A partir desta terça-feira, 19, hóspedes do DPNY Beach Hotel, moradores e turistas de Ilhabela terão a oportunidade de remar pelas águas da Praia do Curral, no litoral norte de São Paulo, exatamente como era feito há dois mil anos, quando os Caballitos de Totora, o primeiro Stand Up Paddle (SUP) conhecido da humanidade surgiram no norte do Peru.
A importação de 10 unidades ocorreu após uma longa e detalhada pesquisa para se descobrir a origem deste tipo de embarcação, e é do Peru que esses equipamentos, produzidos artesanalmente, foram importados, em parceria com a Promperú (Comissão de Promoção do Peru para a Exportação e o Turismo). Na literatura recente há indícios de que os Caballitos originaram o surf mundial.
Segundo Heiko Obermüller, diretor geral do DPNY, o Projeto Caballitos de Totora surgiu após o hotel registrar entre os hóspedes intensa procura pelo Stand Up Paddle, a maioria proveniente da Capital e interior de São Paulo. “Buscamos informações sobre a origem do esporte que mais cresce no meio náutico e descobrimos que esta modalidade surgiu há mais de dois mil anos, no Norte do Peru”, acrescenta. Os Caballitos, inclusive, foram declarados Patrimônio Cultural Nacional daquele país.
Mas ainda segundo Obermüller, há teorias de que os Caballitos de Totora (“cavalo de cana”) surgiram no Egito há quatro mil anos e foram parar no Peru há dois mil anos, após os egípcios colonizarem o país sulamericano. “Por isso este tipo de embarcação somente existia no Peru e no Nilo”, ressalta o diretor do DPNY Beach Hotel.
“Vamos organizar passeios em grupos, sempre acompanhados por profissionais treinados. Independentemente das nossas pesquisas e da história do esporte, o que importa é escrevermos a história e temos certeza de que estas maravilhas conquistarão rapidamente todas as praias do litoral brasileiro e esperamos que seja uma nova tendência. Remar como dois mil anos atrás será uma experiência única, lançada exclusivamente pelo DPNY em conjunto com Promperú”, finaliza Obermüller.
Os Caballitos de Totora (“Cavalo de Cana”) são produzidos artesanalmente com caules e folhas de taboa (Scirpus californicus) e projetados para transportar um velejador com a sua engrenagem e para pesca marinha no Peru e em lagos da Bolívia e Peru. A extremidade dianteira (proa) é mais afiada e curvada, com a traseira mais ampla.
As embarcações têm entre 4,5 a 5 metros de comprimento e largura de que varia de 60 centímetros a um metro e peso varia entre 47 e 50 kg a 200 kg, podendo suportar cargas. Por três mil anos sua concepção não teve alterações.
Em algumas praias da costa peruana, como Huanchaco e Pimentel, estes barcos são usados também para o surf esportivo. Nos tempos antigos, era o símbolo de respeito para o povo da costa peruana pelos fios sutis que tecem o equilíbrio ecológico. Na antiga língua da área são chamados de “wachakes”, uma palavra que pode ser traduzida como “buraco de água” e dizem que dá nome ao Huanchaco, um dos últimos redutos de cavalos de juncos no Oceano Pacífico.
O elemento representativo dessa antiga tradição é o uso de totora cavalo, fundamentais herança culturas Mochica e Chimu, que têm sido mantida ao longo do tempo e é um importante símbolo de sua identidade, com um valor histórico imensurável.