Pesquisa feita na América Latina mostra cenário das viagens para as férias de verão. No Brasil, aumentou o índice de pessoas que está fazendo planos para viajar, apesar da pandemia
Quase 60% dos viajantes latino-americanos pretendem viajar nos meses mais quentes no Hemisfério Sul, um índice 14 pontos percentuais acima do apurado no ano passado (veja resultados específicos do Brasil mais abaixo). É um dos dados apontados por mais uma pesquisa da Interamerican Network, agência de comunicação, marketing, digital e representação comercial especializada em Turismo, que vem investigando os hábitos dos viajantes desde o começo da pandemia da COVID-19.
A quantidade de viagens que os latino-americanos pretendem planejar no período varia entre uma (48,61%) e duas a três (48,23%), em companhia da família (35,69%) ou do par romântico (28,16%), para a praia (26%) ou destinos urbanos (22%) e dentro do próprio país (43,40%). Viagens internacionais, segundo os respondentes, apenas daqui a sete a 12 meses (26%) ou após 12 meses (26%). O meio de transporte preferido é o avião (47%), enquanto o tipo de hospedagem de preferência é um hotel de rede conhecida (31%). Os principais gastos com a viagem, segundo eles, são a passagem aérea (33%) e a hospedagem (25%), seguidos de restaurantes (16%), compras (14%) e passeios (13%).
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Danielle Roman, presidente e CEO da Interamerican, comenta que as viagens voltaram, mas ainda com cautela: “as pessoas estão sedentas por viagens. O avanço da vacinação e a queda nas taxas de infecções e mortes dão o pontapé que faltava para a retomada do Turismo. Porém, ele volta com cautela, com exigências muito claras de segurança, tanto sanitária quanto financeira, o que é bom para todos. E a natureza em constante evolução do coronavírus, como estamos vendo agora com a nova variante ômicron, exige atenção especial de todos ao organizarem suas viagens”.
Preocupações de ordem econômica e relacionadas à pandemia seguem impactando as viagens. Dentre os fatores mais importantes no planejamento das férias, segundo os entrevistados, estão promoções/ofertas (23%), orçamento e segurança/higiene dos fornecedores (ambas com 21%), destinos com baixo risco de COVID-19 (18%) e flexibilidade para remarcar a reserva (17%). “O fato também é sentido no que diz respeito às fontes de informação preferidas para consulta durante o planejamento: fontes oficiais, como governos e OMS, com 19%, lideram, porém, seguidas de perto por sites de reservas de viagens (18%), fornecedores como hotéis e companhias aéreas (16%), imprensa (13%), Google (12%) e, empatados cada um com 11%, blogs e redes sociais”, diz Danielle.
Na pesquisa, foram ouvidas 1.117 pessoas na América Latina, no mês de outubro de 2021. 54% delas era do sexo feminino, 39,21% eram casadas com filhos e as faixas etárias mais presentes foram de 45-54 anos (25,69%), 35-44 anos (23,19%) e 55-64 anos (22,65%). Dentre os 16 países que participaram da pesquisa, respondentes do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Chile e Peru foram a maioria, nessa ordem.
Para ter acesso aos dados completos da pesquisa na América Latina, clique aqui.
Resultados no Brasil
No Brasil, também aumentou o índice de pessoas que diz querer viajar ainda este ano nesta pesquisa, em comparação com aquela feita em outubro de 2020. Antes, eram 34%, índice que subiu para 38,7% em outubro de 2021 (considerando viagens em até dois meses). Em segundo lugar no ranking mais recente aparece a opção de viagens daqui a três ou quatro meses (24,5%). “Isso indica que a temporada de verão no Brasil vai ser movimentada, com os viajantes enfim matando a saudade de pegar a estrada e empresas do setor de turismo vendo, enfim, a volta do movimento a seus estabelecimentos. Recomenda-se apenas atenção com eventuais medidas extras de segurança sanitária que podem vir na esteira da nova variante ômicron”, afirma Osmar Maduro, diretor da Interamerican e coordenador da pesquisa.
Sobre a quantidade de viagens que pretendem fazer, 49,2% responderam que apenas uma, enquanto 47,7% declararam o desejo de fazer de duas a três viagens nos próximos meses.
Dentre os fatores mais importantes no planejamento de uma viagem, os impactos econômicos e de saúde causados pela pandemia também são sentidos no Brasil, apesar da maior movimentação dos viajantes. Orçamento e Promoções aparecem em primeiro e terceiro lugares, respectivamente. Precauções de segurança e higiene dos fornecedores, Destinos com baixo risco de COVID-19 e Flexibilidade para remarcar a reserva completam a lista em segundo, quarto e quinto lugares, respectivamente.
Apenas 3,4% dos entrevistados dizem não pretender viajar no futuro próximo. Das três razões apresentadas como opções para não fazê-lo, aquelas relacionadas ao impacto da pandemia ainda são sentidas: segurança sanitária foi a mais escolhida, com 47,1%. Na sequência, motivos financeiros (35,3%) e falta de tempo (17,6%).
Viagens em família (36,3%) ou com o par romântico (30%) são as modalidades mais escolhidas. Destinos de praia são os preferidos, como em todas as últimas pesquisas, seguidos por destinos urbanos, de grandes cidades. A maioria (50,2%) declara que pretende viajar dentro do País, índice que voltou a subir em 2021: no segundo semestre de 2020, ele era de 47%.
Quanto a viagens para fora do País, somente daqui a 12 meses foi a opção mais escolhida, com 35,1%, seguida de daqui entre sete e 12 meses (27,5%), o que sugere, além das incertezas impostas pelo coronavírus, também o impacto da alta do dólar no orçamento, uma vez que as fronteiras de muitos países já reabriram para os brasileiros.
O meio de transporte de preferência é o avião, seguido do carro próprio, o que reforça a tendência de viagem no próprio país. Os meios de hospedagem escolhidos são, nesta ordem, hotéis de redes, pousadas e casas ou apartamentos de aluguel por temporada. Casas de parentes ou amigos e hostels são as opções menos votadas para o público entrevistado.
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Segundo os respondentes, passagem aérea e hospedagem representam os maiores custos de uma viagem. Gastos em restaurantes e com passeios vêm em seguida. “E, conforme sugerido nas pesquisas anteriores, talvez não se possa mais afirmar que fazer compras é uma das principais atividades dos brasileiros quando viajam, uma vez que, das cinco opções apresentadas, esta apareceu como representando o menor impacto nas contas”, diz Osmar.
No Brasil, órgãos oficiais, como governos e OMS, também foram escolhidos como a principal fonte de informação para pesquisar antes de tomar a decisão de viajar. Na sequência, diferentemente da média latino-americana, aparecem, em ordem de maior escolha, imprensa, sites de reservas de viagem, fornecedores como hotéis e companhias aéreas, redes sociais, Google e, por último, blogs. Em comparação com a pesquisa realizada no ano passado, pode-se ver um grande ganho de importância da imprensa como fonte confiável de informações e a perda de terreno dos blogs na preferência dos brasileiros nesse quesito.
Para ter acesso aos dados completos da pesquisa no Brasil, clique aqui.
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