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Extinção do Ministério da Cultura, corte de verbas… É a crise na cultura internacional.

 

A crise financeira na Europa transformou a Cultura em uma das maiores vítimas da política de austeridade que passou a dominar todo o continente diante de dívidas colossais.

O caso mais drástico é o de Portugal. O governo português optou em 2011 por acabar com o Ministério da Cultura, pasta agora transformada em secretaria. A medida teve como consequência a fusão de grupos artísticos e uma verdadeira gritaria, dentro e fora de Portugal, diante da opção de sacrificar a cultura.

Em Madri, na Espanha, a situação não é muito diferente para o setor, o governo espanhol anunciou que, para 2013, os museus do Prado, Rainha Sofía e o Thyssen-Bornemisza sofrerão cortes de orçamento de mais de 30%. Em termos gerais, o Estado espanhol reduziu seu apoio à cultura em 70% em apenas quatro anos.

Frente do Museu do Prado (Madri-Espanha)

Mas não são apenas Portugal e Espanha que estão vendo cortes drásticos no setor das artes. Os cortes também têm afetado a Cultura na Holanda, país que tem uma das taxas de desemprego mais baixas da Europa, o governo anunciou o corte de US$ 265 milhões no orçamento para a cultura, uma redução de 25% em 2013. Já na Grécia, em apenas um ano, o Ministério da Cultura grego viu seu orçamento ser reduzido pela metade. 

Não são poucos os músicos de orquestras e mesmo professores dos conservatórios espalhados pela Grécia que, no último verão europeu, optaram por pedir empregos nos barcos turísticos que percorrem as famosas ilhas gregas, para tocar nos jantares ou mesmo em bares do convés.

Além de afetar dezenas de grupos artísticos, o corte ainda coloca em risco os projetos de manutenção de locais arqueológicos do país, uma verdadeira mina de ouro para atrair o turismo. Segundo o  presidente da Associação Grega de Arqueologistas, alguns dos principais templos do país estão prestes a desmoronar.

Nem na Itália, um dos pilares do desenvolvimento cultural do Ocidente, o setor foi poupado. O prestigioso Teatro Scala, em Milão, soma uma dívida de 7 milhões e os cortes já começaram para fazer frente a essa situação. Diretores do grupo de dança, dos corais e mesmo da orquestra do teatro aceitaram há dois meses um plano para reduzir em 10% seus salários, sob a condição de que ninguém seria demitido. 

Matéria Original de Jamil Chade, correspondente do Grupo Estado, com informações do Jornal Primeira Chamada, O Estado de São Paulo, Estadão e TAM nas Nuvens.

Foto: Divulgação – Governo da Espanha

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