Após quase 30 dias do início do período de quarentena, decretado em várias regiões do país, os comércios já sentem o impacto financeiro nos lucros e nos pagamentos dos funcionários.
Devido à pandemia global da COVID-19, apenas os estabelecimentos considerados serviços essenciais, como supermercados e farmácias, por exemplo, seguem funcionando normalmente. Por isso, o fechamento de lojas e demais comércios vem afetando significativamente a economia brasileira.
Segundo dados do estudo do Sebrae, os setores mais prejudicados são os de varejo, moda e construção de grandes propriedades, o que atinge fortemente o Microempreendedor Individual (MEI), responsável por cerca de 80% desses segmentos.
Neste cenário, as empresas têm se adaptado, promovendo férias coletivas e cortando despesas para manter seus funcionários. Porém, há instituições que já não conseguem mais seguir com o quadro de empregados e estão realizando demissões.
Em entrevista, Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), esclarece que se não houver a retomada imediata do comércio, a recuperação da economia pode levar anos. Para ele, é importante realizar o isolamento parcial da população, apenas do grupo de risco, para a retomada imediata do comércio, prevenindo danos maiores a economia do país.
Atendimento remoto e on-line para superar a crise
Com o isolamento social, algumas empresas têm contado com o atendimento on-line por sites, aplicativos próprios ou redes sociais como alternativa para falar com os clientes e realizar as vendas. A iniciativa não minimiza os danos da pandemia, mas auxilia os comerciantes a terem alguma fonte de renda em meio a quarentena.
A ação também foi adotada pelos serviços essenciais para abranger mais clientes e tem ajudado nas vendas. Só os e-commerce de supermercados, por exemplo, tiveram um aumento de cerca de 50% em relação aos meses anteriores da quarentena.
Demissões em massa provocam instabilidade
Ainda de acordo com Sahyoun, com a extensão da quarentena, alguns empresários podem não conseguir pagar os funcionários, gerando demissões em massa. Com isso, a estrutura e a qualidade dos serviços também ficará prejudicada, o que pode acarretar a falência de alguns negócios.
Para evitar as despesas, alguns comerciantes de shoppings têm negociado, ao menos, uma redução ou isenção dos aluguéis para continuar mantendo seu quadro de funcionários e não acumular dívidas ao longo do mês.
Auxílio financeiro do governo será fundamental
O auxílio financeiro para as empresas, que custeiam parte dos salários dos funcionários, será de extrema importância para evitar falências e restabelecer a economia. De acordo com o anúncio feito pelo presidente do Banco Central, o benefício será oferecido às empresas que possuem um faturamento médio de 300 mil até 10 milhões de reais.
A medida funcionará como um modo de empréstimo, para ajudar apenas nas despesas referentes ao salário dos funcionários, no qual as empresas deverão ressarcir a união em até 36 meses, com uma taxa de juros de 3,75%. Essa ação será importante para evitar as demissões em massa e garantir os empregos.
Governadores estudam a volta do comércio
Em São Paulo, o governador João Dória declarou que haverá a reabertura de shoppings e demais comércio a partir do dia 11 de maio. O gestor ainda não detalhou se ocorrerá uma prorrogação da quarentena ou quais são os requisitos para que os empresários consigam reabrir os negócios.
Assim como Dória, outros líderes, tais quais os prefeitos Felício Ramuth (PSDB) de São José dos Campos, no interior de São Paulo, e Marquinhos Trad (PSD) de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, já estudam a reabertura gradativa das lojas. A iniciativa será feita parcialmente e com orientações para horário de abertura e modo de funcionamento.
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