Prato número um dos brasileiros, a feijoada ganhou um livro só para ela. Com um diferencial: trata-se de um guia, uma espécie de “mapa da mina” que revela segredos e sabores das concorridas feijoadas servidas nas quadras das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.
A publicação mostra que as feijoadas nas quadras ocupam, hoje, um lugar especial no calendário da cidade. Nos textos de Augusto Carazza, Fabio Fabato e Helena Theodoro, o leitor encontrará histórias, receitas e fotos de muitos personagens importantes que estão por trás desta deliciosa tradição.
As fotografias de Alexandre Sant’Anna são um capítulo à parte. Nas quadras do Salgueiro, Mangueira, Império Serrano, Portela, entre muitas outras escolas, foram registrados detalhes maravilhosos. Há imagens da comida sendo servida, da couve cortadinha, da dedicação das baianas no fogão, das quadras lotadas, da batucada e da ginga das cabrochas.
Além de apresentar as grandes craques do fogão, como Vicentina, da Portela; Tia Zica, da Mangueira; e Tia Surica, entre tantas outras, a publicação reúne o serviço completo sobre cada feijoada (endereço completo, dias que acontecem, horários, atrações musicais e telefones para contato).
Todo o ritual é explicado no livro. Preparar uma feijoada para mil, duas mil pessoas, não é tarefa fácil. Na maioria das escolas ela está a cargo das famosas baianas. Um dia antes, elas já colocam as carnes salgadas “de molho” para retirar o excesso de sal e compram com antecedência todos os ingredientes. No dia do evento, um seleto grupo de baianas chega cedo à quadra, por volta de seis, sete horas da manhã. Enquanto as carnes (tripa, pé, orelha, etc.) cozinham, um trabalho que requer paciência, algumas baianas cortam as folhas verdes (couve, cebola), as linguiças e o bacon. É impressionante o nível de concentração, afeto e devoção. Não à toa, a feijoada é retrato fiel do sincretismo de nossa gente.
Guia de feijoadas das escolas de samba do Rio de Janeiro
Coordenação editorial Luiza Figueira de Mello Gonçalves – Concepção Augusto Carazza e Regina Lucia Sá – Textos Augusto Carazza, Fabio Fabato, Helena Theodoro – Marketing cultural Marcela Bronstein – Pesquisa Adriana Baptista – Fotografias Alexandre Sant’Anna – Tradução Susan Lake Elkind, Marlene de Souza
Fundada em 2004 pela editora e jornalista Luiza Figueira de Mello, a Réptil desenvolve livros que valorizam a arte em suas diversas expressões. Unindo qualidade textual e alto padrão gráfico, a editora busca registrar a riqueza cultural brasileira em livros capazes de estender as fronteiras territoriais, sempre através de propostas criativas e inovadoras.