Quem nunca sonhou em viajar para uma ilha deserta e gozar de um merecido período de descanso? Pode parecer um sonho, mas a verdade é que no passado muitas pessoas foram transportadas para ilhas, para ali permanecerem encarceradas. Estas prisões não só inspiraram diversos filmes, como também já serviram de cenário para algumas produções cinematográficas. Vem conferir com a gente algumas Ilhas belíssimas pelo mundo que um dia já foram prisões.
Alcatraz, São Francisco, Estados Unidos
A Ilha de Alcatraz, situada na Baía de São Francisco, na Califórnia, recebeu esse nome graças a um explorador espanhol que a chamou de “Isla de Alcatraces” (Ilha dos Gansos), e foi convertida na temida prisão em 1934. O local recebia os criminosos mais perigosos e incorrigíveis de outras prisões, e um total de 1.545 pessoas — entre elas o infame Al Capone — foram encarceradas em Alcatraz durante os quase 30 anos em que ela esteve em atividade.
A “Rocha”, como também era chamada, ficava a cerca de 2,5 quilômetros de distância de São Francisco, e rodeada por águas gélidas com correntes pra lá de perigosas. No entanto, isso não impediu que alguns prisioneiros tentassem escapar de Alcatraz — 34 no total. Desses, a maioria morreu na tentativa ou foi recapturada, embora cinco continuem sendo listados como desaparecidos.
As atividades na penitenciária foram encerradas em 1963, devido aos altos custos de operação, e a ilha foi invadida por nativos norte-americanos em duas ocasiões durante essa mesma década. Em 1971, os ocupantes foram expulsos por agentes federais e, em 1972, Alcatraz passou a fazer parte da Área de Recreação Nacional Golden Gate. Hoje, a ilha recebe mais de um milhão de visitantes por ano.
Coiba, Panamá
É a maior ilha do Panamá e está rodeada por águas infestadas por tubarões.
Até à colonização da América, eram os indígenas que moravam na ilha. Mais tarde passou a ser habitada por piratas. Em 1919 foi construída uma prisão para abrigar os criminosos mais perigosos do Panamá.
Sob o regime ditatorial militar de Omar Torrijos e Manuel Noriega foram vários os dissidentes políticos que estiveram aqui presos.
Ilha do Diabo, Guiana Francesa
A Ilha do Diabo, situada no litoral da Guiana Francesa, foi uma colônia penal estabelecida por Napoleão III (sobrinho de Napoleão Bonaparte) em 1854, e funcionou até 1938, quando a atividade foi oficialmente encerrada no país. Na verdade, o termo “Ilha do Diabo” era usado em referência a várias cadeias construídas nas ilhas Île Royale, Île Saint-Joseph e Île du Diable, assim como na cidade de Cayenne que, mais tarde, se transformou em capital.
Ao longo do período em que esteve em atividade, a colônia penal recebeu cerca de 80 mil convictos franceses — entre eles, presos políticos, criminosos perigosos e espiões —, e a maioria era punida com a realização de trabalhos forçados. Alguns eram enviados para trabalhar na construção de uma estrada, conhecida entre os detentos como “Rota Zero”, uma via que ligava nada a lugar nenhum, ou para cortar árvores.
Mas a colônia também era conhecida entre os presos como “Guilhotina Seca” por conta do alto índice de mortalidade devido a doenças, às terríveis condições de trabalho, e ao fato de muitos passarem fome no local — já que os que não cumpriam as metas de trabalho não recebiam comida. A estimativa é de que por volta de 50 mil prisioneiros tenham morrido na Ilha do Diabo.
Galápagos, Equador
Entre 1946 e 1959, o governo equatoriano usou Isabela, a maior ilha dos Galápagos, como uma colônia para agricultura.
Cerca de 300 prisioneiros, criminosos e dissidentes políticos foram aqui mantidos sob as mais duras condições.
Alguns prisioneiros morreram durante a construção do muro, que ficou conhecido como ‘Wall of Tear’ (Muro das Lágrimas).
Île Sainte-Marguerite, França
Perto da costa de Cannes, no Mar Mediterrâneo, esta ilha repleta de vegetação serviu como residência a alguns dos prisioneiros mais interessantes da história.
O prisioneiro, cuja identidade permanecia escondida atrás de uma máscara de veludo, foi trazido para a ilha em 1687, mais precisamente durante o reinado de Luís XIV. Este permaneceu trancado no Fort Royal, que mais tarde passou a ser uma prisão estatal. O prisioneiro acabou por ser transferido para a Bastilha, onde morreu em 1703, com 45 anos.
Os motivos que terão levado ao encarceramento deste homem e à ocultação da identidade do mesmo continuam por determinar. Existe uma popular teoria que refere que este homem era o irmão mais velho de Louis XIV, que inspirou a história de Alexandre Dumas, ‘O Homem da Máscara de Ferro’.
A estrutura esteve em funcionamento até o século 20, e abrigou diversos presos famosos, como o marquês de Jouffroy D’Abbans, inventor do barco a vapor, e o líder rebelde argelino Abdel Kadir.
Mas a ilha tem uma longa história, já que ela contou com ocupação humana desde a época do antigo Império Romano. Hoje em dia, a Ilha Santa Margarida abriga um hostel e um museu dedicado à arqueologia marinha, assim como um pequeno cemitério para soldados que morreram durante a Guerra da Crimeia e para militares norte-africanos que lutaram junto aos aliados na Segunda Guerra Mundial. Além disso, os turistas podem visitar as antigas celas do Fort Royal e visitar antigas estruturas deixadas pelos antigos romanos.
Patmos, Grécia
De acordo com a tradição cristã, foi nesta ilha situada no Mar Egeu que João, o Apóstolo esteve exilado em 95 d.C., depois de ter sido perseguido pelos romanos. Foi aqui que João escreveu o Livro da Revelação (Apocalipse).
Dez séculos depois, em 1088, foi construído um mosteiro na ilha para homenagear o apóstolo.
Isto fez com que Patmos se tornasse num lugar muito visitado por peregrinos e também passasse a ser o centro de ensino da Igreja Ortodoxa Grega.
Ilha Robben, África do Sul
Situada a cerca de 11 quilômetros da Cidade do Cabo, nos últimos 400 anos esta ilha foi usada como um local de exílio.
A ilha, usada pelos britânicos e holandeses, começou a abrigar presos e indivíduos “indesejáveis” no final do século 17, e chegou a ser utilizada também como hospital para leprosos e doentes mentais, e como base militar. Foi de 1960 a 1991 que funcionou como uma prisão política, onde ficavam presos aqueles que se opunham ao regime do apartheid.
Antes de se tornar o primeiro presidente da África do Sul, em 1994, Nelson Mandela passou 27 anos encarcerado por conta de seu ativismo político e luta contra o Apartheid. Pois parte da pena — 18 anos — de Mandela foi cumprida na Ilha Robben, uma pequena ilha com cerca de cinco quilômetros quadrados situada logo na entrada da baía da Mesa.
Alguns dos membros mais conhecidos da oposição, Robert Sobukwe e Jacob Zuma, estiveram presos nesta ilha debaixo das piores condições possíveis, tendo sido forçados a trabalhar na pedreira da prisão.
A prisão de segurança máxima para presos políticos encerrou suas atividades em 1991, e o pavilhão para criminosos de média periculosidade foi fechado cinco anos depois. Em 1999, a Ilha Robben foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e hoje serve de museu e santuário natural.
Ilha Robinson Crusoé, Chile
Em 1704, o corsário britânico Alexander Selkirk foi abandonado nesta ilha no Oceano Pacífico, conhecida como Más a Tierra (perto de terra), depois de lutar com o capitão do seu navio, o Cinque Ports.
Durante mais de quatro anos ele viveu sozinho nesta ilha, tenho sido resgatado por um navio que passou perto da mesma, em 1709.
Em 1966 o governo chileno mudou o nome da ilha de Más a Tierra para Ilha Robinson Crusoe, na esperança de conseguir atrair alguns turistas.
Ilha de Sado, Japão
Com montanhas, florestas e uma temperatura amena, esta ilha é na atualidade um destino popular.
Durante a Idade Média era nesta ilha que as pessoas que se opunham ao governo acabavam por ser castigadas.
Mais de 70 pessoas, entre as quais aristocratas e artistas, foram aqui exilados.
Santa Helena – Localizada no meio da região sul do Oceano Atlântico
Mais de 70 pessoas, entre as quais aristocratas e artistas, foram aqui exilados.
Localizada no meio da região sul do Oceano Atlântico, é uma das ilhas mais remotas do mundo.
Depois de vencerem a Batalha de Waterloo, em 1815, foi para aqui que os britânicos enviaram Napoleão para exílio.
Juntamente com 26 dos seus homens, Napoleão permaneceu na Casa de Longwood, uma antiga residência de verão.
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