Um dos artefatos fundamentais do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) é a Manopla do Infinito, usada por Thanos para acabar com 50% dos seres vivos em “Vingadores: Guerra Infinita“. Entretanto, seu design virou alvo de debate, pela semelhança que ela tem com uma relíquia católica.
O caso remete a uma história de mais de 400 anos atrás: a mão de Santa Teresa de Ávila, ou Santa Teresa de Jesus.
Depois de morta, o corpo de Santa Teresa de Ávila se manteve intacto e uma de suas mãos foi guardada em um artefato de prata, com joias: cinco menores, próximas dos dedos, e uma maior, no centro da mão. É o mesmo que vemos na poderosa Manopla de Vingadores.
A questão que fica é onde a Manopla do Infinito entra nessa história. Em matéria publicada no site UOL, o criador de Thanos, Jim Starlin admitiu que o personagem teve inspiração em sua criação católica. Starlin contou que criou Thanos quando estava interessado em estudar o lado sombrio da natureza humana. O personagem apareceu pela primeira vez em 1973. Mais tarde, Jim foi um dos ilustradores que herdou a criação da Joia da Alma, que vinha sendo desenvolvida para o personagem Adam Warlock.
Na época, não havia manopla. “Eu desenvolvi a manopla ali na hora, como costumo fazer”, disse o ilustrador, ao site Newsarama. “Eu vi que precisava de mais joias naquela história. Mais tarde, trabalhando na série do Surfista Prateado, não sei o que me levou de volta a isso, mas minha criação católica – com escola paroquial e tudo – me deixou fascinado com a ideia de alguém ser onipotente. E tive uma ideia: ‘E se um cara horrível, sacana, virasse onipresente?’. Foi isso que levou à manopla”.
Mas quem foi Santa Teresa d’Ávila?
Teresa Sánchez de Cepeda y Amuhada foi uma freira carmelita que viveu de 1515 a 1582. Ela foi canonizada em 1622, pelo Papa Gregório 15.
Uma das curiosidades diz respeito à sua morte. Nove meses depois de seu enterro, seu caixão foi aberto e o corpo foi visto intacto, sem traços de decomposição, só com as roupas apodrecidas. Relíquias e partes de seu corpo passaram a ser distribuídas, para serem veneradas por seus fiéis. Uma delas é a mão da santa, que até hoje se diz estar guardada dentro da “luva” de prata. O objeto acabou permanecendo em Lisboa na maior parte do tempo, até 1920, quando voltou à Espanha.
A relíquia estava em posse de freiras, mas, durante uma invasão de um bando com tendências políticas, ela foi roubada. O ditador espanhol Francisco Franco exigiu ficar com ela. As freiras carmelitas protestaram, mas ouviram: “A mão não está perdida, se vai com ele para que conduza a Pátria”. O general guardou o objeto como amuleto, e a mão só foi recuperada por freiras em 1975, depois de sua morte. Hoje, a relíquia está em exposição na cidade de Ronda, na Espanha, na Iglesia de la Merced, junto a outros objetos que celebram a imagem de Santa Teresa, conforme conta o site do jornal “El Confidencial”, da Espanha.
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