Em meio a uma epidemia de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, uma nova preocupação pegou em cheio aos tutores de animais de estimação nos últimos dias: Afinal de contas, os nossos mascotes podem ser atingidos pela Dengue, pelo Zika vírus ou pela Febre Chikungunya – doenças transmitidas pelo Aedes ?
Felizmente, a resposta é NÃO. Apesar do mosquito conseguir picar outros animais, ele só é capaz de transmitir a doença para os humanos. E a explicação vem de um estudo publicado no Journal of Medical Entomology, em 2001, de autoria da Dra. Harrington, que diz que o sangue humano tem uma determinada concentração de uma proteína chamada isoleucina, utilizada pelo mosquito para sintetizar suas reservas energéticas e se reproduzir. Desta forma, o homem é o único reservatório vertebrado do vírus da Dengue, Zika e Chikungunya.
Entretanto, apesar dos cães não fazerem parte do ciclo da dengue, infelizmente, eles fazem parte de ciclos de outras doenças gravíssimas transmitidas por alguns tipos de mosquitos.
Nos últimos dias, uma preocupação gigantesca se instalou dentre os tutores de pets quando se viu nas noticias que o mosquito Aedes aegypti, seria também transmissor da Dirofilariose.
Mais conhecida como a doença do verme do coração, é provocada por um parasita chamado Dirofilaria immitis, que, até então, achava-se ser transmitido somente pelo mosquito Culex (ou pernilongo).
De acordo com o Dr. Gabriel da Silva Seabra (CRMV 17203-SP), responsável pelo Centro de Saúde Animal ZOOVET, a informação se confirma: o Aedes aegypti pode sim ser um risco para a saúde dos cães. “A doença está mais presente em regiões tropicais e subtropicais e afeta mais comumente animais entre os 3 e 5 anos de idade, embora possa ser diagnosticada também em cães de outras idades”, diz o Dr. Gabriel.
A Dirofilariose enfraquece o músculo cardíaco do animal à medida que o verme avança entupindo a cavidade cardíaca, dificultando o bombeamento do sangue, causando a insuficiência do músculo cardíaco e até mesmo edema pulmonar. Os principais sintomas são: cansaço excessivo, tosses frequentes, perda de apetite e rápido emagrecimento. A doença pode ser diagnosticada através de exames de sangue e ecocardiograma que detectam a presença de vermes e o coração aumentado. Uma vez diagnosticada a doença, o tratamento é complicado, mas existem remédios que impedem que as larvas cresçam e se reproduzam, agravando o quadro.
Prevenir é sempre a melhor opção. E o Dr. Gabriel complementa: “A prevenção é fácil de ser realizada através da administração de antiparasitários (vermífugos) apropriados e do uso de coleiras repelentes ao mosquito”, finaliza.
Outras dicas que podem auxiliar a manter o mosquito bem longe do seu mascote são:
* Ter vasinhos com citronela plantados em casa (funciona como repelente natural);
* Manter telas nas portas e janelas;
* Evitar passear com seu pet em horários de maior atividade dos mosquitos (como final de tarde, por exemplo);
* Utilizar repelentes de insetos apropriados para animais, como os que são a base de citronela ou extrato/óleo de Neem, sempre que forem sair de casa ou se o seu mascote passa algum tempo no quintal;
* Se você morar em região litorânea de grande risco para Dirofilariose é interessante conversar com o veterinário para iniciar um protocolo preventivo mensal.
Na dúvida, informe-se sempre com o seu medico veterinário de confiança e proteja o seu melhor amigo para que possam continuar aproveitando os passeios juntos.
Agradecimento especial ao Dr. Gabriel da Silva Seabra, do Centro de Saúde Animal ZOOVET, e sua equipe, pela super colaboração nesta matéria. www.zoovet.com.br
Larissa Rios, fundadora da empresa e portal Turismo 4 Patas, é Turismóloga, especialista em Hospitalidade animal e roteiros de viagem e eventos pet friendly