Variedades & Tecnologia

Abertura do The Town 2025 tem rap, hip hop e contrastes na plateia

Abertura do The Town 2025 reúne nomes da música urbana, apresenta novidades nos palcos e experiências, mas surpreende com espaços vazios que geram contrastes na plateia

 abertura do The Town 2025
Ms. Lauryn Hill em noite de abertura do The Town 2025 – Foto divulgação

A noite do abertura The Town 2025 trouxe uma programação com apresentações intensas e cenografia grandiosa nos palcos. No Palco Skyline, Filipe Ret inaugurou a noite com seu rap nacional, acompanhado do trapper Alee, revisitando sucessos de seus dois últimos álbuns. Don Toliver manteve a energia com trap e R&B, preparando o público para o show principal de Travis Scott. O astro encerrou a noite do Skyline com uma performance já conhecida, marcada por efeitos visuais, iluminação impactante e moshpits que animaram a plateia, mas a duração inferior ao esperado gerou incômodo até mesmo entre os fãs.

No Palco Quebrada, uma das novidades desta edição, a cena periférica foi celebrada com batalhas de rima da Superliga The Town, além de shows de MC Hariel e da dupla Tasha & Tracie, que entregaram apresentações potentes. O espaço também contou com intervenções artísticas ao vivo, como grafites e pinturas, transformando o palco em uma obra de arte coletiva e dinâmica.

O Palco The One recebeu diferentes gerações da música urbana. Karol Conka abriu os trabalhos com a energia característica que o público já conhece e ama, seguida por MC Cabelinho, que colocou todos para dançar ao som de trap e funk. Matuê trouxe uma cenografia em formato de iceberg e convidados como WIU, Teto e Brandão, levantando a plateia. O ponto alto, no entanto, ficou para a lenda Ms. Lauryn Hill, que encerrou o palco com um espetáculo emocionante. Acompanhada dos filhos YG Marley e Zion Marley — netos de Bob Marley —, a cantora arrepiou o público do início ao fim. Headliner da noite, apresentou sua banda afiada em faixas históricas de sua carreira, incluindo sucessos do aclamado álbum The Miseducation of Lauryn Hill, lançado em 1998, em um show poderoso que ainda contou com efeitos pirotécnicos.

noite de abertura do The Town
Karol Conka em noite de abertura do The Town 2025 – Foto divulgação

No palco Factory, o trap foi o grande destaque. Teto iniciou a programação, seguido por WIU, Borges, com suas rodas punk, e Budah, que encerrou a noite com a força do rap feminino, acompanhada de banda e dançarinos.

Já na São Paulo Square, o jazz predominou em um espaço ao ar livre que se transformou em clube urbano. A The Square Big Band abriu as apresentações, seguida por Tony Gordon. Stacey Ryan, headliner do dia, encantou o público com uma mistura de jazz contemporâneo e influências pop, antes do encerramento com o trombonista Joabe Reis.

Além das atrações musicais, o festival apresentou novidades estruturais. O The Flight trouxe um balé aéreo com aviões da Esquadrilha Céu e efeitos pirotécnicos diurnos, em apresentações já tradicionais no Rock in Rio. Outra novidade foi o The Tower Experience, que ofereceu um after grandioso com performances de DJs como Victor Lou & DJ GBR, em meio a tecnologia e cenografia interativa. Já o The Town Club Lounge reforçou a experiência exclusiva para um grupo reduzido de pagantes, com espaço climatizado e visão diferenciada do palco The One.

Apesar da energia dos shows, chamou atenção já na primeira noite a presença de espaços vazios em vários palcos — algo bem diferente da edição anterior, marcada pela lotação intensa. Entre os fatores que explicam esse contraste estão um line-up considerado repetitivo, que trouxe artistas já vistos em edições passadas ou em outros festivais como o Rock in Rio, além do preço elevado dos ingressos e do calendário competitivo de São Paulo, cidade que recebe grandes eventos praticamente todos os meses. Esse contexto exige da organização uma leitura de mercado diferenciada em relação ao Rock in Rio, já que ambos são realizados pelo mesmo grupo. Há uma necessidade urgente de equilibrar o que o público espera ouvir com novidades e atrações realmente diferenciadas.

Mesmo com esses contrastes, a primeira noite mostrou que o festival ainda guarda cartas na manga. A expectativa é de maior animação do público nos próximos dias, especialmente no domingo dedicado ao rock, que já desperta empolgação entre fãs. Dedos cruzados para que a Cidade da Música revele ainda mais nesta edição.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.