fica a Serra das Emerências é repleta de mata atlântica em forma bruta.

Windsurf

Outra experiência deliciosa e que me surpreendeu foi no mar, desta vez, inédita para mim. Para quem ainda não sabe, Búzios e seus ventos fortes é o lugar ideal para prática de surf, stand up, kitesurf, windsurf, vela e iatismo. A raia de Búzios é considerada uma das melhores do mundo. E foi seduzida por esta informação que me aventurei em uma aula de Windsurf na Escola de Velas Bimba Windsurf, que é um projeto incrível do super campeão e medalhista de Windsurf, Ricardo Winick, o Bimba.

O Bimba  se mudou para a cidade em busca de novos ares e encontrou novos ventos, ventos estes que, segundo ele, possuem todos os tipos de condição, desde os mais fracos até os mais fortes, incluindo nesse ambiente super favorável também, as ondulações do mar. Tudo isso faz de Búzios um lugar muito especial para esta pratica de esportes de velas.

A escola de windsurf surgiu em 2003 como um projeto para atender crianças de baixa renda  e desde então já participaram mais de 50 jovens, entre eles, esportistas que já participaram de campeonatos internacionais. A escola também atende turistas, como foi o meu caso. Infelizmente só tive uma manhã para pegar algumas noções básicas e me aventurar no mar, mas existem opções de cursos mais extensos mediante agendamento.

Eu, que costumo dizer, tenho dois lados esquerdos, fui fazer minha aula sem levar muita fé de que sairia do lugar. E não é que deu certo? Tudo começou com uma bela explicação teórica sobre como compreender e trabalhar com o vento a nosso favor. Fomos para a areia da praia e de lá, com muita atenção ao que nos era explicado ficamos ainda mais curiosos, e eu ainda mais tensa, porque pagar mico era uma coisa tão obvia que eu já tinha me conformado.

Depois da teoria, uma aula prática, ainda na areia, mas já em cima de um prancha com vela, para compreender melhor tudo aquilo que nos foi explicado anteriormente. Neste momento eu confesso que comecei a sentir um pouco mais de confiança a cada “muito bem, Naira” que recebia do professor. Senti que talvez o mico não seria tão grande assim.

Pronto, hora de entrar no mar e colocar em prática toda a teoria. Hora de enfrentar o medo. Sim, apesar de fazer mergulho há mais de vinte anos, acredite, morro de medo do mar e das ondas. Ficar de pé numa prancha, flexionar joelhos, manter a postura correta para não prejudicar a coluna, coordenar movimentos da vela de acordo com o vento, olhar para o local correto e ainda conseguir me equilibrar não seria tão simples assim. E ainda tinha que fazer cara de entendida no assunto para as fotos… aff, era coisa demais pra coordenar, não podia dar certo. E não é que deu??!! E foi ótimo. No princípio você treme muito as pernas, afinal, estar numa prancha de pé requer algum equilíbrio (que não é meu forte), mas depois, você vai ficando atenta aos movimentos que aprendeu e vai entendendo a mecânica da coisa, vai mesmo entrando no clima e vai curtindo muito. Infelizmente meu tempo estava curto naquela manhã e não pude me aventurar mais, mas fica registrado aqui, que na minha próxima vez em Búzios, vou me dedicar a um dia inteiro no mar e ao windsurf.

Golfe

Agora confessa para mim, você sabia que em Búzios você pode encontrar um dos melhores campos de golfe da América Latina? Essa é uma das maiores descobertas que fiz por lá. A cidade possui um campo com 18 buracos e driving range completo em mais de 1 milhão de metros quadrados, e foi projetado por Pete e Pery Dye, dois dos arquitetos mais renomados no esporte. A qualidade do local é tamanha, que o Búzios Golf Club foi escolhido pelo COB (comitê olímpico brasileiro) para treino das delegações das Olimpíadas 2016.

De posse de todas essas informações, lá fui eu me lançar em mais uma modalidade esportiva inédita para mim e adivinha só o resultado? Melhor tentar outra coisa, não deu pro Golf. Lembra que eu disse antes que tinha dois lados esquerdos tortos? Então, aqui só confirmei isso. Pode parecer bem simples, mas para pessoas que possuem um grau pequeno (mas que existe) de estrabismo, acertar uma bolinha em um buraco, por mais próximo que ele esteja, é uma tarefa hercúlea. Não deu, gente. Eu até tive aula com o campeão e diretor do clube, Didier Chasco, que foi um amor e super paciente comigo, mas… não deu. Eu não acertava a posição para segurar o taco, não acertava a força para jogar, assim fica difícil acertar a trajetória da bolinha… acho que era tudo relax demais pra mim, confesso que gosto mais de pressão, de descarga de adrenalina.

 

1 Comentários

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