A tecnologia usará apenas ar e eletricidade para mover aviões
As viagens de avião se popularizaram em todo o mundo. A maior variedade de companhias e destinos aumentou a oferta de passagens aéreas baratas e, consequentemente, impulsionou o número de voos.
No Brasil, de 2018 para 2019, os bilhetes ficaram 16,85% mais baratos, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Fator este que influenciou o aumento de passageiros: foram cerca de um milhão de embarques a mais em 2019, se comparado com o ano anterior, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O que essa alta tem de negativo é a maior quantidade de poluentes que são emitidos com a grande queima de combustível realizada pelos aviões, principalmente de querosene, que dá origem a gases perigosos para o bom funcionamento do ecossistema.
Os voos comerciais, de acordo com a ATAG (sigla em inglês para Grupo de Ação para Transporte Aéreo), geraram, anualmente, 676 milhões de toneladas de CO2 – um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas negativas no mundo –, o que equivale a 5% das emissões de gases estufa.
Em busca de desenvolver formas de transporte menos nocivas ao meio ambiente, os pesquisadores da Universidade de Wuhan, na China, criaram um motor que usa plasma – um dos estados físicos da matéria, similar ao gás, no qual certa porção das partículas é ionizada –, eliminando a necessidade de combustíveis fósseis.
A tecnologia divulgada pela revista científica AIP consiste em gerar impulso a jato usando micro-ondas de plasma presentes no ar, através da alta compressão do oxigênio, que ionizaria o ar pressurizado e geraria a propulsão necessária para deslocar um avião.
Até o momento, a quantidade de energia utilizada para fazer a aeronave decolar e mantê-la no alto só era gerada através de combustíveis fósseis. Dessa nova maneira, as únicas fontes utilizadas serão o ar e a energia elétrica, sendo um motor muito menos poluente.
Segundo o líder da equipe, professor Jau Tang, a principal motivação do projeto é combater o aquecimento global. “O que move o nosso trabalho é saber que podemos contribuir para solucionar os problemas do aquecimento global causados pelo uso de motores à combustão usados hoje em carros e aviões. Com esta tecnologia, utilizando um motor de plasma, não há a necessidade do uso de combustíveis fósseis nem emissão de gases que contribuem para o efeito estufa”, explica.
Os estudos agora estão concentrados em aumentar a escala, para que o mecanismo consiga ser eficiente em grandes máquinas, como um avião convencional, e, em um futuro próximo, essa seja uma maneira mais limpa de viajar.
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