No próximo domingo (10/11), o projeto “Surdos Que Ouvem” vai promover uma caminhada na Praia de Copacabana em homenagem ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez.
O “Surdos Que Ouvem” – surdosqueouvem.com – é um projeto com viés social colaborativo e de inclusão. O objetivo é ampliar o impacto online do Crônicas da Surdez e criar um consistente legado offline a partir da desmistificação da surdez e da propagação de informação sobre reabilitação auditiva.
A realização da caminhada na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, tem como objetivo promover representatividade, inclusão e para poder debater sobre a grande diversidade que existe na deficiência auditiva. O ponto de encontro será na esquina da Avenida Atlântica com a Rua Santa Clara, às 09h30 e são esperadas centenas de surdos, seus familiares e simpatizantes à causa.
“A ideia da caminhada surgiu com o objetivo de promover acolhimento e reflexão, assim como fazemos diariamente com o nosso trabalho a frente do projeto e das plataformas digitais do Crônicas da Surdez. Os índices da abrangência da deficiência auditiva são alarmantes e precisamos falar sobre o tema. De acordo com dados da World Health Organization, 466 milhões de pessoas no mundo têm deficiência auditiva de grau incapacitante, fora os outros graus. As projeções apontam que esse número vai crescer exponencialmente nos próximos anos, chegando a 630 milhões em 2030 e 900 milhões em 2050. O Brasil já é o sexto país entre os 12 mais populosos do mundo com mais deficientes auditivos. Pulamos de 10 milhões de surdos em 2008 para 13 milhões em 2018”, alerta Paula Pfeifer, fundadora do Surdos que Ouvem.
Escritora com dois livros publicados, palestrantre e uma surda que ouve, Paula Pfeifer é residente do Facebook Community Leadership Program e foi a partir da iniciativa que criou o Surdos que Ouvem, projeto fruto de seu trabalho a frente dos canais Crônicas da Surdez. Assim como a caminhada, todas as iniciativas criadas por ela visam promover acesso à tecnologia e uma rede de afeto e informação de qualidade que crie um verdadeiro impacto na vida das pessoas. Sejam elas surdas, suas familiares, amigos e também na população em geral.
“As pessoas acham que surdo é quem não ouve nada e que todo surdo usa Libras. O universo da surdez é infinitamente mais amplo. Ela têm graus: leve moderado severo e profundo, todos passíveis de tratamento e reabilitação. Eu, por exemplo, sou uma surda que ouve graças à tecnologia: tenho dois ouvidos biônicos. Não existe cura para a surdez ainda, mas meus implantes cocleares, enquanto estão ligados, me permitem ouvir tudo. Vamos aproveitar o dia 10/11 para mostrar tudo o que a tecnologia é capaz de fazer pelas pessoas surdas hoje. Tecnologia é qualidade de vida e independência!”, completa Paula.