Coturnos seguem em alta e estações frias destacam pedrarias e acessórios em distintos calçados
Longe de ser uma lista das roupas mais populares em cada estação, a moda capta o momento de cada sociedade e transmite ideias em vestimentas, acessórios e calçados.
Assim como as estações do ano, a moda não permanece estática, mas se modifica, em um jogo entre resgatar tendências passadas e inseri-las de um novo modo na modernidade. E, ao fazer essa constante releitura, revela a transformação de hábitos e valores em uma sociedade.
A estilista Coco Chanel, por exemplo, tornou-se um marco de sua época ao romper algumas divisões entre vestuários femininos e masculinos, permitindo às mulheres usar calças, blazers e chapéus — peças antes destinadas somente aos homens.
Além disso, ela inovou ao aparecer publicamente de cabelos bem curtos e roupas mais justas, diferentemente dos vestidos volumosos que costumavam ser moda entre as mulheres até então.
Tendências para 2020
Em 2020, as tendências para a temporada de outono e inverno são marcadas por roupas mais coloridas, especialmente em tons neon, com forte presença de diferentes estampas e texturas. Peças com babados e franjas, além de laços, também estão em alta.
As capas são uma peça charmosa e ganham destaque nas estações mais frias. Além de proteger contra o frio, essas vestimentas são absolutamente versáteis, podendo acompanhar desde calças e blusas mais casuais, em reuniões informais, até vestidos mais clássicos, no ambiente de trabalho ou em festas.
Calçados em alta na estação
No que se refere aos calçados para o outono, se destacam os tênis, especialmente, aqueles com um modelo mais esportivo — peça cada vez mais versátil nos armários.
Os coturnos também não saem de linhas e seguem sendo tendências para o outono deste ano. Queridinhos por boa parte do público, principalmente nessas estações, os coturnos serão usados nos mais distintos modelos. Estarão em alta desde os mais tradicionais, em cores escuras, até os modelos mais inovadores, com salto, cadarços e outras tonalidades, como os tons terrosos e o verde-militar.
Apesar de ser mais comum em bolsas, no inverno 2020, o matelassê chega com tudo em calçados. Ao conceder um aspecto clássico e elegante nas peças em que se encontra, o material aparecerá em sapatos com ou sem salto, podendo se distribuir uniformemente no calçado ou estar presente em detalhes, destacando a sua textura.
Para os que curtem um estilo mais retrô, calçados em matelassê são uma boa pedida. Também conhecido como “jacquard acolchoado”, esse material se caracteriza pelo volume macio que pode ser preenchido por tramas grossas feitas de lã cardada, fibra ou algodão.
Outro aspecto importante se refere à presença de pedrarias e correntes em diferentes tipos de calçados. Podendo estar presentes em botas e coturnos até sandálias e mules, esses acessórios são capazes de dar charme e levantar os visuais mais simples do dia a dia.
Origem das tendências
Observações cuidadosas sobre um determinado momento histórico ajudam a compreender o vestuário de uma determinada sociedade. Toda tendência parte de um grupo social e, ao tornar-se um comportamento de um determinado público, torna-se tendência, que pode se manter regional ou atingir parâmetros globais.
A partir de estudos que reúnem História, Sociologia, Semiótica e Arte, os estilistas tentam captar o espírito de seu tempo e levar peças que podem ser uma promessa do que está para explodir às passarelas.
Se, em tempos antigos, só eram destinados espartilhos e vestidos bufantes às mulheres europeias, a moda contemporânea questiona cada vez mais a divisão de vestimentas entre os gêneros e a pressão de padrões estéticos a serem seguidos por um e outro.
Moda contemporânea
Hoje, a popularidade mundial do feminismo questiona padrões e influencia a adoção de roupas que deem mais liberdade de escolha, tanto a homens como a mulheres. Atualmente, já é possível encontrar lojas exclusivamente voltadas para o comércio de vestimentas unissex.
Outro tema sensível a estilistas e marcas de todo o planeta é a sustentabilidade. A preocupação com o consumo desenfreado de elementos da natureza, desde água até algodão e pele de animais, prova questionamentos sobre os hábitos de compra e a criação de mecanismos de transparência sobre a cadeia produtiva das empresas da indústria têxtil.