Fazer meditação engloba autoconhecimento, autocontrole e, consequentemente, autocura é um ponto essencial na contribuição que cada um de nós pode dar para melhorar não só a nossa vida, mas o próprio planeta como um todo.
O isolamento social que boa parte dos brasileiros vive hoje, como medida de enfrentamento contra a pandemia do coronavírus, é uma oportunidade única para que, cada um de nós, se volte para dentro de si, desenvolva o autoconhecimento, o autocontrole e, consequentemente, inicie um processo de autocura, se aprimorando como ser humano. Esta é a avaliação da psicóloga Regina Tavares, fundadora do Instituto Aum – Centro de Desenvolvimento da Psique, que sugere alguns caminhos para que as pessoas consigam ter sucesso nesta busca pelo desenvolvimento pessoal durante este período, incluindo o processo de cura e autoperdão chamado Ho’oponopono.
O primeiro passo é não se envolver diretamente ou energeticamente com as discussões tão polarizadas que tomaram conta das redes sociais ou das conversas hoje em dia. “Toda essa vontade que muitas pessoas possuem de ter razão e de convencer o outro é um desejo do ego que nos afeta de modo negativo. Infelizmente, a maioria das pessoas ainda tem a necessidade de aprovação do outro, para se aprovar a si mesmo, e isso é um motor que acelera esse tipo de discussão, gerando muitos conflitos emocionais”, explica Regina.
Na avaliação dela, o radicalismo de opiniões sempre existiu, mas a partir de 2018, durante a campanha eleitoral para presidente da República, foi ampliado e ficou mais evidente e agressivo, provocando divisões em familiares e amigos. Nos últimos meses, com a politização da questão da saúde pública, as divergências se tornaram ainda maiores. E, novamente, vemos todo mundo tentando convencer o outro da sua “verdade”. “O fato é que não temos o poder de mudar o outro, mas temos em cada situação a oportunidade de escolher como nós vamos reagir à realidade que nos cerca e, com isso, podemos dar nossa contribuição para melhorar nosso mundo interno e também o externo”, acrescenta.
De acordo com ela, esse processo, que engloba autoconhecimento, autocontrole e, consequentemente, autocura é um ponto essencial na contribuição que cada um de nós pode dar para melhorar não só a nossa vida, mas o próprio planeta como um todo. Segundo a física quântica, o mundo é, na verdade, um grande “oceano” de energias e os nossos pensamentos (e os sentimentos gerados por eles) impactam diretamente sobre toda essa energia, criando e recriando a nossa realidade, num movimento permanente. Cada um de nós é responsável pelo mundo que existe e, ao mesmo tempo, cada um de nós, pode ser parte da solução, da construção de uma realidade melhor do que esta. A física quântica mostra que o mundo não é a coisa rígida e imutável que parece ser. Em vez disso, é um lugar que está fluindo continuamente, sendo construído por meio dos nossos pensamentos e emoções individuais e coletivos.
E isso tudo começa pelos cuidados que devemos ter com o nosso mundo interior e pela maneira como lidamos com o dia a dia, incluindo-se aí todos os obstáculos, desafios ou “problemas” que enfrentamos. “Cada um de nós tem a opção de como reagir no seu cotidiano a uma notícia negativa ou a uma opinião diferente. O que devemos evitar a todo custo (se desejamos um mundo melhor) é reforçar o inconsciente coletivo atual, provocando novas discussões e tentando mudar o modo como outras pessoas pensam”, destaca a psicóloga.
Existem diversas ferramentas terapêuticas que podem ajudar a lidar com essas situações, buscando o autoconhecimento e principalmente o autocontrole. “A partir do autocontrole, poderemos observar e reagir às situações desagradáveis de outro lugar, mais sereno, e de uma maneira diferente, mais construtiva, mais positiva”, afirma Regina, que também é Pós-Graduada em Psicologia Positiva, ciência que foca na felicidade das pessoas e não em seus problemas. Uma das ferramentas mais eficazes para lidar com este tipo de situação, segundo Regina, é o processo de cura havaiano chamado Ho’oponopono, do qual ela é uma das principais especialistas no Brasil e uma das maiores responsáveis pela sua aplicação no País – um movimento iniciado aqui por volta de 2008. O Ho’oponopono é uma terapia integrativa criada cerca de 6 mil anos atrás, na Polinésia, mas que começou a ser difundido globalmente em meados da década de 1970, pela havaiana Mornah Simeona, que modernizou e popularizou a prática.
O Ho’oponopono é a “porta de entrada para a meditação”, explica Regina. O Ministério da Saúde, conforme a portaria 145, de 11 de janeiro de 2017, incluiu a Meditação no rol de terapias complementares disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Ho’oponopono, prática conduzida inicialmente pelos “Kahunas” (nome dado aos sacerdotes no Havaí), já é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como parte integrante das terapias integrativas e complementares desde 1976, tendo valiosa ação preventiva, uma vez que age na dissolução de conflitos emocionais, principais causadores de desordens crônicas.
Segundo os princípios do Ho’oponopono, precisamos assumir total responsabilidade por tudo o que acontece em nossas vidas. Se estamos enfrentando dificuldades – na vida particular e também no País – e, portanto, a nossa realidade pessoal e coletiva não está como gostaríamos que estivesse, isso é resultado do que todos nós, juntos, estamos projetando no mundo, consciente ou inconscientemente. E fazemos isso a partir de padrões tóxicos em nosso inconsciente. “São nossas memórias negativas, frutos de experiências ruins que tivemos, que provocam esses padrões repetitivos. Com o Ho’oponopono, conseguimos pouco a pouco apagar essas memórias, anulando os sentimentos que elas geram e purificando os nossos pensamentos”, acrescenta Regina.
A prática mais simples do Ho’oponopono consiste em repetir, diariamente, muitas vezes por dia, as quatro fases sagradas “Sinto muito”, “Me perdoe”, “Te amo” e “Sou grato”. “Elas devem ser palavras cotidianas em nosso vocabulário, que vão nos ajudar a limpar nossas memórias até atingirmos a paz mental, emocional e física, que é o lugar onde reside a divindade dentro de cada um de nós e o local no qual estão as verdadeiras soluções para a nossa vida e o mundo”, explica. “Na medida em que eu assumo 100% de responsabilidade pelo que eu estou sentindo e criando a cada momento, na medida em que sigo limpando em mim os pensamentos tóxicos de julgamento, crítica, culpa, raiva, ‘estou certo/o outro está errado’, as memórias compartilhadas vão sendo dissolvidas. O autocontrole se expande. Eu vou melhorando, o outro vai melhorando, o Brasil vai melhorando e o mundo vai melhorando”, conclui.
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