Embarque na Viagem

Hoje, a gente vai viajar pra dentro do nosso Brasilzão, pra conhecer pequenas cidades de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina

Tem lugar que não precisa estar nas redes sociais pra ser incrível. Que não está nas listas dos mais buscados, não aparece nos rankings das “dez melhores viagens do ano”, mas guarda uma força silenciosa que transforma a gente. E pra nossa sorte, o Brasil está cheio desses lugares. Hoje, eu te convido a viajar pra dentro. Pra conhecer pequenas cidades de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina que revelam o país de forma mais verdadeira, delicada e surpreendente.

Vamos começar nossa viagem por encantadoras pequenas cidades por Minas Gerais, terra de montanhas, igrejas barrocas, quitandas e causos bem contados. Claro que todo mundo já ouviu falar de Ouro Preto e Tiradentes, mas que tal esticar até Serro, uma joia entre vales e picos da Serra do Espinhaço? Lá, a arquitetura colonial convive com festas populares, queijos premiados e uma comunidade que sabe receber com alma. Em vez de pressa, tem prosa. Em vez de fast food, tem pão de queijo quentinho no forno da Dona Maria.

Descendo pro sertão da Bahia, o destino é Lençóis, no coração da Chapada Diamantina. Um lugar que já viveu o auge do garimpo, mas que hoje brilha por outros motivos: pelas cachoeiras, pelas trilhas, pelas histórias dos antigos garimpeiros que agora guiam visitantes pela mata, pela música que ecoa das casas coloridas. A cidade é um exemplo de como o turismo pode ser regenerativo, quando respeita o território e valoriza quem vive ali.

Em Pernambuco, longe das capitais e dos roteiros de praia, tem Triunfo, encravada na Serra da Baixa Verde, quase na divisa com a Paraíba. Friozinho à noite, casarões preservados, teatro centenário, museu do cangaço, e um povo que enche o peito de orgulho pra dizer que Triunfo é a capital sertaneja do cinema. É aquela típica cidade onde o tempo tem outro ritmo e onde o visitante é recebido como parte da história.

E lá no sul, em Santa Catarina, fica uma das mais gratas surpresas da serra catarinense: Urubici. Esquece a imagem de litoral agitado e praias badaladas. Aqui, o que reina é o frio, a natureza exuberante e a presença forte de pequenas comunidades rurais. É possível encontrar vinícolas familiares, festas típicas que resgatam a herança dos imigrantes, e paisagens que misturam cânions, araucárias e uma paz quase silenciosa.

Essas cidades têm em comum mais do que o tamanho. Elas compartilham um jeito de viver que resiste, mesmo diante das pressões da globalização e do turismo de massa. E é justamente isso que a gente precisa aprender a valorizar.

Quando a gente escolhe viajar pra um lugar assim, não é só a gente que ganha. O turismo, quando feito com respeito e consciência, pode ser uma ferramenta de fortalecimento local. Ajuda a manter viva a cultura, a tradição e os saberes ancestrais. Gera renda, movimenta a economia, mas sem atropelar quem mora ali.

Por isso, vale a pena lembrar: mais importante do que “ir”, é o jeito como a gente vai. Conversar com os moradores, valorizar o que é produzido ali, ouvir as histórias contadas com sotaque. É essa troca que transforma o destino, e transforma também quem viaja.

Então, da próxima vez que for pensar em férias ou numa escapada de fim de semana, experimente trocar o “famoso” pelo “inesperado”. Troque a pressa pelo tempo da praça. Troque o pacote pronto por uma jornada viva, feita de encontro, de respeito e de memória.

Se esse nosso papo acendeu sua vontade de explorar o Brasil de um jeito mais afetuoso, vem continuar essa conversa comigo no Instagram @embarquenaviagem. Compartilha esse conteúdo com quem tá sempre contigo na estrada — ou com quem anda precisando desacelerar e reconectar com o que realmente importa.