Em um cenário totalmente novo, há uma cobrança excessiva para esse público
Considerada uma luta histórica, entre os grandes desafios enfrentados pelas mulheres em cargos de liderança chamam a atenção: a equidade salarial, reconhecimento entre os próprios colegas e o tratamento recebido dentro da empresa, entre outras condições de trabalho que escancaram diferenças entre executivos e executivas.
“De fato, mesmo com todos os esforços para garantir a igualdade entre homens e mulheres, em alguns setores, o mercado é ainda mais desafiador para as líderes. O mundo não é mais o mesmo, mas, para algumas pessoas, o tema ainda é visto com um tabu, dentro e fora das empresas”, avalia a psicóloga, Nayara Teixeira, gerente técnica da MAPA – empresa especialista em soluções de RH, que alia big data a ferramentas e estratégias de capital humano.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados pelo Valor Econômico, estimam que, embora as mulheres representem 70% da força de trabalho na área da saúde no mundo, elas ocupam apenas 25% das posições de liderança.
Em 2019, um levantamento feito pela consultoria Bain & Company junto com o LinkedIn evidenciou que só 3% das cadeiras mais altas nas empresas do Brasil são ocupadas por mulheres. Ao analisar todos os cargos gerenciais, uma pesquisa do IBGE revelou que elas estavam presentes em apenas 38% deles em 2018.
Além de todas as diferenças e preconceitos já existentes, com a chegada da pandemia, surgiram outros desafios para as mulheres em cargos de liderança, como, por exemplo, conciliar a realização dos afazeres domésticos, dar atenção aos filhos e cumprir todas as tarefas do home office. “Um cenário totalmente novo e uma cobrança excessiva para que todas as atividades sejam realizadas com perfeição”, comenta a psicóloga.
Para a especialista da MAPA, se antes da crise, organizações e equipes gerenciadas por mulheres já saíam na frente, no ‘novo normal’, empresas que investirem e potencializarem a presença delas nesse cargo, proporcionando a devida atenção para esse tipo de liderança, terão grandes chances de driblar os desafios com maestria.
“Com certeza, esse é um tema de ampla discussão e de diferentes visões. Para alguns colaboradores, estar sob o comando de uma mulher, ainda causa um certo desconforto e estranheza. Ao normalizar valorizar a presença feminina nesse tipo de ambiente, todos sairão ganhando”.
Reflexo disso, o Índice de Igualdade de Gênero Bloomberg (GEI) 2020, revelou que empresas administradas por uma CEO têm mais representatividade de gênero nas lideranças.
“Com personalidade, características e comportamentos diferentes dos homens, cabe ressaltar que os ganhos não ficam apenas dentro da empresa, os benefícios são estendidos à sociedade, afinal, cria-se empatia e o fortalecimento da diversidade nesses ambientes. É uma luta histórica”, finaliza a especialista.
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