Espetáculo “Lundu Brasileiro” resgata a origem da música nacional no Sesc Tijuca. Confira mais sobre a influência do gênero no samba e choro

O Lundu Brasileiro, gênero musical que ecoa as raízes da cultura nacional, ganha vida no Sesc Tijuca nesta terça-feira, 6 de maio, em um espetáculo que une história, música e identidade. Idealizado pela pesquisadora Rosana Lanzelotte, fundadora do portal Musica Brasilis, o projeto percorrerá unidades do Sesc RJ em quatro cidades fluminenses — incluindo São Gonçalo, Teresópolis e Nova Friburgo —, celebrando o ritmo que influenciou o maxixe, o choro e o samba. Com entrada gratuita e partituras disponíveis no Sesc Partituras, a apresentação é uma viagem ao século XVIII, quando escravizados angolanos trouxeram ao Brasil a dança que se misturou a elementos portugueses e espanhóis, dando origem a um dos primeiros gêneros musicais genuinamente brasileiros.
O espetáculo revela composições históricas, como o raro “Landum das Beatas”, descoberto por naturalistas alemães no século XIX e localizado por Rosana Lanzelotte na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Essa peça instrumental, apresentada pela primeira vez no Brasil, dialoga com obras de ícones como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Heitor Villa-Lobos, cujo “Lundu da Marquesa de Santos” é um dos destaques. A narrativa musical é entremeada por comentários contextuais dos músicos Marina Spoladore (piano), José Staneck (harmônica) e Ricardo Santoro (violoncelo), que conectam as melodias a seu legado sociocultural.
Além de resgatar clássicos como “Isto é bom”, de Xisto Bahia — primeira música gravada no Brasil em 1902 —, o projeto atravessa fronteiras. Em 2025, como parte das comemorações do Ano Brasil-França, o Lundu Brasileiro será apresentado no Chateau D’Arcangues, em Bordeaux, e na Bibliothèque de l’Arsenal, em Paris, com artistas como Julien Chauvin e Olivier Baumont. A iniciativa reforça o papel do gênero como embaixador da cultura nacional, evidenciando sua relevância histórica e contemporânea.
Atrás das cortinas, o Musica Brasilis — plataforma fundada por Lanzelotte há 15 anos — é a força motriz do resgate. Com um acervo digital de quase 5 mil partituras de compositores brasileiros em domínio público, o projeto democratiza o acesso à música erudita e popular, desde obras do Maranhão de Leocádio Rayol até as polcas-lundu de Nazareth. Patrocinado pela Vale e apoiado pelo BNDES, o portal é reconhecido pela UNESCO e integra o acervo da Library of Congress, nos EUA, garantindo preservação perene desse patrimônio.
Para os amantes de música e história, o Lundu Brasileiro não é apenas um espetáculo, mas uma aula viva sobre a gênese cultural do país. As apresentações no Sesc RJ são uma oportunidade única de mergulhar nas cadências que moldaram a identidade musical brasileira, enquanto a turnê internacional em 2025 consolida o gênero como símbolo de resistência e fusão cultural.
SERVIÇO:
6/5, terça-feira – “Lundu Brasileiro” no SESC Tijuca
Teatro 1
Horário: 19 horas
Endereço: R. Barão de Mesquita, 539 – Tijuca
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
Ingressos: GRÁTIS (PCG) | R$5,00 (credencial plena) | R$7,50 (meia) | R$15,00 (inteira)
Acessibilidade: Intérprete de libras
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