CRIAndo Rede oferece atendimento a crianças e adolescentes na Maré durante pandemia

UNICEF, Luta pela Paz, Observatório de Favelas e Redes da Maré se unem em meio à pandemia para fortalecer a rede de proteção de crianças, adolescentes e jovens da Maré

CRIAndo Rede

Perante a pandemia da Covid-19, o UNICEF se une às organizações da sociedade civil Luta pela Paz, Redes da Maré e Observatório de Favelas para desenvolver o projeto CRIAndo Rede: proteção à vida de crianças e adolescentes na Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O objetivo do projeto CRIAndo Rede é fortalecer a rede de proteção social e políticas públicas com foco em crianças, adolescentes e jovens vulneráveis do território, bem como suas famílias. Segundo dados do Censo Maré, das 140 mil pessoas moradoras da região, 52% têm até 30 anos, sendo 24,5% com até 14 anos e 27,4% entre 15 e 29 anos.

“Neste momento de pandemia, sabemos da importância do apoio psicossocial e da identificação de violências contra crianças e adolescentes vulneráveis, que foram intensificadas com o isolamento social. É necessário também identificar os gargalos dos serviços de proteção de crianças e apoiá-los para melhorar o acesso e a qualidade do atendimento”, afirma Luciana Phebo chefe do Território Sudeste do UNICEF no Brasil.

Entre as ações do CRIAndo Rede que serão desenvolvidas até o mês de setembro, estão as doações de cestas básicas e kits de higiene para mais de 6.000 famílias. Além disso, o projeto vai realizar atendimento psicossocial remoto com assistentes sociais, psicólogas e advogada, a fim de identificar e responder a situações de vulnerabilidade envolvendo famílias com crianças e adolescentes da Maré.

Para a coordenadora do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré, Lidiane Malanquini, iniciativas como essa são de suma importância para a comunidade: “A Maré é o conjunto de favelas mais populoso do Rio de Janeiro, com uma grande representação de crianças, adolescentes e jovens. Neste momento de pandemia, é muito importante pensarmos em ações específicas para essa parcela da população que deem conta desse novo contexto, fortalecendo e potencializando a rede de proteção social”, pontua.

Com o intuito de promover o fortalecimento das famílias diante dos múltiplos fatores de risco à violência e à violação de direitos, serão criados espaços online seguros de apoio psicossocial para mais de 300 crianças, adolescentes e jovens. Jovens mobilizadores da Maré também atuarão como agentes promotores da saúde mental, produzindo e disseminando conteúdo. “Vamos oferecer atendimento psicológico remoto, utilizando a metodologia dos Diários da Quarentena, uma ferramenta de acompanhamento do processo de cuidado da saúde mental”, aponta Juliana Tibau, diretora presidente do Luta pela Paz.

Também será realizada uma pesquisa sobre violência contra crianças, adolescentes e jovens e a rede de proteção na Maré. “O estudo visa levantar dados e análises para subsidiar ações de prevenção da violência e fortalecimento da rede de garantia de direitos de crianças, adolescentes e jovens no território”, esclarece Raquel Willadino, diretora do Observatório de Favelas.

Será realizado ainda o mapeamento de atores da rede de garantia de direitos para identificação de gargalos do sistema local de proteção. A ideia é realizar recomendações às políticas públicas para adaptação e fortalecimento da rede e protocolos durante e pós a pandemia.

As organizações trabalharão de forma conjunta, cada uma com sua especialidade, com intercâmbio de conhecimentos, informações e experiências. Estratégias e ações sinérgicas serão colocadas em prática com intuito de fortalecer a rede de proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Assim, como resultado, espera-se mitigar os danos causados pela pandemia em crianças, adolescentes e jovens da Maré.

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