A segunda onda do coronavírus está se espalhando pelas áreas rurais da África, onde o sistema público de saúde se encontra com as unidades de UTI lotadas e recusando pacientes.
Assim que o governo começou a reduzir o lockdown e começou a reabrir o comércio, o continente registrou 10 mil a – 12 mil casos diários. E o Quênia registrou quase 90 mil infecções e 1,5 mil mortes apenas em novembro, embora os especialistas digam que a contagem real seria muito maior devido a testes inadequados e contando apenas a mortalidade hospitalar.
Em uma entrevista exclusiva, a fundadora da Rebirth of a Queen (uma organização sem fins lucrativos no Quênia que abriga meninas que fogem de casamentos forçados, violência doméstica e assédio sexual), Pauline Juma, disse que os grupos mais vulneráveis da comunidade são crianças e mulheres.
“Desde o surto do vírus a situação econômica da maioria das pessoas está sendo afetada e a pobreza está aumentando. Uma das consequências disso são o aumento da violência à mulher, gravidez na adolescência e ainda crianças desaparecendo de suas casas”, conta a ativista.
Ela complementa afirmando que essa segunda fase do vírus está mais complicada. “No início da pandemia havia medo porque o vírus era desconhecido e a população seguia mais as regras de cuidado e higiene. Mas agora os cidadãos estão quebrando as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). As escolas estão abertas, e estamos recebendo mais casos de crianças e professores contaminados ”.
Para atender a demanda de mulheres e crianças pedindo ajuda, o Rebirth of a Queen está fazendo uma campanha de conscientização sobre a violência de gênero nas comunidades através das redes sociais, Eles tentam enviar uma mensagem de esperança às sobreviventes e aumentar a conscientização sobre a violência contra mulheres e crianças.
“Administramos um abrigo que resgata adolescentes, crianças e sobreviventes de violência de gênero. O abrigo tem 14 meninas no momento, e nosso objetivo é dar a elas segurança contra seus agressores e fornecer necessidades básicas, saúde mental e autonomia econômica “, explica.
Além disso, ela também mantém um projeto de mentoria para adolescentes, criando uma plataforma de combate à violência na comunidade; capacitando-os por meio da educação.
A organização não recebe assistência governamental. No entanto, eles estão trabalhando em colaboração com um escritório de advogados do departamento infantil para garantir a segurança das meninas no abrigo.
De acordo com Pauline Juma, a maioria das mulheres que sofrem violência são agredidas pelos seus “provedores”, por isso uma das maiores dificuldades que essas mulheres encontram quando deixam suas casas, além da psicológica, são as financeiras.
“Se pudermos criar um sistema para apoiar economicamente as mulheres, podemos resolver metade dos problemas que elas e essas crianças enfrentam. Uma coisa é ser pobre e outra ser vulnerável”.
Os projetos futuros do Rebirth of a Queen são conseguir um espaço permanente para construir um abrigo que irá acomodar mais de 50 meninas e uma escola para o grupo de mulheres mais vulneráveis no Quênia.
Pauline Juma tem um plano de dez anos que consiste em 47 abrigos sustentáveis em 47 condados do Quênia, começando em 2021.
“Pretendo me concentrar mais em projetos sustentáveis como agricultura, criação de conteúdo e moda artesanato para tornar o custo operacional do abrigo e nossos programas mais sustentáveis”, disse a fundadora do Rebirth of a Queen.
**No momento, a fundação está em crise e precisa mudar para um espaço maior para acomodar todas as mulheres e crianças refugiadas que chegam. Para os interessados em doar, basta entrar neste link.