Às vésperas do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21/1), Federação das Associações Muçulmanas do Brasil faz lembrete: garantir o exercício do direito à liberdade religiosa não deveria ser um pleito num país laico como o Brasil”
O Brasil traz em sua Constituição um artigo que garante a liberdade religiosa: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Ainda assim, nunca se falou tanto em intolerância religiosa. E a FAMBRAS, Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, fala em nome do Islam às vésperas do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado no dia 21 de janeiro.
“Garantir o exercício do direito à liberdade religiosa não deveria ser um pleito num país laico como o Brasil – onde convivem pessoas das mais diferentes origens e cultura. Ao país, deveria caber, apenas, a missão de proteger e garantir a igualdade religiosa assim como – por meio de ações e amparado pelas leis – inibir a tolerância, o vilipêndio a símbolos religiosos e a indução ilícita à conversão à determinada doutrina”, defende o vice-presidente da entidade, Ali Zoghbi. “A nação brasileira deve manter-se à margem dos fatos religiosos, sem beneficiar ou promover uma ou outra denominação ou promover juízo de valor”.
De acordo com a FAMBRAS, existem cerca de 1,5 milhão de muçulmanos no Brasil. O país conta com 90 mesquitas e mussalas (salas de oração) e 80 centros islâmicos. É uma religião minoritária no Brasil, mas no mundo, são quase 2 bilhões de muçulmanos, ¼ da população mundial.
Zoghbi reforça que o muçulmano sofre por estereótipos criados pela sociedade e que, muitas vezes, são reforçados pela mídia. “Não é difícil encontrar materiais com representações negativas aos muçulmanos e ao Islam, sempre os relacionando à violência e a agressões”, ilustra. “A FAMBRAS acredita que a ‘islamofobia’ muito se dá por dois fatores: pela desinformação e pela impunidade. E vem trabalhando no sentido de mostrar o que a religião prega em sua essência. Em se tratando dos muçulmanos, o que posso afirmar sem medo de errar, é que o Islam é uma religião que prega a paz, a caridade, a justiça social e defende o diálogo com as demais religiões”.
O vice-presidente acredita que, para vencer a intolerância religiosa, garantindo que cada brasileiro professe sua fé sem qualquer receio, são necessárias leis que reforcem esta liberdade religiosa e que tragam punições a quem vai contra este direito. “Mais do que criar leis, o Brasil também precisa de mecanismos de fiscalização e, claro, de punição rápida e efetiva para os criminosos. Se houver impunidade, de nada adiantarão os esforços dos legisladores”.
Por fim, Zoghbi compartilha sua esperança por avanços na sociedade no que diz respeito à intolerância religiosa: “Que possamos viver novos tempos, sem intolerância ou julgamentos feitos com base em religião, etnia, condição social, gênero ou país de origem. É preciso olhar cada pessoa e reconhecer seu direito de viver com liberdade e justiça. ”
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