Profissionais enfrentam dificuldades para se tornarem sócias de escritórios
O mercado de trabalho na área da advocacia, hoje, tem cerca de 49% de mulheres de até 40 anos que estão inscritas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). É o que aponta uma pesquisa feita pelo jornal JOTA. Em relação às mulheres mais jovens, de até 25 anos, o número é consideravelmente superior, chegando a 64% dos inscritos na OAB na mesma faixa etária. Em números absolutos, são 44.297 advogadas em comparação a 23.931 advogados de até 25 anos; nos de idade um pouco mais avançada (até 40 anos), somam-se 343.203 mulheres e 260.512 homens no total. Entre 26 e 40 anos, as mulheres ainda dominam como 55% dos profissionais. Nas últimas faixas etárias, no entanto, ocorre uma inversão: os homens correspondem a 54% na faixa entre 41 e 60 anos, e 68% entre os que têm mais de 60 anos.
O fato de as mulheres predominarem nas faixas etárias dos mais jovens reflete um dado interessante. De acordo com o último Censo da Educação Superior, as mulheres são maioria entre os alunos matriculados no ensino superior, em uma proporção de sete para dez. No curso de Direito, as mulheres representavam 54,9% dos alunos em 2014, segundo o Observatório do Ensino do Direito. Isso ocorre porque as mulheres conseguiram avançar nos estudos nas últimas décadas e passaram a ingressar no mercado de trabalho em áreas especializadas, de nível superior.
A situação, no entanto, ainda é preocupante quanto ao número de mulheres em cargos de liderança na área do Direito. A headhunter da Laurence Simmons, Heloisa Toller, falou sobre como a proporção de mulheres nos cargos de diretoria em escritórios de advocacia é preocupante em relação às estudantes e aprovadas no Exame da Ordem. Algumas empresas têm tentado mudar esse quadro com algumas iniciativas, como o escritório Mattos Filho (um dos maiores do Brasil), que criou o Programa de Diversidade e Inclusão nos processos seletivos de jovens talentos.
Ainda há muito a ser feito pela frente, mas a expectativa é de que as mulheres conquistem mais cargos de poder não só na área do Direito, como também em outras áreas do conhecimento. A McKinsey, consultoria empresarial, lançou uma pesquisa intitulada “A diversidade como alavanca de performance”, que mostrou que a diversidade pode atrair mais ganhos financeiros, pois seus times costumam ser mais inovadores que as concorrentes, resultando positivamente no impacto das campanhas empresariais.
A nova geração de mulheres que está entrando conquistando seus espaços e a receptividade das empresas para a diversidade são itens fundamentais para esperar que, daqui a alguns anos, os números estejam ao menos equilibrados.
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