Ilhas caribenhas: De Curaçao às Ilhas Turcas e Caicos, a região mais “desejada” do mundo também possui cidades históricas, museus, restaurantes e uma vida cultural pulsante.
A Caribbean Tourism Organization publicou em fevereiro deste ano que as ilhas da região receberam 31,7 milhões de visitantes em 2017, apesar da disparidade entre os países. Alguns, como o Haiti, por exemplo, continuam registrando quedas significativas de turistas desde o terremoto que matou centenas de milhares de pessoas, em 2010. No entanto, a ilha de Santa Lúcia, por exemplo, registrou a maior porcentagem de visitas do ano e quebrou seu próprio recorde de turistas, com 1,1 milhão de desembarques.
“A indústria turística continua sendo uma parte importante da economia de Santa Lúcia”, disse Dominic Fedee, ministro do Turismo do país à revista estadunidense Travel Weekly. Países como a Jamaica – que recebeu 4,3 milhões de turistas – e Cuba também são exemplos da presença constante de pessoas do exterior em busca de praias, resorts, sol, festas ou tranquilidade.
No entanto, os turistas geralmente se surpreendem quando chegam à região esperando apenas pelas praias ou resorts. A professora Teresa Turina, por exemplo, ficou fascinada com Santo Domingo, na República Dominicana, e até estendeu uns dias a mais na capital da ilha antes de desembarcar na famosa Punta Cana. “A cidade é maravilhosa: vários museus, artesanatos, as pessoas muito hospitaleiras. Realmente não esperava”, diz.
A bancária Karina Avigi, de São Paulo, também não espera encontrar uma capital pulsante na Costa Rica quando visitou a ilha, em 2015. “San José tem um misto de cidade do interior brasileira com metrópole. Vale muito a pena perder uns dias por lá”, recomenda.
Para além das capitais dominicana e costarriquense, A Crítica sugere outras seis cidades caribenhas pelas quais a viagem não será perdida:
Willemstad, Curaçao
A capital de Curaçao, ilha próxima a Venezuela, é conhecida por sua arquitetura colonial em estilo holandês e repleta de cores. Andar pelas ruas da cidade é como voltar no tempo em que o pequeno território caribenho era um dos maiores exportadores de açúcar a Europa. O centro da cidade é reconhecido pela UNESCO, braço da ONU para a cultura, como Patrimônio da Humanidade.
Hoje, o pequeno município de 125 mil habitantes possui hotéis erguidos em edifícios do século XIX, mercados flutuantes, um museu que conta a história da exploração escrava no Caribe durante a colonização europeia e cafés e restaurantes que se parecem aos de Amsterdã, capital holandesa. Ao Norte, como era de se esperar, diversas praias praticamente isoladas podem ser acessadas pelos turistas, ao longo do Parque Nacional Christoffel.
San Juan, Porto Rico
Território estadunidense no Caribe desde a Guerra Hispano-Americana, entre EUA e Espanha – que rendeu aos primeiros o domínio sobre as Filipinas, na Ásia, e a primeira tentativa de invasão sobre Cuba -, Porto Rico é acessível facilmente de avião partindo das cidades na Costa Leste dos Estados Unidos. Em alguns casos, as agências do país chegam a oferecer pacotes de viagens que duram apenas um fim de semana.
No caso brasileiro, obviamente, o caminho é mais longe, mas vale a pena: as ruas de paralelepípedos da Vieja San Juan são repletas de cafés, restaurantes, hotéis e prédios históricos, incluindo dois velhos fortes. Muitos visitantes visitam o último andar do edifício El Morro, construído no século XVI, mas poucos conhecem o Fuerte San Cristobal, que oferece exploração gratuita dos seus túneis aos finais de semana. San Juan também oferece vários espaços artísticos, clubes onde se ensina salsa e, claro, belas praias.
Jacmel, Haiti
Como o Haiti está lutando desde 2010 contra os estragos causados por um terremoto que matou entre 100 e 315 mil pessoas na ilha à época e destruiu praticamente metade do país, o turismo está se reerguendo apenas agora. Uma das cidades que recebia muitos visitantes é Jacmel, na província de mesmo nome, a 100 quilômetros de Porto Príncipe. Nela ainda persistem diversos prédios do período vitoriano britânico, cafés, restaurantes, um mercado de artesanato, cachoeiras e até alguns tours em que é possível andar a cavalo. Além disso, Jacmel oferece algumas das praias mais bonitas da costa haitiana.
Cockburn, Ilhas Turcas e Caicos
Certamente você nunca ouviu falar nem dessa cidade nem desse arquipélago próximo a Cuba e ao Haiti. Com apenas 5.500 habitantes, Cockburn é uma das capitais menos populosas do mundo e se localiza em Grand Turk, ao centro do conjunto de ilhas. No entanto, não é a mais populosa, já que Providenciales, ao Norte, possuía 23 mil pessoas em 2012.
Apesar de ser território além-mar do Reino Unido, a moeda corrente é o dólar dos Estados Unidos. Frequentemente repleta de turistas que chegam dos cruzeiros, a cidade também oferece uma herança arquitetônica colonial holandesa e lugares históricos, como o local – segundo os nativos – em que Cristóvão Colombo fez sua primeira caminhada pelo “Novo Mundo”, em 1492. As praias ficam mais ao Norte, como a Pillory e a Corktree, e são geralmente vazias, enquanto ao Sul ficam os lugares para mergulhar.
Roseau, Dominica
A última ilha a ser colonizada pelos europeus no Caribe, Dominica é vista às vezes como um “anti-Caribe” por sua pouca oferta de praias de águas claras ou grandes resorts. No entanto, quem a visita se surpreende: com apenas 750 quilômetros quadrados de extensão, os turistas podem ficar na capital, Roseau, e desfrutar de tudo o que a cidade – e seus 1.500 residentes – oferecem. Em Dominica há um grande conjunto de cachoeiras, piscinas termais ao ar livre dentro da floresta e, por que não, praias com práticas de mergulho e buracos por onde borbulham saídas vulcânicas.
Baracoa, Cuba
Localizada no extremo oriente da ilha e, portanto, a mais de mil quilômetros de Havana, Baracoa é uma cidade importante não apenas para a história do país, mas também para a do continente e do mundo: foi nela, em 1492, que Cristóvão Colombo chegou depois de sua esquadra desbravar as primeiras ilhas do Caribe na expedição que invadiu a América. Em uma de suas cartas ao rei da Espanha, escreveu que ali estava “a coisa mais formosa do mundo”.
Baracoa se preocupa tanto com sua importância histórica que conseguiu preservar em sua igreja uma das cruzes que Colombo trouxe da Europa em suas caravelas. Todas as outras 28 que plantou no continente desapareceram. Por isso, ela é considerada o artefato histórico-religioso mais importante do encontro entre as duas civilizações.
Para além das construções históricas, a pequena cidade ainda possui uma vida noturna diferentemente agitada, com pessoas tocando instrumentos musicais nas ruas e um circuito razoável de restaurantes e galerias de arte. Como é de praxe em Cuba, há um malecón de dois quilômetros ligando as áreas centrais do município.
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