Presentes até hoje, feriados como o Dia do Novo Ano, o Carnaval e o Dia dos Mortos remontam à Antiguidade
O ano de 2020 mal começou e já havia pessoas em todo o Brasil comemorando o grande número de feriados prolongados trazidos pelo novo ano. Entre os comerciantes, os feriados não são tão bem vistos, já que implicam na redução de pessoas circulando e consumindo.
Amados por serem uma pausa no cotidiano, é nos feriados que muita gente aproveita para viajar, passar mais tempo com a família e amigos, praticar algum esporte mais radical ou simplesmente aproveitar o sofá de casa vendo um bom filme, ou seriado.
A tradição de Páscoa é uma das mais importantes do calendário religioso e o Carnaval, uma lembrança marcada por antigas culturas cristãs. No decorrer da história de cada país, surgiram feriados que rememoram datas consideradas importantes, como a ocorrência de Revoluções e a mudança do regime político vigente.
Origens históricas
A tradição dos feriados remontam à Antiguidade, época em que demarcavam a passagem do tempo ou a celebração de uma fato considerado socialmente importante.
Na Grécia antiga e na civilização romana, muitos feriados celebravam divindades semanalmente. Nessas sociedades, os feriados costumavam estar ligados a práticas religiosas.
Foi a partir da Revolução Francesa, no século XVIII, que essa associação entre feriados e religião ganhou novas formas. A comemoração da Queda da Bastilha, celebrada em 14 de julho, foi considerado o primeiro feriado de natureza civil no mundo.
Em 1880, foi instaurado o 1° de maio como o dia Internacional dos Trabalhadores. No Brasil, alguns feriados civis relembram a independência do país em relação a Portugal, em 1822, além da Proclamação da República, em 1889, que marcou a saída do Império.
Dia do Ano Novo
A palavra “réveillon”, de origem francesa, significa “despertar, acordar”, em referência ao novo ano que começa. Historiadores acreditam que o primeiro feriado comemorado por povos antigos foi o dia de Ano Novo.
Há registros de que já havia festas nesta data na Babilônia, no ano de 2.000 A.C. Desde tempos remotos como esse, persas, fenícios, assírios e gregos já comemoravam a passagem de ano.
É importante lembrar que a data desse feriado muda de acordo com o país e a cultura: enquanto no Brasil, ele é celebrado no dia 1° de janeiro, na China, essa festa só ocorre no início de fevereiro. Para os judeus, o Ano Novo começa no final de setembro, enquanto, para os muçulmanos, a passagem do ano ocorre no mês de maio.
Dia de Finados
O dia dos Mortos, lembrado em 2 de novembro, já era celebrado por povos da Antiguidade. Eles acreditavam que homenagear aos mortos podia influir sobre a plantação e, por meio dessa celebração, buscavam garantir boas colheitas.
Ainda nos anos iniciais da Igreja Católica, essa data marcava a visita de cristãos ao túmulo de seus entes queridos, levando velas, flores e orações — tradição mantida, nesses termos, até os dias de hoje.
No México, a data é famosa por ser dia de alegria e muitas festas. Suas origens no país são muito anteriores à invasão dos colonizadores espanhóis e já ocorriam há, pelo menos, três mil anos entre os povos astecas, totonacas, maias e tarascanos.
Nessa época, a festa ocorria no nono mês do calendário solar asteca e era celebrada durante um mês. A data era importante, pois os mortos estavam no centro da religiosidade mesoamericana. Hoje, esse feriado celebra a visita dos mortos a seus parentes, o que explica as grandes festas com as músicas, comidas e bebidas favoritas dos que faleceram.
O Día de los Muertos atual é fruto da mescla de festas mesoamericanas e o cristianismo, sendo instituído como feriado nacional em 1960 e, hoje, considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Carnaval
Embora o Brasil tenha o Carnaval mais famoso do planeta, as origens desse feriado ocorreram na Europa Ocidental. Apesar do seu caráter fortemente pagão, o cristianismo costuma ser lembrado quando se fala em Carnaval, já que a sua celebração tem relação direta com o jejum da Quaresma.
Na Babilônia, algumas festas apresentavam o potencial de subversão de papéis sociais, tais como a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do monarca pelos populares. Na tradição mesopotâmica, nesse feriado, por exemplo, já se via homens vestidos de mulheres.
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