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Selfies de turistas ameaçam estátuas na Ilha de Páscoa

O turismo irresponsável e as selfies de turistas vem destruindo diversos patrimônios da humanidade, como as estátuas da Ilha de Páscoa

As estátuas da Ilha de Páscoa, localizada a 3.500 quilômetros da costa do Chile, no Oceano Pacífico, são monumentos de pedra esculpidos entre 1100 e 1400 dC. e estão sendo ameaçadas de degradação por visitantes que pisam em espaços cercados e com acesso proíbido e tocam os monumentos sagrados para fazer selfies.

Em entrevista para o Daily Mail, a arqueóloga Jo Anne Van Tilburg, que trabalha na ilha de Páscoa há décadas – estudando as famosas estátuas moai e os descendentes vivos de seus criadores  – informou que os visitantes tiram selfies e esbarram em monumentos, além de pisar em terrenos sagrados. Van Tilburg disse que os moradores estão lutando para lidar com o fluxo de visitantes e que já existe uma tentativa de controlar o fluxo do turismo.

A ilha possui apenas 5.700 residentes permanentes e alcançou a marca de 150.000 turistas no último ano. “Segundo os padrões de Rapa Nui, em uma ilha onde a eletricidade é fornecida por um gerador, a água é preciosa e em pouca quantidade, e toda a infraestrutura está saturada, 150 mil é uma multidão”, disse a arqueóloga. Que se diz desanima com as ações de alguns turistas durante a visita. 

Jo Anne Van Tilburg criticou o comportamento insensível e desrespeitoso dos visitantes que se reunem para visitar os moai e informou que os visitantes esbarram e tocam nos monumentos, e que muitos visitantes da ilha parecem mais interessados ??em tirar selfies do que aprender sobre sua história e cultura. 

Em 1995, a UNESCO nomeou a Ilha de Páscoa como Patrimônio da Humanidade, com grande parte da ilha protegida dentro do Parque Nacional Rapa Nui.

Selfies de turistas
Selfies de turistas viraram uma ameaça para a conservação das estátuas da Ilha de Páscoa

As pessoas “sobem no moai, atropelam espaços preservados e se sentam em cima de sepulturas”, tudo isso em função do melhor selfie, disse Van Tilburg. “O turismo do tipo experimentado hoje tem um impacto muito negativo no senso de comunidade de Rapa Nui”, completou.

A arqueóloga disse que isso é um problema não apenas porque arrisca danificar as estátuas – que já estão se deteriorando naturalmente por séculos -, mas também porque desrespeita as esculturas sagradas.

Para a comunidade local, as cabeças esculpidas representam os antepassados ??dos antigos polinésios e sua relação com os deuses. E sob a lei chilena, são considerados parte da paisagem e não apenas objetos. 

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