Avaliar suas reais necessidades, planejar compras e pesquisar os históricos das empresas que fornecem os produtos que adquirimos são algumas medidas essenciais
Uma das chaves do consumismo atual é a ideia de que comprar traz felicidade. A busca obcecada de crédito ilimitado para adquirir mais é um dos desequilíbrios que mais impactam a vida econômica e emocional das famílias em todo o mundo.
Embora dinheiro seja uma ferramenta importante para garantir conforto material e, assim, ajudar a manter a saúde mental, essa associação é equivocada e conduz a padrões de consumo insustentáveis a longo prazo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), serão precisos 3 planetas Terra até 2050 se as atuais tendências de consumo se mantiverem. Além do crescimento da população mundial e do aumento da longevidade no mundo, a partir dos avanços científicos, a rápida urbanização é um dos maiores fatores responsáveis por esse diagnóstico.
Mesmo que as cidades ocupem somente 3% da área superficial do planeta, elas reúnem mais da metade da população mundial, produzem 50% dos resíduos globais, consomem 75% dos recursos naturais e são responsáveis por 60% a 80% das emissões dos gases do efeito estufa.
Assim, a continuidade desse modo de vida só seguirá a distorcer as taxas desproporcionais e desiguais de consumo. Confira algumas dicas sobre como mudar seus hábitos cotidianos a fim de ter uma obtenção mais consciente.
Reveja e planeje compras
O primeiro passo para quem quer buscar um consumo mais balanceado é rever as suas necessidades, com o objetivo de diferenciar os gastos primordiais dos supérfluos.
Evitar desperdícios também é fundamental e inclui hábitos como apagar as luzes ao sair de um ambiente, fechar a torneira enquanto escova os dentes e esperar alimentos esfriarem antes de guardá-los na geladeira.
Procurar viver com menos oferece vantagens que vão desde manter a casa mais organizada em menos tempo até maior desapego em relação a objetos — o que ajuda a doá-los para pessoas menos favorecidas economicamente.
Uma vez identificadas as reais necessidades, fica mais fácil planejar as compras: selecionar quais estabelecimentos apresentam as melhores relações custo-benefício e verificar os dias em que eles oferecem promoções. A impulsividade é inimiga do consumo consciente.
Conheça o que, e de quem, se compra
Antes de adquirir um produto ou torna-se cliente fiel de uma empresa, verifique o seu histórico: se ela já entrou na lista das empresas que promovem trabalho escravo em alguma etapa da produção de seus produtos, se ela desenvolve políticas de responsabilidade social e quais são essas práticas — incluindo aquelas voltadas para funcionários e meio ambiente.
Outra dica é ler atentamente os rótulos dos produtos antes de adquiri-los, a fim de perceber quais substâncias os compõem e evitar comprar aqueles que danificam o meio ambiente, oferecem riscos à saúde de humanos ou animais.
Um exemplo disso é o triclosan, elemento presente em produtos de higiene como sabão, pasta de dente e desodorante. Além de seu uso indiscriminado facilitar a ocorrência de resistência bacteriana, o que desregula o sistema de defesa do organismo humano, pode afetar a qualidade da água ao poluir corpos hídricos.
Reutilize produtos e embalagens
Outro modo de poupar recursos naturais destinados ao consumo humano é a reutilização de produtos e suas embalagens. Um exemplo clássico são as garrafas pet, cuja decomposição pode levar, pelo menos, 100 anos, além de reduzir a biodiversidade dos oceanos, a partir da maior mortalidade de suas aves e mamíferos.
Uma vez esvaziadas, as garrafas pet podem adquirir novas funções: abrigar plantas, reunir escovas de dente, servir como objeto de decoração e até brinquedo para as crianças.
Priorizar consumir produtos recicláveis e descartá-los de modo consciente a partir da separação do lixo para a reciclagem reduz os impactos sobre o meio ambiente ao diminuir o consumo de matérias-primas da natureza, como a água. Além disso, a reciclagem é uma fonte de renda para catadores, especialmente, em países como o Brasil.
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