Festival Funarte Acessibilidança trará apresentações nos dias 27 e 29 de outubro

Montagens de dança do Rio de Janeiro são lançadas no Festival Funarte Acessibilidança, totalmente voltado à acessibilidade

Festival Funarte Acessibilidança

A Funarte lança nesta semana, nos dias 27 e 29 de outubro, mais dois espetáculos cariocas premiados pelo Festival AcessibilidançaDiversidade na dança através da singularidade de cada bailarino e Elementos disponíveis para outras composições serão disponibilizados no canal da Fundação no YouTube, em vídeos com audiodescrição e Libras. A etapa final contempla projetos da Região Sudeste. Logo após o lançamento, as apresentações ficam acessíveis em no site. Na plataforma on-line, o público já pode conferir os espetáculos das demais regiões do país.

Na quarta-feira, dia 27, às 20h, a Funarte exibe Diversidade na dança através da singularidade de cada bailarino, da Cia. Carioca sobre Rodas. O trabalho foi criado a partir do projeto Carioca sobre Rodas, mesmo nome da atual companhia. O objetivo principal era ensinar dança de salão para cadeirantes, além de promover a diversidade na dança, inserir os dançarinos na sociedade e trabalhar os benefícios que a modalidade proporciona ao corpo e à mente. O vídeo apresenta as singularidades da dança de salão adaptada aos bailarinos cadeirantes e andantes, ressaltando a diversidade com a inclusão de dançarinas idosas e plus sizes.

“Por todo esse tempo, crianças e adolescentes cadeirantes tiveram a oportunidade de experimentar os benefícios que a dança traz para suas vidas, por meio da inclusão social com os andantes, além dos benefícios físicos e psicológicos. É notável que a linguagem corporal na coreografia e o desempenho corporal de cada dançarino proporciona a mesma emoção pela dança e a beleza dos movimentos, sem fugir da linguagem da dança de salão”, conta o grupo.

Segundo a diretora, Viviane Macedo, realizar o espetáculo durante a pandemia foi um desafio para cada bailarino. A paixão pela dança, contudo, superou as dificuldades. “A montagem envolve vários ritmos de dança como: bolero, zouk, samba, tango, sertanejo, entre outros, em corpos diferentes do que é visto nas produções teatrais”, ressalta a bailarina. “O intuito é, justamente, promover uma discussão sobre o que um corpo ‘perfeito’ pode apresentar num espetáculo de dança e o que é perfeito para cada pessoa. Acredito que vale a pena a reflexão para identificar cada ser humano, valorizar suas qualidades e lidar com cada um”, reforça a diretora.

O projeto Carioca sobre Rodas foi idealizado pela pentacampeã brasileira de dança esportiva em cadeira de rodas, Viviane Macedo, em 2012. Por meio do fortalecimento físico e emocional, a dança capacita as pessoas com deficiência, fortalece sua forma de pensar e de transformar o meio social onde vivem. O projeto também atende pessoas que moram em áreas carentes.

Elementos disponíveis para outras composições, também do Rio de Janeiro, será lançada no dia 29 de outubro, às 20h. A Cia. Gente compilou três obras do criador da companhia, Paulo Emílio Azevedo: Procedimentos de 1 Pseudópodo (2009); Procedimento II Urbano (2008), e Gudubik (2011). Para a criação, novas cenas foram incluídas, para produzir um redimensionamento do olhar sobre a diferença e rearranjos estéticos pautados na diversidade corporal. 

Segundo o grupo, a intenção é fomentar o diálogo com o público sobre a diferença. “Sugerem-se interações a partir de outras representações possíveis e positivas do corpo com deficiência, avançando, artística e epistemologicamente, sobre a categoria inclusão, a fim de nascer a ideia de protagonismo. Limitações passam a ser consideradas como possibilidades estéticas”.

Gravada no palco do Teatro Cacilda Becker, na Zona Sul do Rio, a performance teve como base de pesquisa uma série de experimentos: “o lúdico, o jogo e as representações”. “O trabalho é pautado no reconhecimento e no protagonismo de outros corpos em cena, sem fazer deles uma prática de superação de uma dada anomalia. Pretende-se potencializar uma nova relação, permeada pelo olhar, na qual a ‘limitação’ seja apreendida como possibilidade estética ímpar, única”, ressalta o grupo.

A programação do Festival Funarte Acessibilidança segue com a apresentação de mais dois premiados de São Paulo: Annata, no dia 3; e Só se fechar os olhos, no dia 5 de novembro. As montagens Coisa de Anjo e Olhares Ímpares, do Rio de Janeiro; Conexões, de São Paulo, e Húmus, de Minas Gerais, já podem ser apreciadas no canal da Funarte no YouTube.

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