Público alvo consolidado, específico, com alto poder de consumo e que não costuma pechinchar é o desejo de qualquer empresário. Mas os investidores goianos parecem contradizer a regra e deixam a desejar em relação a oferta de produtos e serviços destinados ao público composto por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, os LGBTT. Eles consumiram cerca de R$ 100 bilhões em turismo no mundo, segundo a associação internacional de turismo de gays.
Esse público possui renda 30% maior que a dos casais héteros e, geralmente não possui filhos e por isso a tendência é que a renda não seja usada para a construção de um patrimônio a ser deixado aos descendentes. Todo o rendimento é gasto em benefício próprio e este fato eleva a capacidade de consumo. Além disso, a maior parte é formada por pessoas que primam pela sofisticação e qualidade, preferindo pagar mais desde que o produto seja melhor. Estas são as especificações observadas pelo estudo da Câmara do Comércio da GLBT, de São Paulo.
Segundo o jornalista e diretor-executivo da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Léo Mendes, este público utiliza seu salário em consumo próprio e gasta mais que um casal hétero. “Os LGBT costumam consumir lazer e cultura. Há uma preferência por restaurantes, bares, cinemas e bens semiduráveis, mesmo se forem de classe média ou baixa”, afirma.
Léo acredita que existe uma preferência por lugares mais específicos, pela liberdade e por se sentirem mais a vontade de expressarem a homoafetividade. Ele conta ainda que um mercado com boa perspectiva para investimento é o de turismo, pois existe um calendário fixo em relação às Paradas do Orgulho Gay a partir do mês de junho, após a realização do evento na Avenida Paulista, em São Paulo.
No País, empresas já se atentaram para o poder de consumo desse nincho. Além de agências de turismo especializadas, existem cruzeiros e até condomínios voltados exclusivamente para esse público. Recentemente, os homossexuais também ganharam um cartão de crédito especial “Arco Íris Card”, da empresa JJCL Brasil Cartões. Um dos sócios do projeto, Carlos Rito, afirma que a meta é chegar a 120 mil cartões em quatro anos. “ Vamos ter programas de milhagem, título de capitalização exclusivos para os gays também.”
Fonte: Vandré Abreu – Diário da Manhã (GO) com Edição do DT