Com elementos singulares advindos da cultura maori e uma nova leva de chefs inovadores que trabalham com ingredientes frescos e sustentáveis, o país ganha espaço entre os destinos que conquistam os turistas pelo paladar
Jovens chefs dispostos a inovar, ingredientes frescos à disposição e uma costa rica em frutos do mar. Esses são alguns dos elementos que dão uma posição de destaque para a gastronomia da Nova Zelândia, nesta na cena gastronômica mundial. O país também tem um reconhecido trabalho de preservação do legado da cultura maori e iniciativas que m ostram como a sustentabilidade pode ser vivenciada na prática por meio de uma alimentação saudável. Saiba um pouco mais sobre essas histórias, para quando for a hora certa montar um roteiro impecável e de dar água na boca.
O chef Tom Hishon, que está à frente do restaurante Kingi, no Hotel Britomart, é um dos nomes que engrossam este movimento crescente na gastronomia da Nova Zelândia. Recentemente, ele viajou para as Ilhas Chatham (uma parte da Nova Zelândia totalmente remota) para aprender mais sobre a origem dos frutos do mar que abastecem seu restaurante. O ambiente marinho áspero e bruto inspirou-o a cozinhar com novos ingredientes. “Enquanto caminhávamos pela costa, contei sete diferentes algas comestíveis’’, relata. A disposição única destas ilhas cria uma bacia de água selvagem, pura e rica em nutrientes – lar para alguns dos frutos do mar de mais alta qualidade do mundo.
Outro destaque da cena é Vaughan Mabeeque. Ele comanda as caçarolas do restaurante Amisfield, em Central Otago, se tornando conhecido por produzir um menu composto por produtos sazonais e sabores colhidos localmente em sua terra nativa. Para isso, conta com a ajuda do especialista em coleta seletiva Peter Langlands, que garante ao restaurante um fluxo constante de ingredientes não encontrados em supermercados e geralmente cultivados por fornecedores locais. A equipe mantém um banco de dados e um mapa dedicado à coleta de alimentos frescos como cogumelos de vários tipos e aspargos selvagens.
A região de Central Otago, onde Mabeeque atua, é um reconhecido polo gastronômico neozelandês. Ficou famosa não só por seu vinho Pinot Noir, mas por frutas suculentas de verão, vegetais orgânicos, tomilho selvagem, ervas aromáticas, açafrão de alta qualidade, carnes de caça saborosas e compotas picantes. Esta fartura gastronômica é fruto do clima seco e intenso e invernos extremos.
Angela Clifford é outra personalidade da gastronomia da Nova Zelândia que se empenha em colocar o país no mapa gastronômico mundial. Raízes não faltam a ela: sua família foi uma das primeiras a trazer ovelhas à ilha de North Canterbury, em 1840. Hoje, a região é cenário para vinhas exuberantes, planícies de cultivo e muitas terras férteis para a produção de alimentos.
A chef, que mora por ali, é famosa por enfatizar a ideia de que as pessoas devem estar conectadas ao país por meio da comida que encontram. Ela é apaixonada pelo cultivo de alimentos e pelo restabelecimento da ideia de comunidade através destes. Para isso, coloca a mão na massa como ninguém: sabe ordenhar vacas, colhe cogumelos porcini e cultiva tomates do campo. Angela também é a CEO da Eat New Zealand, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para conectar as pessoas à terra. Além disso, fundou a ‘The Food Farm’ em sua propriedade de permacultura, atividade que consiste em colheita, preservação e compostagem, com a finalidade de mostrar às pessoas como elas podem cultivar e ingerir seus próprios alimentos.
A chef Monique Fiso -que fez carreira em restaurantes premiados pelo Guia Michelin em Nova York– está à frente do movimento que resgata a culinária dos Maori, os primeiros habitantes da Nova Zelândia, que cozinhavam plantas e vegetais trazidos com eles das Ilhas Polinésias para o ambiente muito mais frio da região, além de usarem o “h?ng?”, um fogão de barro com pedras que gera vapor capaz de cozinhar alimentos enrolados em folhas.
Ao longo de vários séculos, esses rituais de alimentação foram transmitidos, refinados e ainda fazem parte da cultura neozelandesa. Monique traduz essa experiência secular através do menu de seu incensado restaurante Hiakai, em Wellington, capital do país, desafiando ainda mais o status quo da cena culinária local e resgatando o sentido da ‘culinária de alma’.
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